No recente post sobre o nome Volkswagen usei a foto acima, mas de outro ângulo. Esta agora é ainda mais espetacular. Considero essa visão da usina termoelétrica da fábrica Volkswagen um verdadeiro símbolo da tenacidade do povo alemão, que levado ao mais sangrento conflito da História, pelo qual não teve a menor culpa, soube se reerguer e levar seu país ao lugar de destaque que ocupa hoje na economia mundial.
Inclusive, e principalmente, naquilo que a Alemanha representa para os autoentusiastas de todo o mundo, a excelência dos seus "automóveis de Autobahn", projetados e fabricados para se viajar com total segurança nas magníficas autoestradas do país que sabiamente não impõe limite de velocidade.
Inclusive, e principalmente, naquilo que a Alemanha representa para os autoentusiastas de todo o mundo, a excelência dos seus "automóveis de Autobahn", projetados e fabricados para se viajar com total segurança nas magníficas autoestradas do país que sabiamente não impõe limite de velocidade.
A fábrica do carro do povo - lembre-se, a marca Volkswagen só passaria a existir depois da guerra - foi severamente danificada em 1944 pelas bombas lançadas dos B-24 da Royal Air Force e dos B-17 da Oitava.Força Aérea do Exército dos EUA por fabricar os veículos militares Kübelwagen e Schwimmwagen e também partes da fuselagem e superfícies de sustentação de aviões, especialmente o bombardeiro médio Junkers Ju 88. Lá era produzida também a bomba voadora V1, que enormes estragos fez em Londres. Tratava-se a fábrica, portanto, de um importante alvo militar.Quando os serviços de informação dos Aliados se certificaram de que toda a produção havia cessado, os bombardeios terminaram
O número de mortos e feridos na fábrica foi relativamente baixo, 55 e 174, respectivamente, fato atribuído à relutância dessas pessoas em se dirigir para os abrigos quando soava o alarme de ataque aéreo, preferindo ver o que estava acontecendo lá fora.
Mas uma parte da fábrica ficou intacta, como que por milagre: a termoelétrica. Há quem diga que poupá-la foi intencional, visando ser usada pelas forças de ocupação quando a guerre terminasse, mas refuto essa hipótese, pois o que interessava sobretudo era interromper a produção de material bélico. Acredtito mais em obra do acaso. Não escondo que me emociono sempre que vejo a usina em fotos ou então pessoalmente, caso da semana passada, ao estar de novo em Wolfsburg.
A usina foi construída a partir do sinal verde para a construção da fábrica do carro do povo alemão, ocorrido em 26 de maio de 1938, ao ser lançada a Pedra Fundamental da faraônica obra planejada para ser a maior da Europa. Juntamente com a fábrica (KdF-werk) iniciar-se-ia a construção de prédios de apartamentos para noventa mil pessoas - os trabalhadores e suas famílias - numa área de cinquenta quilômetros quadrados que se chamaria KdF-stadt, a cidade do KdF-Wagen. A usina serviria para fornecer energia elétrica tanto para a fábrica quanto para as moradias, comércio e serviços da cidade.
Quando as tropas americanas entraram na cidade, nos primeiros dias de maio de 1945, - a guerra na Europa terminaria em 8 de maio - encontraram um ambiente caótico e desolador, mas havia energia elétrica, pois a termoelétrica a carvão permanecia funcionando, embora em regime reduzido. A KdF-stadt foi logo rebatizada com o nome que tem até hoje, Wolfsburg, que significa castelo do lobo em alemão. Foi uma homenagem à família Schulenburg, ex-proprietária da maior parte da área adquirida pelo governo, que tinha um castelo na então Vila Fallersleben, que existe até hoje com esse nome, embora com área menor. O lobo no castelo, que ficava às margens do Canal Mittelland, foi durante muitos anos o brasão aplicado na tampa do porta-malas do VW sedã.
Esse canal, o Mittelland, artificial e navegável, atravessa o país de leste a oeste, numa extensão de 325,7 quilômetros, sendo o maior da Alemanha. Liga a França, Suíça e a área de livre comércio Benelux com a República Checa e o Mar Báltico. Um dos critérios de escolha da localização da fábrica do carro do povo foi facilidade de transportes e para isso foi construída ao lado do canal, já havendo a estrada de ferro que corria paralela, além de estar vizinha à Autobahn de Berlim em construção.
