Imponência em forma de carro |
Algumas coisas demoramos a entender.
Apreciar carros enormes
é algo que foge da preferência da maior parte dos autoentusiastas, já que “grande”
significa quase sempre uma regra geral para “pesado”, e muita massa significa
movimentos de carroceria pouco agradáveis na maioria das vezes. Como a maioria
de meus amigos da área são quase que viciados em desempenho e agilidade
extremos, o carro grandalhão acaba sendo desprezado. Não por mim.
O mundo tem muita
variedade, que é algo que prezo bastante, e consigo lhes dizer que as ditas barcas
sempre me atraíram. Desde muito pequeno, carros que me pareciam grandes como
caminhões me fascinavam. Assim foi com um Buick da década de 1950 (não sei o
modelo, mas pode ser o Roadmaster) que meu pai pegava emprestado de seu chefe, com um Galaxie 500 que ele
usou por um final de semana para ver como era, com um Dodge Charger R/T que
fiquei horas namorando em uma pousada de praia durante um final de semana, os mesmos Chargers que me faziam sentar na frente
de casa para esperá-los passar, o Landau a álcool que além de sua sublime
suspensão foi o carro mais veloz do Brasil por muitos anos, a D-20 que me
capturou pela sua versatilidade e foi meu carro de uso diário por quase três
anos e que só foi vendida porque não cabia na garagem do edifício para onde me
mudei, até os monstros de todas marcas e anos que sempre me atraíram e
continuam fazendo-o.
Depois de muitos anos
de vida adulta, a análise dos fatos históricos me fez chegar a uma conclusão fácil
de entender. Meu avô paterno, espanhol de nascimento, teve sua carteira de
identidade falsificada aos 16 anos para poder se habilitar em caminhões e
ajudar na renda da família. Já que parte de meu DNA veio dele, não estranho nem
um pouco minha preferência pelo torque pleno e potência em rotações civilizadas,
ou seja, baixas e silenciosas. Poucas coisas são mais desagradáveis no mundo do
automóvel do que viajar a 120 km/h com um motor girando perto dos 4.000 rpm. Definitivamente,
rotações de corrida são para pistas, ou na melhor das hipóteses, para alguns
poucos momentos, não para todo dia.
Elegância inata |
Muita coisa nele lembra
um caminhão, como tração traseira, pneus Avon enormes, a presença de turbocompressor, que hoje é de regra em quase qualquer caminhão, e que nesse carro
fazia a potência de 250 cv do modelo de entrada (se é que isso existe nessa
marca) ir para perto de 400 cv, o preço alto,
de 149.000 libras esterlinas em sua terra natal, a presença que o faz ser impossível de passar
despercebido e, mais do que qualquer coisa, uma carronalidade (a personalidade
dos carros) que nenhum outro, nem mesmo os Bentleys mais novos, nem os
Rolls-Royce com que dividiam muitos componentes, conseguem.
Depois de 1999/2000, os
Rolls-Royce passaram a ser impulsionados
por motores BMW, numa das mais atribuladas tomadas de controle de uma empresa
que se tem notícia. Mas a divisão Bentley continua até hoje a usar os motores
da série L de oito cilindros em "V", tradicional da marca em quase todos os
modelos, exceto os de projeto mais novos, que utilizam o Volkswagen W-12 (a Bentley pertence ao grupo Volkswagen desde 1998). Assim,
o Turbo RT, de antes dessa estranha salvação alemã, tinha montado o motor tradicional, usado desde 1959 com menor cilindrada, 5.204
cm³, e a partir de 1970 com esse legendário acrônimo “Six-and-three-quarter litre” (seis litros e três
quartos), cilindrada exata de 6.752 cm³.
Precisa entender de automóvel para mexer aqui |
A carcaça clara em metal, bem no centro da foto, é o turbocompressor Garrett |
Algo notável e para sempre
marcado na história do automóvel, se não tanto pelo desempenho puro (sim, de 0
a 96,5 km/h em 5,8 segundos não é nada mau), mas pelo torque máximo de 81,6
m·kgf desde 2.000 até 3.450 rpm, significando que um Dodge Viper com seu V10
de 8 litros tinha 17 m·kgf a menos
que o Turbo RT, e seu quase concorrente Mercedes S600 com motor V12 de seis
litros, tinha menos 22. Era o motor de produção
normal de maior pico de torque em todo mundo a ser colocado em um carro.
Mas houve duas
versões especiais, já que sempre que se faz algo especial há gente que
pretende deixá-las mais exclusivas ainda. Uma delas é o Olympian, que pouco
mudava o Turbo RT básico, restringindo-se a acabamentos diferentes. A realmente importante delas é o Mulliner, com
420 cv de potência e um torque ainda mais descomunal, 89 m·kgf, obtido com uma roda de compressor diferente que podia
comprimir maiores quantidades de ar, advinda de uma admissão menos restritiva e
de maior diâmetro de bocal do filtro, além de mudanças na calibração do módulo de controle eletrônico (ECM, sua sigla em inglês) para aproveitar a maior pressão obtida. As rodas são maiores, de 18 polegadas
de diâmetro, com pneus 255/55. Como toque irônico, há um velocímetro para os
passageiros do banco traseiro.
O nome dessa versão
vem do fabricante de carrocerias inglês que foi englobado pela Bentley há
muitos anos, e que permanece ativo como uma divisão ou departamento da marca.
O V-8 de seis litros e
três quartos é robusto como um motor de caminhão. As válvulas são comandadas
por varetas desde a parte inferior do motor, solução antiga e confiável, e de
nome lindo em inglês: pushrod. O bloco é de liga de alumínio-silício com
camisas molhadas, duas válvulas por cilindro, atuadas por tuchos
hidráulicos e balancins, pistões de alumínio, árvore de manivelas em aço
forjado com seis pesos contrabalanceadores.
Esse motor é, junto com
o V-8 small block Chevrolet e com o Lamborghini V-12, o motor de mais longa
vida na indústria, chegando nos dias de hoje a mais de 540 cv e 107 m·kgf de
torque máximo, aplicado aos modelos Brooklands e Mulsanne. Sem contar versões modificadas fora da fábrica, onde se atingem potências maiores.
Mesmo com os apenas 400
cv, o Turbo RT nem precisaria mais do
que duas marchas à frente, mas o carro tem uma caixa automática da General Motors,
a Hydramatic 4L80-E de quatro marchas, que o faz ser confortável mesmo quando se acelera forte,
com todas as marchas sendo trocadas pouco acima de 4.000 rpm e com um
diagrama de dente de serra ideal: na troca na potência máxima a rotação cai no
torque máximo, assim sucessivamente nas quatro marchas. Isso em uso extremo, pisando sempre fundo, coisa que pouco importa num carro dessa categoria. Pode-se andar tranqüilo, sem
atrapalhar ninguém, a 2.000 rpm o dia todo. O modo com que se acelera altera o
programa do computador de controle desse câmbio, que também pode ser
acionado para o modo esportivo por toque em um botão na alavanca seletora localizada
no enorme console central.
Console de túnel e alavanca seletora embaixo, história |
As linhas retas e
equilibradas empacotam com classe de topo um carro para abonados que gostam de
dirigir, um pouco diferente do RR,
normalmente destinado a donos que são levados por seus motoristas. Basta ver algo básico em qualquer carro, a alavanca seletora de marcha: mesmo sendo sempre automático, o Turbo RT a tem num console, e não na coluna de direção, como de praxe nos irmãos Rolls-Royce.
Ambas
as marcas são parte importante da história do automóvel, e mesmo com as
mudanças e modernizações que vieram com o tempo, não há muito o que criticar em
ambas. Mas o Bentley tem lá sua aura de vencedor de LeMans em 1924, no segundo
ano da existência da prova, e de 1927 a
1930, marcando época. Pouco importa a vitória em dobradinha de 2003, quando para promover
a marca que passara ao controle da VW os alemães decidiram caracterizar um Audi R8
de Bentley, chamando-o de Bentley Speed 8, e assim homenagear a nobre marca de William Owen.
Uma visão que enche os olhos de todo autoentusiasta |
Lembra o monolito negro de "2001 - Uma Odisséia no Espaço" |
Visto de qualquer ângulo, impressiona |
Voltando ao Turbo RT, seu
motor de injeção e ignição eletrônicas usa dois turbocompressores, e o sistema de
gerenciamento eletrônico Zytek, empresa de engenharia e de veículos de
competição, faz isso tudo funcionar redondo, sem nenhum engasgo, com apenas
0,76 bar de sobrepressão, para funcionamento forte e suave como uma locomotiva.
As acelerações são quase silenciosas, sem escândalos, mas com um som que já foi poeticamente descrito como um trovão distante, daqueles ouvidos em noites silenciosas em locais
civilizados, com a realidade sendo apenas registrada por um ponteiro de
velocímetro que sobe rápido e mostra que a responsabilidade adulta precisa se
interpor aos sonhos de criança para que se preze a vida e sua longevidade. Por
obra e graça do Homem sob os auspícios divinos, as mais de duas toneladas e meia chegam aos 160 km/h em 10,2
segundos e continuam acelerando forte até os 244 km/h, quando a forma e a área
frontal decidem que o motor enorme pode parar de insistir porque não adianta
mais.
Ver isso todas as manhãs na garagem é motivo de satisfação |
Não são números de um
esportivo tosco e aliviado. Aqui, os objetivos são outros, e fazer os ocupantes
sentirem um empurrão de avião a jato na aceleração para decolagem é um deles. Não
um jato de linha aérea, algo que para quem compra um Bentley novo pode ser considerado
mundano, e sim a aceleração de um avião particular, um jato executivo, mais de acordo com o
cliente padrão.
Essas acelerações e velocidade máxima carregam consigo duas televisões, dois telefones, um refrigerador, copos especiais,
poltronas suntuosas e mais uma porção de itens de absoluto luxo, como um
pequeno armário para coquetéis. Fome? Claro que há mesinhas nos bancos para
quem viaja atrás.
No porta-malas pode
haver guarda-chuvas exclusivos, uma necessidade primeira na ilha dos
entusiastas (Reino Unido), lugar onde muito chove. Lá mesmo estão alojados
vários sistemas, como o magazine para DVDs, o compressor do pequeno refrigerador,
os módulos de som e dos telefones. Havia
também um aparelho de fax acoplado a esse sistema de telefonia móvel.
Nas fotos a seguir
esses componentes são possíveis de serem vistos, e há uma garrafa com tampa
verde, que carrega o fluido hidráulico para abastecer, caso necessário, as
esferas da suspensão traseira, que trabalhavam para manter o carro nivelado
quando carga era colocada no porta-malas, e o sistema de freio.
Essas esferas são de fabricação da
Citroën, e são similares às usadas nos carros dessa marca com suspensão
hidropneumática. O problema é a
manutenção desses componentes. O acesso é difícil e tem que ser feito pelo
porta-malas, justamente onde há toda essa incrível quantidade de sistemas,
atrás do banco traseiro.
Velocímetro para os passageiros do banco traseiro e dois telefones |
Mesas, telas, espaço |
Aparelho de fax |
Espaço para quase qualquer coisa |
O DVD player |
As esferas de suspensão ficam escondidas nos cantos superiores, acima de tudo isso |
Compressor do refrigerador, incrível |
O Turbo RT é uma
continuação do Turbo R, que tinha menos equipamentos e era quase 200 kg mais
leve. De se notar que um carro com tração nas quatro rodas bastante grande como
um Range Rover, pesava 2.049 kg nesse mesmo ano. Repetindo, o Turbo RT pesa 2.476
kg. Dessa forma, a melhor marca de
consumo pisando educadamente, é de quase 8 km/l em viagens tranqüilas por
estradas sem trânsito. Andando rápido, com aumentos e diminuições de velocidade
a todo momento, nada além de 2 km/l. Isso de gasolina sem álcool, bem
entendido.
Para parar a massa
monstruosa, freios a disco ventilado e duas pinças nas rodas dianteiras, com
ABS obviamente, mas com mais sensibilidade no pedal do que o necessário,
provocando um certo desconforto em frenagens fortes. Tranco é a palavra que
melhor descreve a situação.
O sistema de freios dos
RR e dos Bentley dessa época era originários de um conceito que surgiu nos anos
1930, e foi evoluindo. Há duas bombas hidráulicas movidas pela caixa de câmbio,
que mantém fluido sobre pressão guardado em acumuladores. Quando se freia, esse fluido é liberado por válvulas, e a pressão transmitida às seis pinças de freio.
Não é simples, e requer manutenção no sistema de alavancas interligadas ao
pedal. Folgas nessas alavancas alteram tanto a sensibilidade no pedal quanto, em caso de muita folga, a
capacidade de frenagem. Ponto negativo, sem dúvida, pois depende de verificações constantes, mas uma diversão para quem gosta de fuçar em automóvel.
Para fazer curvas, é
lógico que não seria fácil. Os engenheiros optaram por amortecedores de
controle eletrônico para minimizar as rolagens que toda a massa impõe ao carro,
e o resultado é bom, sendo impossível existir a agilidade de um carro menor.
Comparado ao RR Silver Spirit que não tem esses amortecedores, é muito mais aderente, rola menos, é mais
firme e começa a flutuar apenas a uma velocidade
muito maior.
Mesmo assim, com
inclinação grande, pneus guinchando e passageiros protestando, o Turbo RT faz
curvas rápido, muito mais rápido do que se supõe ser possível.
Os quatro cantos têm
suspensões independentes. Na frente, dois braços triangulares sobrepostos fixados em um sub-chassis, molas helicoidais e os amortecedores já comentados, com
controle eletrônico, além de barra estabilizadora. Atrás, braços longitudinais
semi-arrastados em forma de A com desenho de pernas de tamanho desigual, fixados a uma travessa, quase um sub-chassis, à frente da suspensão, dois braços adicionais longitudinais, molas helicoidais, os amortecedores eletrônicos e
barra estabilizadora. No desenho abaixo, aparece também uma peça grande que é o alojamento do diferencial, que passa a força às rodas traseiras via semi-eixos. Nada de eixo rígido.
Dianteira, note a duas pinças de freio |
Suspensão traseira independente por braço arrastado |
Por ser de concepção
antiga, o carro não é tão suave quanto um Mercedes, BMW ou Jaguar, muito mais
baratos, mas produzidos em massa e por isso, muito menos exclusivos e
especiais.
Dentro, pouco precisa ser explicado, fotos
deveriam bastar para este Bentley ser entendido por qualquer pessoa, mas vamos lá, é tudo
tão agradavelmente aristocrático para esse contraste de pobreza plástica de
carros modernos que dá gosto descrever.
Cores não são obstáculo
para um Bentley. O cliente sempre pôde escolher qualquer tipo de cor ou
combinação. Por mais estranha ou esdrúxula que seja, a fábrica sempre
solucionou o caso, fazendo o carro como o cliente pede. No interior, como nos Rolls-Royce, sempre foi
usada madeira de verdade, normalmente lâminas cortadas da raiz da nogueira, o
pé de noz, polidas com cêra de abelha por discos abrasivos. O resultado de
tamanho trabalho artesanal com uma matéria natural pode ser muito bem imitado
com o popular plástico e filmes adesivos, o que leva a marcas sem história a
copiarem marcas nobres e impressionarem os desavisados. Apenas por esse fato,
acabamentos que imitam madeira deveriam bloquear a compra de qualquer carro que
não fosse um Rolls-Royce ou Bentley.
Interior de acordo com gosto pessoal do cliente |
Combinação interessante de cores |
Apenas espetacular |
A madeira é madeira, não plástico. Mundo diferente |
O couro Connolly, lá de
onde os bois e vacas pastam onde as árvores não tem cascas para evitar riscos
na pele, combina com o carpete de espessa lã verdadeira, algo que só de
imaginar já provoca a queima de meu velho aspirador de pó.
O painel de
instrumentos fala por si só, com seus instrumentos em quantidade, qualidade e
acabamento em anéis cromados de metal, nada de plástico cromado, e um
computador de indicação de problemas com mostrador digital bem no meio de
velocímetro e conta-giros. Os painéis dos Bentley sempre foram algo de se
apreciar demoradamente, mesmo em fotos. Desde o início da marca são inspirados em
aviões, com o máximo de instrumentos que fosse possível, dispostos de forma a
serem além de úteis, bonitos tecnicamente falando. Aquela beleza que é feita
por engenheiros. O marcador de nível de gasolina, por exemplo, tem mais de uma função. Com motor desligado, ele indica o nível de
óleo do motor.
Em três anos de
produção, de 1997 a 1999, foram construídos com esmero e amor apenas 252
unidades do Turbo RT, e apenas 56 da versão Mulliner, obra de fino artesanato mecânico.
Carro para quem usa o
coração e o estômago para escolher um carro, mas que obviamente precisava de
uma carteira bem grande para levá-lo para casa. Hoje em dia, usado, já não é
tão exorbitante para comprar, mas para manter decentemente sim. Tendo dinheiro,
vale a pena, já que não existe garagem que não seja valorizada historicamente com um Bentley dentro. Pena não ter ainda trinta
anos para poder ser importado legalmente.
JJ
JJ
Fotos: rrsilverspirit.com;bdcl.org; rrsilvershadow.com; .rrbew.co.uk; classicandsportscars.co.uk
Medidas as proporções, acho meu Fluence, que é grande e pesado, muito divertido e também muito competente quando o assunto é andar rápido e fazer curvas em boas velocidades. Mesmo com todo o seu tamanho e peso ele não tem medo de curvas e de andar rápido. Sinto muita confiança nesse carro, tanto quanto sentia no meus três Gol 1.6 que tive em seuqência. Eles faziam curvas como ninguém e deixaram muitos carros mais potentes para trás, em diversas "serras" por aí.
ResponderExcluirExcelente! Na verdade foram 252 Turbo RT e 56 Turbo RT Mulliner entre 97 e 99. Ha uma pequena confusão no fim do texto. Alguém sabe dizer como estão divididos os 7 Bentley importados oficialmente entre 93 e 96?
ResponderExcluirGuilherme,
Excluirobrigado por chamar a atenção para meu erro. Perdi a informação dos 56 Mulliner na edição, e não tinha visto.
Já está corrigido, obrigado.
Os importados sem dúvida estão nas mãos de pessoas que podem cuidar deles. Assim espero.
Meu caro Juvenal, não se sinta só. Tens aqui um ardoroso fã de grandalhões, de "barcas", como se diz. E ainda que grande não seja necessariamente sinônimo de lerdo, nem mesmo me importo se algumas "barcas" não tiverem desempenhos exatamente considerados como memoráveis por autoentusiastas em geral. Eu definitivamente amo esses carros a ponto de numa hipotética escolha entre um deles e um dos tais super-hiper-ultra-mega-baita esportivos, nem cogitar ficar com o esportivo metido a querer ser foguete. Espetacular post. ESPETACULAR! E agora me permita parar com esse papo, que vou gastar um bom tempo examinando essas fotos, me deliciando especialmente com cada detalhe desses interiores classudos, requintados, imponentes, luxuosos, e tentando imaginar o silêncio a bordo, a maciez do rodar, a textura desses bancos, desses carpetes, curtindo a beleza dessas madeiras... Com licença, vou buscar uma dúzia de babadores, e já volto.
ResponderExcluirFaço minhas as palavras do Mr. Car. Adoro uma banheira maravilhosa...
ExcluirOra ora ora, também prefiro as barcas aos foguetes de araque. Gosto da sensação de andar numa casa sobre rodas, imponente e luxuosa como eu mereço. De preferência com um bom modomo bem vistoso, que eu também mereço!
ExcluirA carroceria que encosta o retrovisor no chão nas curvas ou o consumo de torcida de futebol comemorando vitória de campeonato não me interessam. Me interessa é o couro macio, a madeira de lei perfeita para móveis coloniais e muita pompa
Mr. Car e João Guilherme Tuhu,
Excluirobrigado, adorei que tenham gostado do texto e das fotos. Eu não me canso de procurar fotos desses carros e apreciá-las em detalhes. Seria ótimo se algum dono de um Bentley aqui no Brasil nos contatasse para uma matéria. Prato cheio para esmiuçar detalhes.
Gostei muito do British Racing Green da 9ª foto, cor , ao meu ver, "obrigatória" em carros britânicos, seja Mini, Jaguar,Land Rover, Bentley ou Rolls Royce.
ResponderExcluirOlhando para essa solução de pinça dupla dianteira no Bentley, fico me perguntando se essa não seria uma boa para acabar com essa história de discos de freio do tamanho de pizzas que obrigam a rodas de aros gigantescos e pneus de perfil ultrabaixo que acrescentam massa não-suspensa que é uma beleza.
ResponderExcluirNão esqueçamos que a popularização do disco dianteiro de freio deveu-se justamente ao fato de que os tambores estavam aumentando cada vez mais de tamanho e obrigando a rodas maiores. Quando vieram os sistemas de disco dianteiro, foram permitidas rodas de tamanho menor, que possibilitaram caixas de roda menores e mais liberação de espaço interno nos veículos. Logo, essas pinças duplas dianteiras poderiam ser pensadas com mais carinho, uma vez que o diâmetro da parte interna da roda não precisa ser alterado, uma vez que já pensado para não raspar na pinça. Provavelmente a pinça extra nem de longe acrescente o tanto de massa não-suspensa que acrescenta o usual conjunto que hoje vemos com disco (de pizza), pinça, roda gigantesca e pneu ultrabaixo.
Hoje tem-se sistemas de pinças com múltiplos pistões de alta eficiência, dispensando o uso de duas pinças ou mais. Carros que ainda contam com duas pinças normalmente são aqueles onde na traseira uma é responsável pelo freio de estacionamento e outra, pelo freio de serviço. Os discos grandes garantem não só uma "maior alavanca" e "maior área de atrito" como também melhoram a refrigeração do conjunto, além de serem extremamente imponentes, o que agrada ao dono e área de marketing. Apesar de grandes, muitos sistemas de "big brake" são mais leves que um freio convencional, visto os materiais de fabricação nobres se comparados aos materiais e fundições utilizados em carros de produção populares (por ex. pinças grandes em alumínio x pinças convencionais em ferro fundido, discos em aço x discos cerâmicos, etc.).
ExcluirPor último, os tambores não caíram em desuso apenas pelo seu tamanho mas também pois são sistemas complicados, propenso à falhas inclusive pela sujidade armazenada pelo próprio desgaste da lona e entrada de contaminantes, de manutenção trabalhosa e criteriosa, contra um sistema extremamente barato e longevo de pinças, pastilhas e disco. Já comparou a quantidade de peças que um sistema a tambor tem a mais que um à disco? Pois é!
Chama-se custo. Pinças com vários pistões ou então pinças duplas custam mais e agradam menos do que discos e rodas maiores
ExcluirCarro sensacional, feito a moda antiga.
ResponderExcluirGrande post, JJ
Abraço!
MAO
Que viatura maravilhosa, que texto maravilhoso, daquele que faz todo mundo ficar louco de vontade pra ter um carro desses. Bom demais.
ResponderExcluirJuvenal, não é só você que tem paixão por carros grandes. eu também compartilho dessa paixão. Até das tão injustiçadas minivans eu gosto! Sou louco para comprar uma Toyota Prévia... pena que não acho uma em bom estado.
ResponderExcluirEu conheci a marca Bentley através de um poster do modelo Continental R, e confesso que desde então fique fascinado pelos carros dessa marca. A qualidade de construção desses modelos é impressionante, a motorização espetacular. Pena ser acessível para tão poucos.
E para quem duvida da capacidade deste carro em oferecer esportividade com conforto, aqui vai uma dica interessante:
http://www.bentleyspotting.com/2007/02/bentley-turbo-r-racing-yes-title-is.html
acho animal essa limosine aí!
ResponderExcluirInteressante a almofada na parte interna do capô.
ResponderExcluirCarro espetacular, sem palavras.
Carlos Torres
Um espetáculo!
ResponderExcluirObrigado MAO. Sua opinião é sempre benvinda.
ResponderExcluirMas o MAO e seu amigo
ExcluirNao vale JJ
He he he ...
Anônimo,
Excluiro MAO quase sempre elogia meus textos, até mais do que eu mereço.
Sou grato a todos que me lêem, independentemente de gostarem ou não.
Nada no mundo pode ser mais lindo que um sedan com rodas esportivas... me lembra um 406 V6 azul com rodas do 406 Coupe que vi certa vez na CCS da família.
ResponderExcluirPessoalmente sempre vi os Bentley como "o Rolls-Royce de bermuda"... sofisticados e elegantes como os primos, mas com um toque de esportividade e ousadia a mais.
Na fase John Gardner dos livros de 007 um dos carros pessoais de Bond é o antecessor do Turbo, o Mulsanne, comprado com a herança deixada a ele por um tio... verde com interior magnólia
Post sensacional!
ResponderExcluirO Bentley Turbo RT é seguramente um dos artefatos automotivos mais fascinantes e classudos que poderiam habitar uma garagem de colecionáveis.
O tamanho e o conforto dos grandes sedans americanos dos anos sessenta/setenta(Continental, Cadillac, Fifth Avenue...etc), com acabamento Rolls e o desempenho de uma BMW 750 e seus numerosos pistões.
Seguramente esse sedan é um dos carros preferidos de muita gente.
MFF
Ótimo artigo ! Obrigado !
ResponderExcluirIncrível esse compressor de geladeira! Lindo carrão sisudo!
ResponderExcluirJoão Paulo
O melhor post da semana! Parabéns
ResponderExcluirSó eu lembrei do Opala Diplomata 1992 ao olhar a traseira?
ResponderExcluirEste comentário foi removido por um administrador do blog.
ExcluirTalvez pelo formato das lanternas..
ExcluirMas o porte desse Bentley ao vivo e totalmente outro
Impressiona...
A mim também lembrou esse Opala.
ExcluirFormato das lanternas horizontal e que lembra os Opalas de 1980 em diante, balanço traseiro bem longo e coluna C ligeiramente inclinada e fluida. Isso de fato lembra um pouco a barca da Chevrolet. E cá estamos nós novamente falando de Opala...
ExcluirMuito embora prefira o Continental R, sem dúvida alguma um Bentley sempre será um Bentley. Sempre surpreendente, sempre refinado, sempre construído observando os mínimos detalhes.
ResponderExcluirPoucas indústrias no mundo, seja de que produto forem, conseguiram atingir o nível de excelência de um Bentley ou Rolls-Royce.
Quantos Bentley existiriam no Brasil?
Dessa geração, foram importados três exemplares: dois Brooklands e um Turbo R. Um Brooklands está à venda na Private Collections, praticamente zero km. Vejam o anúncio, com fartura de fotos:
Excluirhttp://www.privatecollections.com.br/galeria.php?cat_id=2&id=1401
Nessa época, a Bentley era representada pela Via Reggio, que pertencia aos irmãos Regino. Também importava Rolls-Royce (um ou dois exemplares, até onde eu sei) e Ferrari. Essa empresa teve vida curta, pois logo em seguida a Regino Import perdeu a representação da BMW e tudo foi por água abaixo. Um caso estranhíssimo, que permanece nebuloso até hoje...
Bacana, Eurico, compartilhar seus conhecimentos.
ExcluirQuanto ao Regino, acho que a investigação vale um post...
Abraço.
CSS
Diga-se de passagem está sendo oferecido por um valor até que bem atrativo. Quem me dera poder...
ExcluirEurico Jr.
ExcluirEsse carro está a venda há bastante tempo. Vai aparecer alguém sensato e com dinheiro, e levá-lo embora.
O preço ? por mim, uma bagatela, já que custa o mesmo que dois Golfs GTi novos, algo que jamais terá um milésimo da carronalidade de um Bentley.
Vale cada centavo.
Obrigado pela dica. Mega Sena toda semana, amigo !!!!
Juvenal,
ExcluirConcordo plenamente, vale cada centavo MESMO! E eu já comentei com amigos: em caso de Mega Sena, será a minha primeira compra! Fui vê-lo pessoalmente, é fantástico... sem mencionar que está zerado!
Em tempo: o Bentley Turbo R foi comprado pelo empresário Lawrence Pih, conhecido ferrarista (já teve F40 e F50) e militante do PT. Cheguei a ver o carro na porta do saudoso Pandoro, que coincidentemente ficava em frente à Private Collections. Desconheço se ainda está com ele ou foi vendido.
ExcluirA melhor parte de um automóvel desse padrão, é que ele consegue manter a mecânica e a elétrica funcionando "justas" durante mais de 40 anos sem a necessidade de grandes manutenções...
ResponderExcluirespetacular o texto. Sempre fui partidário de carros grandes. E também sou apaixonado por baixas rotações. Nada melhor que viajar a 120km/h a 2.000rpm.
ResponderExcluirOi Juvenal, excelente post... foi como nos tele-transportar para uma outra era, um outro mundo... onde Churchill dizia que "se contentava facilmente com o melhor"...
ResponderExcluirAcho incrível um país ter uma fábrica onde seus funcionários tenham realmente orgulho do que fazem, mesmo sabendo que dificilmente terão condições de adquirir seus produtos...
O controle de qualidade é a satisfação de fazer algo pra durar, pra ser admirado.
E, pelo visto, é assim até hoje. Lá.
Abraço!
Só o JJ pra me fazer olhar com outros olhos para carros que, a princípio, julgava não ter nada de realmente memorável!
ResponderExcluirMaravilha de texto! Também gosto muito de carro grande, só não tenho um modelo maior para uso diário por falta de espaço na garagem. Essas carrocerias do Bentley Turbo RT e seus contemporâneos Rolls-Royce são as mais belas de ambas as marcas já produzidas, em minha humilde opinião. Têm um desenho simples e sóbrio, mas que impõem respeito onde quer que estejam.
ResponderExcluirE os interiores são um caso à parte, de qualidade construtiva ímpar. Nessa combinação de couro bege claro ou mais para caramelo ficam simplesmente fantásticos! Passaria horas e horas a fio só admirando o interior.
Muito bacana o texto, JJ. Pena agigantada!
ResponderExcluirAbraço!
Eu gostei mesmo desse velocimetro colocado a frente do banco de traz
ResponderExcluirComo chefe, iria acompanhar a velocidade e, se muito alta, daria uma bela bronca no meu motorista!
Hum... Voce deve ser parente do Mr. Car !
ExcluirSó pode..
Post épico! AUTOentusiasmo na veia, em dose cavalar (e bota cavalos nisso). Engraçado ter sido postado um dia após o Bob ter mostrado, com igual entusiasmo, a antítese do V-oitão, o novo e leve motor VW 1,6L MSI - EA-211. Quem gosta da coisa, sabe valorizar tudo de bom que os diferentes conceitos podem proporcionar. Esse blog está me deixando adicto...
ResponderExcluirPosts como esse são a glória.... Parabéns!
ResponderExcluirBentley Turbo RT :
ResponderExcluirhttps://www.youtube.com/watch?v=jmm0i79jy04
https://www.youtube.com/watch?v=MVLnYFN5QH4
Mais vídeos:( Vale a pena assistir)
ResponderExcluir505hp Bentley Mulsanne 6.75-liter V8 Engine Build:
https://www.youtube.com/watch?v=mvYdxAQWxnc
Torque Monster: The Mulsanne Motor - /INSIDE BENTLEY:
https://www.youtube.com/watch?v=ognls0B6zS0
A todos que agradeceram, gostaram ou apenas leram: meu muito obrigado.
ResponderExcluirRealmente espetacular.Eu como gosto também de barcas ,como eram chamados os meus opalas (gente
ResponderExcluirinvejosa) só posso focar lendo o texto muito bom por sinal e olhando as fotos. Sonhar ainda é possível.