Recentemente, a Mercedes divulgou um vídeo que simula a
utilização do motor de 2014 em Monza. Que tal comparar essa análise com a de
utilização dos pneus?
No final, uma solução simples para um velho problema.
Autódromo de Monza
Situado dentro de um parque e construído em 1922, o autódromo de Monza é um local que dispensa apresentações: seu traçado ultra-rápido e o aposentado oval com curvas superelevadas são informações que nem precisam ser armazenadas em um disco rígido. A topografia quase plana e o lay-out propício para alta velocidade em seus 5.792 metros, um dos mais extensos da F-1 atual, combinação que demanda rotação máxima dos motores na maior parte de cada volta, percorrida por um F-1 à velocidade média próxima dos 240 km/h. Por isso mesmo é considerada um local apropriado para testes de resistência dentro de um contexto comparável ao da 24 Horas de Le Mans, na França.
Ilustração de Sergio Baratto para o site do autódromo de Monza |
Nos vídeos da Mercedes e da Pirelli pode-se ouvir o som de um motor turbo 1,6-litro V-6 – especificação que será usada na F-1 a partir de 2014 – e as cargas que atuam nos pneus durante uma volta no circuito situado nos arredores de Milão, respectivamente. Veja-os:
Mercedes-Benz:
Pirelli:
Depois de assistir aos vídeos acima, recomendo acessar este site da Pirelli para encontrar inúmeros vídeos sobre a tecnologia dos pneus, especialmente os de F-1.
Na peça da fábrica alemã é notório que as trocas de marchas são feitas de uma maneira seca, típica de um motor comandado por um programa de computador; já no clipe italiano é interessante a interpretação cromática de como a aerodinâmica e a mudança de direção atuam no elo entre o carro e o asfalto. Como a aerodinâmica é um fator que jamais pára de evoluir e o torque dos motores turboalimentados será maior que o dos atuais, já se cogita em alargar os pneus traseiros. Mas isto é outra história.
Berço do que mesmo?
Largada da prova de F-Jr em Tarumã (foto: Dudu Leal) |
Poucos estados brasileiros podem exibir um automobilismo
tão forte e tradicional quanto o Rio Grande do Sul, porta de entrada das
carreteras e das provas de estrada no início do esporte no Brasil e onde a atividade
regional é das mais fortes, independente dos desmandos que afetam esta prática
no País. Em uma atitude sensata e eficiente, a Federação Gaúcha de Automobilismo
investiu num programa para resgatar os monopostos nacionais da safra de
1990/2000 e agora colhe os dividendos em uma categoria que atrai cada vez mais
os jovens recém-saídos do kart, o que confirma o valor inquestionável desse
trabalho.
Daí a chamar o Rio Grande do Sul de “estado berço dos fórmulas” como fez o presidente da Confederação Brasileira de Automobilismo Cleyton Pinteiro, vai uma grande distância e uma grande falha. Ao alegar que “em 1971, a comunidade do esporte a motor (do Rio Grande do Sul) comprou vários monopostos Bino construídos por Luiz Antônio Greco para lançar a Fórmula Ford brasileira” mostra, no mínimo, uma observação imprópria e oportunista. Nos raros arquivos do automobilismo brasileiro há registro de apenas duas tentativas de desenvolver modelos locais, obra e graça de Luiz Fernando Cruz e Paulo Francisco Ratkiewicz, nenhum deles vingou para uma produção em série.Quanto aos campeonatos os mais populares sempre aconteceram em nível nacional.
Carrera Panamericana
Hudson Hornet na Carrera Panamericana (carrerapanamericana.com.mx) |
Começa a ganhar embalo a preparação da edição 2013 da
Carrera Panamericana, prova de estrada disputada anualmente nas estradas
mexicanas. Criada em 1950, a corrida (carrera, em espanhol) se desenrolava de norte a sul do México, de Ciudad Juarez a Ciudad Cuauhtémoc, num total de 3.373 km em seis etapas, viveu o auge das provas de estrada mas deixou de ser realizada em 1954, após apenas cinco edições, por falta de segurança. Atualmente a competição é disputada
em um formato misto, que inclui etapas contra o relógio nos quais as estradas são
fechadas ao trânsito normal – e na qual praticamente qualquer tipo de
veículo pode competir.
Ford Mustang na Carrera Panamericana (carrerapanamericana.com.mx) |
Várias oficinas e preparadores do México, Estados Unidos
e Europa desenvolvem projetos especiais para a “Pana”, como a prova é chamada pelos
seus organizadores, o casal Eduardo León e Monica Grossmann. A edição deste ano acontece entre os dias 25
e 31 de outubro; inscrições e mais informações podem ser obtidas neste link.
WTCC com novidades
Pechito López estreou vencendo no WTCC (fiawtcc.com) |
O argentino Pechito López entrou para a história do World
Touring Car Championship, o WTCC, ao vencer a primeira prova da categoria
disputada no circuito de Termas de Rio Hondo, em seu país, domingo último. A última
vitória de um piloto não europeu neste certame conquistada pelo brasileiro
Augusto Farfus (2009, Macau) e o último piloto a vencer na estréia na categoria
foi o holandês Duncan Huisman, em 2005, também em Macau. Curiosamente, os três
pilotaram carros da marca BMW.
O carro de Sébastien Loeb para o WTCC de 2014 (Citroën Media) |
Enquanto isso a Citroën continua desenvolvendo seu modelo
C-Elysée para disputar a temporada 2014 da modalidade. O projeto dá
continuidade ao programa de competição com Sébastien Loeb, que já conquistou
vários títulos para a marca francesa no Mundial de Rally e, há poucas semanas,
a vitória em Pikes Peak, a prova de subida de montanha mais famosa e difícil
em todo o mundo.
Corrida...por vagas e uma solução
Vem de Seul, capital da Coréia do Sul, uma boa idéia para facilitar a procura por uma vaga nos estacionamentos cada vez mais lotados. A criatividade, que foi patrocinada pelo petroleira S Oil, é explicada neste vídeo:
Uma boa idéia mesmo, mas que aqui quase certamente seria ameaçada por vândalos ou por papais querendo fazer a felicidade dos filhinhos ao levar o balão para casa ou lhes mostrá-lo ganhando o céu...
WG
A coluna "Conversa de Pista" é de total responsabilidade do seu autor e não reflete necessariamente a opinião do AUTOentusiastas.
Interessante o som do motor da Mercedes na nova especificação. Já deu para "ter uma ideia" de como será.
ResponderExcluirDigo isso, pois o som do vídeo provavelmente foi gravado em um ambiente fechado. Ao ar livre, em um autódromo, deve ser diferente. Sem falar que o som dos motores Mercedes de F1 costuma ser mais baixo que os demais. Normalmente Ferrai e Renault costumam "falar mais alto".
Caro Lucas,
ExcluirCertamente já dá para ter uma boa idéia: acredito que quando o animal for liberado para vagar pelos autódromos seus urros serão mais fortes e violentos...
Abraço,
Wagner
Quanto à brilhante idéia dos balões no estacionamento, é simples, barata e eficiente. Ou seja, nunca existirá no Brasil.
ResponderExcluirCorsário,
ExcluirSem dúvida os balões seriam roubados e estourados na calada da noite... triste essa nossa realidade.
Mas, sejamos otimistas, quem sabe um dia...
Abraço,
Wagner
Caro Wagner; Ótimo texto e matérias! Abs.MAC
ResponderExcluirCaro MAC,
ExcluirObrigado. Continue nos prestigiando com sua leitura.
Abraço,
Wagner
Wagner,
ResponderExcluirsua coluna semanal é fantástica. Uma mescla de tecnologia com comportamento humano. Muito legal mesmo !
Juvenal,
ExcluirFico feliz em saber que essa mistura lhe agrada.
Abraço,
Wagner
Pelo vídeo da Pirelli dá para ter uma noção exata do desaforo que os pneus têm de aguentar durante a corrida de Fórmula 1 em Monza. E o som dos motores 1,6-litro turbo não será tão diferente dos atuais.
ResponderExcluirFantástica a foto do "Fabulous Hudson Hornet" na Carrera Panamericana. Sou apaixonado por esse carro.
Road Runner,
ExcluirEstou preparando um material mais extenso sobre a Carrera Panamericana. Estou certo que você vai se surpreender com outras viaturas que participam dessa prova. Conversando com o Lalo León, o organizador do evento, ele fez questão de dizer que em sua corrida vale quase tudo na preparação dos carros.
Abraço,
Wagner
Wagner,a lembrança mais forte que tenho da curva inclinada de Monza é a das cenas finais de "Grand Prix",sabe dizer se esta parte da pista ainda existe?
ResponderExcluirDaniel San,
ResponderExcluirSim, essa parte da pista ainda existe, porém não é utilizada. Em uma ocasião andei até esse trecho e tentei "escalar" a curva inclinada. Não avancei mais que dois ou três metros...
Abraço,
Wagner
Wagner, tu só conversa (de pista) sobre quadrúpedes? Não acompanha as bípedes da MotoGP?
ResponderExcluirDiego S.
Caro Diego S.,
ResponderExcluirNada contra os bípedes da Moto GP e afins, aliás, os pilotos desta laia arrepiam qualquer um. Ocorre que por não acompanhar ou ter vivenciado esse mundo da forma como o fiz com o planeta das quatro rodas não me sinto à vontade para dar palpites nessa área. De qualquer forma nunca é tarde para aprender e, quem sabe, em breve postarei algo a respeito.
Abraços,
Wagner
Caro Wagner, se for verdade o que dizem da equipe Citroën, que terá como dupla Loëb e Yvan Müller, será um páreo duro.
ResponderExcluirÓtima coluna!
Caro Bianchini,
ResponderExcluirÉ o que foi anunciado. Acho que podemos fazer um bolão com várias opções:
1) Loeb será SEMPRE mais rápido que Muller?
2) Quem vai conseguir a primeira pole para a Citroën?
3) Quem vai vencer a primeira corrida para a Citroën?
4) Quem ficará na frente ao fim do campeonato?
Obrigado pelo incentivo.
Abraço,
Wagner
PS: Aquela Variant branca deve tr rendido várias outras histórias, não?