Diz a História que se a termoelétrica tivesse sido destruída, dificilmente haveria condições de construir outra e possivelmente a marca Volkswagen não teria existido. Num lance inacreditável e, sobretudo, improvável, as forças inglesas que assumiram o controle da região, nas pessoas do Coronel Charles Radclyffe e do Major Ivan Hirst, começaram a reparar veículos avariados e a produzir o sedã e também alguns Kübelwagens. incompletos. Isso foi possível também porque um grande número de máquinas-ferramentas havia sido espalhado pela região para ficarem a salvo dos bombardeios e também por as máquinas de produção de motores e transmissões terem sido levadas para os porões da fábrica, ficando imune aos bombardeios..
Essa, repito, é a tenacidade que aprecio nos alemães e - que fique bem claro - nada tem a ver com o nacional-socialistmo que dominou o país de 1933 a 1945. Essa tenacidade seria demonstrada vinte e cinco anos depois - no Brasil.
No dia 18 de dezembro de 1970, a Ala 13 da fábrica Volkswagen, em São Bernardo do Campo, onde ficava a pintura, foi destruída por um violento incêndio.
A enorme tragédia deixou um saldo de trinta trabalhadores mortos e mais de cem feridos. E, evidentemente, a produção foi interrompida..
Na época eu era sócio de uma concessionária VW no Rio de Janeiro e logo foi marcada reunião na sede da Uni-Rio, a associação dos concessionários do estado, para avaliarmos a situação..Nossos negócios estavam ameaçados com a paralisação da produção. Os mais pessimistas falavam em três a quatro meses para que e fábrica voltasse a produzir. Eu então pedi a palavra e lhes disse:
"Até parece que vocês não conhecem os alemães. Eles passaram por duas guerras mundiais, a segunda acabou com o país, cidades importantes como Stuttgart, Munique e Dresden foram completamente arrasadas e, entretanto, rapidamente, coisa de três a quatro anos, já não se viam mais as cicatrizes." Continuando, disse-lhes que "apesar dos constantes bombardeios em 1944, a produção continuava e demoraria a parar. Sempre encontravam uma maneira de contornar as dificuldades. A capacidade de recuperação dos alemães é impressionante."
De fato, dos três a quatro meses, a interrupção de produção não durou mais que vinte dias. A solução, já que não era possível pintar os carros na fábrica, era fazer isso fora. Para isso foi aberto um grande buraco na parede de tijolos aparentes da Ala 1, o primeiro grande prédio que se vê da Via Anchieta no sentido litoral. Do buraco, lá no alto, saíam as carrocerias que acabavam de ser armadas, sendo baixadas num monta-carga externo rapidamente construído e colocadas em caminhões, que as levavam para serem pintadas onde possível - de fábricas de outras marcas a concessionárias. As carrocerias retornavam pintadas e eram encaminhadas para montagem. Logo a fábrica retomou a produção e começamos a receber Volkswagens novamente.
Essa tenacidade e determinação dos alemães é admirável, bem como a precisão em detalhes aparentemente sem importância. Costumo exemplificar isso com uma simples camisa. Quando eu comandava competições na Volkswagen, nos anos 1980, recebemos da Alemanha camisas azuis, parecidas com as da FAB, com o nome VW Motorsport e o logo VW bordados (foto abaixo). A VW Motorsport era a divisão que cuidava participação da fábrica nos ralis e circuitos da Europa. Logo me chamou a atenção a maneira como os botões eram pregados, com folga, que achei estranho mas logo entendi o motivo: a folga era preenchida pelo lado da camisa que tem a casa, de modo a não ficar repuxada. A camisa era alemã, nada de China ou Taiwan, e nos cincos anos em que as tive nunca caiu um botão. Tecnologia até nisso!
O brasão VW que ficou famoso (imagem cartype.com) |
Diz a História que se a termoelétrica tivesse sido destruída, dificilmente haveria condições de construir outra e possivelmente a marca Volkswagen não teria existido. Num lance inacreditável e, sobretudo, improvável, as forças inglesas que assumiram o controle da região, nas pessoas do Coronel Charles Radclyffe e do Major Ivan Hirst, começaram a reparar veículos avariados e a produzir o sedã e também alguns Kübelwagens. incompletos. Isso foi possível também porque um grande número de máquinas-ferramentas havia sido espalhado pela região para ficarem a salvo dos bombardeios e também por as máquinas de produção de motores e transmissões terem sido levadas para os porões da fábrica, ficando imune aos bombardeios..
Essa, repito, é a tenacidade que aprecio nos alemães e - que fique bem claro - nada tem a ver com o nacional-socialistmo que dominou o país de 1933 a 1945. Essa tenacidade seria demonstrada vinte e cinco anos depois - no Brasil.
No dia 18 de dezembro de 1970, a Ala 13 da fábrica Volkswagen, em São Bernardo do Campo, onde ficava a pintura, foi destruída por um violento incêndio.
Incêndio na Ala 13 da fábrica Volkswagen (foto fuscars.blogspot.com) |
Na época eu era sócio de uma concessionária VW no Rio de Janeiro e logo foi marcada reunião na sede da Uni-Rio, a associação dos concessionários do estado, para avaliarmos a situação..Nossos negócios estavam ameaçados com a paralisação da produção. Os mais pessimistas falavam em três a quatro meses para que e fábrica voltasse a produzir. Eu então pedi a palavra e lhes disse:
"Até parece que vocês não conhecem os alemães. Eles passaram por duas guerras mundiais, a segunda acabou com o país, cidades importantes como Stuttgart, Munique e Dresden foram completamente arrasadas e, entretanto, rapidamente, coisa de três a quatro anos, já não se viam mais as cicatrizes." Continuando, disse-lhes que "apesar dos constantes bombardeios em 1944, a produção continuava e demoraria a parar. Sempre encontravam uma maneira de contornar as dificuldades. A capacidade de recuperação dos alemães é impressionante."
De fato, dos três a quatro meses, a interrupção de produção não durou mais que vinte dias. A solução, já que não era possível pintar os carros na fábrica, era fazer isso fora. Para isso foi aberto um grande buraco na parede de tijolos aparentes da Ala 1, o primeiro grande prédio que se vê da Via Anchieta no sentido litoral. Do buraco, lá no alto, saíam as carrocerias que acabavam de ser armadas, sendo baixadas num monta-carga externo rapidamente construído e colocadas em caminhões, que as levavam para serem pintadas onde possível - de fábricas de outras marcas a concessionárias. As carrocerias retornavam pintadas e eram encaminhadas para montagem. Logo a fábrica retomou a produção e começamos a receber Volkswagens novamente.
Essa tenacidade e determinação dos alemães é admirável, bem como a precisão em detalhes aparentemente sem importância. Costumo exemplificar isso com uma simples camisa. Quando eu comandava competições na Volkswagen, nos anos 1980, recebemos da Alemanha camisas azuis, parecidas com as da FAB, com o nome VW Motorsport e o logo VW bordados (foto abaixo). A VW Motorsport era a divisão que cuidava participação da fábrica nos ralis e circuitos da Europa. Logo me chamou a atenção a maneira como os botões eram pregados, com folga, que achei estranho mas logo entendi o motivo: a folga era preenchida pelo lado da camisa que tem a casa, de modo a não ficar repuxada. A camisa era alemã, nada de China ou Taiwan, e nos cincos anos em que as tive nunca caiu um botão. Tecnologia até nisso!
Sempre fui fa de carros alemaes ..
ResponderExcluirJa tive varios VWs e incrivel a robustez e durabilidade de seus produtos... O Golf foi o que mais deixou saudedes.. hoje ja ultrapassado e defasado , mas ainda um carro que que seduz por sua confiabilidade, qualidade de construcao e acabamento...
Bob , por falar em corridas, vc participou da epoca da Categoria Turbo (fim dos anos 80)(Passats, Fiats etc) Lembro-me de algumas provas em Interlagos .. esses carros andavem demais...
Também acredito mais no acaso do que outra coisa. Se a intenção era interromper a produção, o mais lógico em termos de estratégia seria destruir primeiro a termoelétrica.
ResponderExcluirÉ impressionante mesmo a capacidade de recuperação do povo alemão, assim como a qualidade dos seus produtos e a maneira como fazem questão de controlar e manter esta qualidade. Aproveitando o assunto, Bob, você sabe alguma coisa sobre a linha de pintura dos Polo na VW? ouvi dizer que as carrocerias são levadas para a fábrica em Curitiba, pintadas lá e depois retornam à fábrica da Anchieta para serem montadas. Achei um tanto estranho, isto procede?
Seus comentários são sempre fantásticos Bob. Admiro bastante os automóveis alemães, tendo uma queda mais acentuda pelos Mercedes, BMW e Porsche. Já tive VW, um Polo sedã, mas para "subir um degrau" preferi o Corolla. Infelizmente os VW tem preços acima dos praticados pelos concorrentes em todas as faixas. Queria comprar um SUV para substituir meu Corolla (não é por modismo gente, é que preciso de mais espaço), até me animei quanto ao Tiguan, mas seu preço me fez desistir, como eu queria configurado o valor passou dos R$ 113.000, sendo assim, ele já não faz parte de minhas opções.
ResponderExcluirMuito bom Post! Eu também aprecio muito a história e os carros da Volkswagen.
ResponderExcluirRenan Veronezzi
BDF (09/03/11 13:53), 113.000 reais? Caramba, com este dinheiro você quase compra uma Mercedes Classe C na concessionária, ou variadas opções diferentes de excelentes carros. Mas talvez isso tem a ver pelo fato do Tiguan ser importado, e não por ser caro demais. Certamente se ao menos fosse produzido (e importado) no México, seria mais barato.
ResponderExcluirRenan Veronezzi
Grande aula de história Bob!
ResponderExcluirEssa tragédia em relação a fábrica brasileira eu não conhecia. Na verdade, parece que ela vitimou tanta gente como os famigerados incêndios famosos - prédios - daquele década?
Para ver como a marca já era forte e aparentemente não sofreu um grande abalo na sua credibilidade.
A usina original da volks; como é parecida com a versão inglesa presente na capa do disco Animals - o famoso porco voador - não é?
As duas nações, envolvidas na guerra mais encardida, unidas por improváveis laços que possibilitaram até que a marca alemã continuasse existindo, fruto laborioso de alemães e dos militares ingleses.
Muito interessante mesmo!
Abraço Bob
,
Mister Fórmula Finesse
A capa de Animals é a central elétrica de Battersea, em Londres.
ResponderExcluirBob, Wolfsburg é um dos lugares que eu sonho em conhecer, junto com Nürburg. Um dia quero realizar esse sonho.
Bob,
ResponderExcluirNão sei se é algo passado de pai pra filho, mas sempre tive orgulho da VW. Apesar de ter sido um breve período na empresa, apenas dois anos de estágio, no caso do meu pai foi uma vida dedicada à associação dos distribuidores.
Diacir,
Nunca ouvi falar disso, mas na modernização da planta Anchieta, época esta em que o Polo chegou no Brasil, sei que a cabine de pintura de Curitiba era superior a da Anchieta por ser climatizada, desta forma os pintores trabalhavam com macacões 100% sintéticos, refletindo em maior garantia contra a "contaminação da cabine" e consequentemente reflitindo na qualidade da pintura. Agora carrocerias sairem da Anchieta para pintar em Curitiba, penso ser algo improvável devido ao custo logístico desta operação.
BDF, um amigo comprou um Tiguan 0km por 100 mil e o carro dele tem até aquele "park assist".
Sds
BDF, o problema da Tiguan é falta de personalidade, talvez pela demasiada semelhança com a linha Gol G5, quer dizer, voce paga 113 mil numa SUV importada que mais parece um Golzão "bombado", sem contar que tanto um como outro sofrerão face-lift em breve., linha 2012, frente do Jetta etc.
ResponderExcluirVivendo, lendo e aprendendo. Mais uma que eu não sabia, essa das bombas V1 e partes dos aviões. E, como já falaram aí acima, me lembrei na hora da capa do Pink Floyd Animals, de 1977.
ResponderExcluirBob
Esses modelos que foram pintados em outros lugares, enquanto os reparos na fábrica Anchieta eram feitos, não tinham alguma diferença na qualidade e/ou acabamento em relação aos que saíam antes do incêndio?
Obrigado a todos que comentaram minha participação. É por isso que este é um dos poucos lugares da internet em que eu comento, pessoas educadas, inteligentes e que apenas querem contribuir da melhor forma possível, respeitam a opinião dos outros, diferentemente de outros sites e blogs em que um bando de moleques ficam falando mil e uma bobagens e atacando os outros.
ResponderExcluirQue o povo da serra fluminense tenha a tenacidade dos alemães para recosntruir as cidades e a economia da região.
ResponderExcluirÓtimo exemplo do que a determinação de um povo pode fazer. Beleza de post, não lí; degustei!
ResponderExcluirSobre o incêndio da Volks Brasil, já tinha lido alguma coisa. Depois do post, ví na Web que até a Scania pintou carros para a Volks. A cor laranjinha dos modelos 70/ 71 era a mesma dos Scanias. Em outro site que acessei, estão indicadas outras fábricas que prestaram serviço de pintura de carros à Volkswagen: Brasinca, