(Foto: Paulo Keller) |
E assim se passaram quase dois anos com o XK120
vivendo na fazenda. Nos fins de semana, feriados e férias saíamos para passear.
Quer coisa melhor para um carro esporte velho de guerra e ainda gozando de
plena saúde? Bom descanso num fresco barracão de fazenda, cabos da bateria
desconectados, lençol velho cobrindo suas linhas curvas, e volta e meia
aparecendo um animado rapazote para o descobrir, lavar, polir, olhar níveis da
água, óleo de cárter, fluido de freio, pressão dos pneus, e o levar para
passear, correndo sob sol forte ou intermináveis noites frias.
Nada de trânsito, nada de montes de carros ao seu redor, e só volta e meia um racha com algum ignorante que ousasse desafiá-lo. Era sair dali do barracão, esquentar o massudo seis-cilindros, fazendo com que os onze litros de óleo do cárter lhe circulassem pelas veias, e seguir por uma estradinha de pedregulhos para logo sair para a vazia estrada de asfalto.
Nada de trânsito, nada de montes de carros ao seu redor, e só volta e meia um racha com algum ignorante que ousasse desafiá-lo. Era sair dali do barracão, esquentar o massudo seis-cilindros, fazendo com que os onze litros de óleo do cárter lhe circulassem pelas veias, e seguir por uma estradinha de pedregulhos para logo sair para a vazia estrada de asfalto.
Rodar com ele pela estradinha de pedregulho, lembro bem, era rodar bem devagar para a poeira não subir, era cuidadosamente desviar de cocô de vaca, era ir devagar mesmo. As árvores da avenida da fazenda se refletiam no brilhoso longo capô. Nessas, crescia a ansiedade pela saída ao asfalto, como se cada árvore que passasse contasse um ponto a mais no nível de ansiedade.
Melhor, pois enquanto isso motor e câmbio esquentavam a ponto de podermos pegar o asfalto e já sair babando. Sua 1a marcha não era sincronizada, daí que rodando, só na base de dupla-embreagem. Mas isso não era sempre necessário, pois o motor era tão elástico que bastava estar em movimento, por mais lento que fosse, que a 2a dava conta de acelerá-lo rápido.
(foto: Paulo Keller) |
E assim foi, até que comecei a descobrir que
também amava o mar. Comecei a surfar e só pensava nisso, nos prazeres e
desafios que o mar me prometia, e para as viagens ao mar eu precisava de outro
tipo de carro, um carro prático, o oposto ao XK, e não tinha dinheiro bastante
para comprar um Fuscão sem ter que vender o XK.
Daí o trouxe a São Paulo para vendê-lo. Vários anúncios no jornal e nada de interessados, nada. Enquanto isso, ele me levava à escola, colegial, onde volta e meia meus amigos tinham a disposição de o pegarem – já que ele não tinha travas nas portas nem na direção –, empurrarem do pátio da escola e o esconderem em ruas ao redor. E toca eu lá a procurá-lo pra ir pra casa.
Nos fins de semana saíamos para ir ao Rick Store, um tipo de lanchonete que vendia crepes em frente ao Shopping Iguatemi, onde juntava a moçada e volta e meia saíam uns rachas na Av. Faria Lima, tipo de farol a farol, arrancada, 1ª, 2ª e 3ª, e volta e meia o XK ralava um Opala aqui e outro Dart acolá. Comigo guiando, garanto, esse carro nunca tomou pau.
Passaram-se meses, eu preocupado, pois não conseguia vender o carro, até que certa tarde apareceu um senhor baixo e magro, que chegou e fechou negócio sem chiar. Na hora dele assinar o cheque de 13.500 cruzeiros (já o cruzeiro que veio depois do cruzeiro novo) sua mão tremia e tremia bastante, e foi nessas que desconfiei que estava fazendo um negócio ruim, mas, paciência; eu precisava partir para outra fase de minha vida e não me arrependo. Não há valor para os momentos sublimes que o mar me deu, dá e, espero, dará.
E assim se passaram os anos. Eu o vendi em 1973 ou 1974, e lá por 2002, estando conversando com o presidente do Jaguar Club, William Halberstadt, numa garagem em comum de vários colecionadores, contei-lhe do meu XK e mostrei-lhe a foto. Perguntei-lhe se não sabia do paradeiro do carro. Ele olhou a foto e apontou para o meu lado. Aquele XK120 vermelho, olhando pra mim, era o meu carro. Sim, o William o tinha reformado, pintado de vermelho, colocado rodas raiadas e trocado o câmbio, que agora era todo sincronizado, da Jaguar. Creio que trocara o motor também.
O "meu" XK120 hoje, com colegas (foto: William Halberstadt) |
Sentei no carro, mas tudo, apesar de quase
igual, era diferente. Não era mais o meu carro. Não sei bem por que, nem pedi
para guiá-lo; talvez para não bagunçar as nítidas lembranças que dele tinha.
Fui embora, ao menos consolado por ele estar em boas mãos, pois o William é dos
que pilotam o fino e colocam seus carros para andar. Com outro XK, um 150, ele
foi rodando daqui para a Argentina, lá correu o rali 1000 Millas, na época em
Mendoza, e voltou, e sem ter problema algum, nem pneu furado.
Passados uns anos o William me disse que vendera o “nosso” XK ao piloto Xandy Negrão e parece que está com ele até hoje. Que seja.
Pelo detalhe da placa, parece que ele não se esqueceu do AK... (foto: William Halberstadt) |
E há uns cinco anos, quando eu ainda fazia umas
matérias para a Car and Driver Brasil, conversando com o Eduardo, um dos sócios
da R&E, uma das melhores restauradoras do Brasil, ele me falou que
restaurara um XK120 de 1949, um daqueles primeiros 250 de alumínio. Estava
vermelho, rodas raiadas, como hoje está o “meu” XK. O dono do carro, por
coincidência, eu conhecia. Marcamos de andar nele e tirar umas fotos – fotos
que aqui estão, tiradas pelo primo Paulo – e nessas voltei a guiar um XK120.
Tudo igual sem ser igual. Guiei-o sabendo certinho tudo o que ele iria fazer.
Momento de lembrar (foto: Paulo Keller) |
A gente não esquece. Pode o tempo passar, que a
gente não esquece nem dos detalhes. E o “meu”, tenho certeza, também nunca irá
me esquecer, nunca esquecerá das alegres aventuras que teve com aquele rapaz.
E foi tão meu amigo que há de compreender e me perdoar por tê-lo vendido.
AK
Detalhes
Roberto Carlos
Não adianta nem tentar
Me esquecer
Durante muito tempo
Em sua vida
Eu vou viver...
Detalhes tão pequenos
De nós dois
São coisas muito grandes
Prá esquecer
E a toda hora vão
Estar presentes
Você vai ver...
Se um outro cabeludo
Aparecer na sua rua
E isto lhe trouxer
Saudades minhas
A culpa é sua...
O ronco barulhento
Do seu carro
A velha calça desbotada
Ou coisa assim
Imediatamente você vai
Lembrar de mim...
Eu sei que um outro
Deve estar falando
Ao seu ouvido
Palavras de amor
Como eu falei
Mas eu duvido!
Duvido que ele tenha
Tanto amor
E até os erros
Do meu português ruim
E nessa hora você vai
Lembrar de mim...
A noite envolvida
No silêncio do seu quarto
Antes de dormir você procura
O meu retrato
Mas da moldura não sou eu
Quem lhe sorri
Mas você vê o meu sorriso
Mesmo assim
E tudo isso vai fazer você
Lembrar de mim...
Se alguém tocar
Seu corpo como eu
Não diga nada
Não vá dizer
Meu nome sem querer
À pessoa errada...
Pensando ter amor
Nesse momento
Desesperada você
Tenta até o fim
E até nesse momento você vai
Lembrar de mim...
Eu sei que esses detalhes
Vão sumir na longa estrada
Do tempo que transforma
Todo amor em quase nada
Mas "quase"
Também é mais um detalhe
Um grande amor
Não vai morrer assim
Por isso
De vez em quando você vai
Vai lembrar de mim...
Não adianta nem tentar
Me esquecer
Durante muito
Muito tempo em sua vida
Eu vou viver
Não, não adianta nem tentar
Me esquecer...
Puxa AK, muito bom ter o Natal brindado com uma história dessas. Parabéns e que 2013 venha com muitos quilômetros rodados!
ResponderExcluirIsso mesmo, CSS! Um Feliz Natal a todos nós e muita diversão ao volante no ano que entra.
ResponderExcluirabração,
Assisti ontem na tv o filme Segundas Intenções e qual o carro do protagonista, um XK 120 preto, lindo, que aparece várias vezes no decorrer da trama!
ResponderExcluirReynaldo,
ExcluirO carro do filme é um XK 140, reconhecível pelos para-choques largos. Além disso, o personagem que o dirige diz, a certa altura (na cena da aposta), que "it's a 1956 Jaguar Roadster" - e o XK 120 parou de ser produzido em 1954.
Mas, tem razão: o carro é maravilhoso. Particularmente, dos três modelos que compuseram a família XK (120, 140 e 150), é o meu favorito.
Obrigado Alexandre, acho que perdi essa cena.
ExcluirConfesso que correu uma discreta lágrima ao ler o seu texto e relembrar dos meus amigos de lata que se foram e deixaram saudades...
ResponderExcluirQue otimo presente de natal AK! Obrigado!!
ResponderExcluirLinda história Arnaldo. Presente da Natal.
ResponderExcluirAK,já escreveu, ou pretende escrever, algum livro sobre automóveis? Seria o que eu pediria como meu presente de Natal em 2013...
ResponderExcluirRafael,
ExcluirEscrevi, sim, um livro. Chama-se Um Corvette na Noite, Editora Alaúde. Dá pra comprar pela net. Mistura de ficção e realidade. Distrai.
AK,
ResponderExcluirEle estava tão diferente assim a ponto de nem querer dar uma volta? Mesmo com tantas mudanças ao longo dos anos, de uma forma ou de outra ele continua sendo o seu XK do início dos anos 70, aquele de tantas aventuras.
E lembro que tinha comentado que no início tinha uma morena na história, depois passou para duas loiras e que só faltava uma ruiva. Bem, ele agora está vermelho...
Marcos,
ExcluirNão sei bem, mas, como disse, algo me disse que seria melhor deixar quieto.
E pode até ter pintado uma ruivinha na história, mas a memória não é tão boa assim. Se viesse seria bem vinda.
Pensando bem, um Jaguar como esse ser comparado a uma ruivinha não é muito lógico. Seria mais algo como um irlandês bêbado procurando briga.
ExcluirParabéns Arnaldo, li todos os seis textos e fiquei maravilhado com as historias.
ResponderExcluirParabéns, o ultimo texto é um ótimo presente de natal.
Obrigado.
Poxa, é difícil ler um texto "automotivo" com tanto conteúdo e com tanto significado. Me sinto completamente ambientado, passei a conhecer detalhes de um carro e de uma época com muito mais profundidade e, principalmente, há muitas lições de vida. Entender que cada fase tem sua importância, o desapego, saber deixar as coisas partirem. Bom, já falaram, mas repito: um belo presente de Natal, AK!
ResponderExcluirAbraços a todos do AE, ótimas festas e um magnífico 2013.
Em tempo: a qualidade dos comentários subiu muito! Agora dá gosto de comentar, mantenham neste formato.
Abs
Quase chorei aqui,gostei de todos os capitulos da história,só me resta pedir a Deus tambem que me dê histórias tão lindas pra contar,e que você viva outras tantas ainda melhores que as que conta.Amém
ResponderExcluirValeu, Felipe!
ExcluirObrigado!
Vontade não falta.
abraço,
Rick Store, uma espécie de galeria ou mini-shopping, daqueles de praia, que foi construído em frente ao Iguatemi. Tomei muito sorvete de limão ali. Começou parecendo um lugar "micado", mas depois virou "point"da moçada.
ResponderExcluirÔ Arnaldo, você também era Bruneleiro? Frequentador do Pandoro?
Lorenzo,
ExcluirPandoro, não. Lá era de boy e mais velhos. Eu era moleque ali no meio. Mas Brunella, sim, pois morava vizinho a ela, na Gabriel, uma só casa nos separando. Vendemos muita manteiga da fazenda pra eles lá.
AK,provavelmente nos cruzamos nestes lugares, tenho a mesma idade que voce, e andava pelos mesmos lugares, Rick, Iguatemi, Brunella, Augusta com carros e motos de qualquer tipo, até uma velha Jawa 250, entre outras. Bons tempos aqueles....
ExcluirNos nunca temos ou possuímos, de verdade, um carro antigo...
ResponderExcluirNa realidade o cuidamos e conservamos ate que este passe para as mãos de outro maluco, apaixonado como nos, com a doença da ferrugem nas veias
A existência de um clássico e muito maior que nossa breve passagem por esse mundo
Mas que assim seja e que cada um guarde e leve consigo o prazer de conviver com eles!
Bacana demais, Arnaldo. Mas, se me permite, uma observação pode atenuar um eventual arrependimento por ter vendido o XK: observando as QR da época e fazendo atualizações financeiras, tenho a impressão de que quando vendeste o carro, ele valia muito pouco mesmo. Digo monetariamente, não em termos de sentimentos.
ResponderExcluirA desvalorização naquele tempo de carros que fugiam do convencional era brutal. Veja bem: em 1972 um Galaxie com 5 anos de uso valia menos de um quarto do preço de um novo. Fazendo as contas pela tabela do BC temos algo em torno de 35 pilas para o usado e 150 para o novo.
E no inicio da década de 80 era mais brutal ainda: em janeiro de 81, um Charger RT com 7 anos de uso, valia menos de um doze avo de um novo! Hoje seria 4800 rex para o usado e 60 contos para o novo. Que carro atual que desvaloriza de maneira tão acentuada?
Não duvido que o querido XK tenha sido mais barato que a prancha de surf top da época...
Abração!
Lucas CRF
Arnaldo, meus parabéns pela série de posts sobre o Jag, espero que essa seja a primeira de uma série de histórias que você e todos as pessoas que participam do blog estejam dispostos a dividir conosco, nos fazendo sentir exatamente como se estivéssemos no banco do passageiro do XK120...
ResponderExcluirConversei com o BS sobre isso no Rally de Regularidade de Interlagos, e aguardo histórias como essas de todos vocês...
Valeu!
ResponderExcluirMeu filho tem um cupê vermelhinho como esse, em sua coleção de miniaturas.
Poxa,Arnaldo,essa sensação de não ser a mesma coisa é o que também ocorre quando voltamos ao lugar onde moramos depois de muitos anos. O lugar pode até não ter mudado muito,mas não é mais a mesma coisa. É mais ou menos como o Fernando Sabino comentava,que não se toma um segundo cafezinho. Nunca será igual ao primeiro...
ResponderExcluirPor enquanto ainda não tive essa coragem de me desfazer do meu Brasília,pra contrariedade da minha mulher. E vez por outra o tiro da garagem pra me divertir um pouco e relembrar os tempos de moleque,quando ele ainda pertencia ao meu pai,e à época o velho VW me levava ao colégio,e,posteriormente,à faculdade. Francamente,a sua despedida do XK me deu nó na garganta...
Daniel, só vendi o XK porque precisava mesmo da grana. Se não precisasse, não o venderia. Se não precisar da grana da Brasa, não venda, ainda mais que ela foi do seu pai. Eu tenho um bugue que foi do meu pai e que não vendo por nada, nem debaixo de pauladas.
ExcluirDaniel,
ExcluirConcordo com o AK, não se desfaça de seu Brasília sem necessidade de dinheiro. Me arrependo até hoje de não ter ficado com o último Opala SS-4 1976 de meu saudoso pai. Como fazia faculdade àquela época, levaria muito tempo para eu reformar o carro e deixá-lo como gostaria (o carro estava meio judiado, precisando de cuidados diversos).
Mas, como forma de reparar o "erro", acabei comprando outro SS-4, mas ano 1980 (último anos dos SS), para reformar. Minha noiva quase me joga pela janela (fechada...) do apartamento, mas desse brinquedo não me desfaço por nada! O curioso é que foi praticamente o carro quem me encontrou. Fiquei fugindo do dito cujo por mais de um mês e, no final, ainda consegui comprá-lo...
Abraço!
Caro AK,
ResponderExcluirLendo este texto (e li todos da 'série') foi inevitável uma certa semelhança em um ponto: o que a gente não faz quando se apaixona pela surf, né?
As viagens que fazemos para surfar, os amigos que fazemos e o sentido de vida que gera é inexplicável.
Três coisas nunca sairão da minha vida: surf, guitarras e carros!
Abraços!
Feliz Natal!
Leo-RJ
Leo, faltou mais uma "coisa" aí, meu amigo. Pense bem.
ExcluirHahahaha... ok, ok!! Tem razão! São quatro coisas, afinal, não vivemos mesmo sem "ELAS" em nossas vidas... Não seriamos nada sem elas. ;)
ExcluirAbraços!!
Leo-RJ
Lucas, minha primeira prancha, uma Moby, custou 800 cruzeiros. Fuscão: 18.000 cruzeiros. Esse é o parâmetro. Meio parecido como hoje, uma prancha tá nisso, uns 800 reais e um Fuscão custaria uns 18 mil reais, caso os impostos pesassem tanto quanto naquela época, que eram menores.
ResponderExcluirHum, realmente a diferença é grande. Mas não deixa de ser curioso como carros que hoje são clássicos e supervalorizados, pouco valeram um dia. Agora, de férias, vou passear pelo arquivo da QR e procurar coisas interessantes.
ExcluirAbraço
Lucas CRF
Daniel, é por essas e outras que não vendo meu Voyage nem com reza brava... eu acompanho a vida deste carro desde o dia em que meu pai desceu a rua da casa hoje de minha mãe com ele há 18 anos atrás .. conheço cada arruela dele.... meu velho se foi infelizmente em Setembro último e as lembranças ficaram... tive diversos outros carros que fizeram companhia ao Voyage mas este é patrimônio de família... desde 2009 é meu, hoje roda em estado impecável com acessórios de época e uma mecânica forte debaixo do capô mas passa como original no aspecto, é minha relíquia, meu orgulho, orgulho de ser autoentusiasta! Forte abraço!
ResponderExcluirPois é,Gonzalez,penso que este é o verdadeiro espírito autoentusiasta,a história da minha Brasa foi mais ou menos igual,quando eu estava em casa em um final de tarde,e meu pai apareceu na porta e me chamou,dizendo:Vem cá ver a fera! Fui e entrei no carro feliz da vida,enquanto meu pai me levou pra dar umas voltas nele,logo em seguida me ensinando a dirigir justamente nela. Estava precisando de umas reformas,e reconstruímos rigorosamente tudo,aprendi a decorar cada parafuso e cada manha dele. Pra resumir,eu e o velho rodamos toda a região Sudeste com a Brasa,com confiabilidade impecável.Quando fui morar sozinho,bem antes de conhecer minha mulher,meu pai já tinha idade e enjoado de dirigir,mas como ele sabia que eu cuidava muito bem da Brasa,passou ele pra mim.Até hoje,quando visito meu velho,nós nos divertimos relembrando aquelas viagens... Meu Clio divide a garagem com ele,mas não me desfaço dele nem que os maias criem um novo fim do mundo! Este carro tem muita história acumulada nessas estradas da vida,mas,pra resumir,é "só isso tudo"! Grande abraço!
ExcluirRealmente um 'seriado' delicioso de ler e viver sentindo suas emoções. Alguns podem, até, achar meio piegas mas e daí? 'Macho' que não mostra emoções, pode ser qualquer coisa, mas não é macho mas sim um babaca. Aplausos intensos, Arnaldo.
ResponderExcluirArnaldo! Típico de quem foi muito apaixonado por aquilo ou aquela que não lhe pertence mais, verdadeiro respeito as boas lembranças: Melhor não experimentar... Assim como uma antiga namorada, que passados vinte anos sem ver nem sentir, um belo jaguar, com suas maravilhosas lembranças amplificadas pela ausência ou saudade não podem nem devem ser diminuídas pela realidade nua e crua que fatalmente o mesmo tempo produziu... Belo texto, boas festas, e , só para ser redundante: Desta vida a gente só leva a vida que a gente leva...Parabéns!
ResponderExcluirArnaldo, essa maravilhosa história deixou um gostinho de "quero mais". Que tal um comparativo entre os seus carros preferidos? Ou melhor, entre 3 dos meus carros preferidos que você conhece como poucos e também adora:
ResponderExcluir- Jaguar XK 120
- Corvette Stingray
- Alfa Romeo Giulia
Só uma sugestão, mas daria um texto espetacular!
Anônimo das 12:41
ExcluirComparativo entre eles não dá. São muito díspares. Mas já fiz um comparativo entre o Stingray e o E-type. Aqui está um post com fotos:
http://autoentusiastas.blogspot.com.br/2009/10/e-type-vs-stingray.html
E aqui está uma filmagem: http://www.youtube.com/watch?v=QIjhcE1nsTc
Ambas feitas pelo primo Paulo Keller. Na filmagem falo alguma coisa sobre eles, comparando-os.
e as historias das primas? heheheh
ResponderExcluirFechamento brilhante da série! Embora sempre fique aquele nózinho na garganta ao nos desfazermos de algum carro que nos era muito mais que uma condução, o motivo pelo qual você se desfez de seu XK120 era nobre. Como você mesmo comentou no primeiro post, eram outros tempos. Tenho muito vivo dentro de mim que cada evento, cada acontecimento ocorre em seu tempo.
ResponderExcluirO mais bacana é saber que o carro continua nas mãos de quem o valoriza, de quem sabe apreciar um verdadeiro carro esporte.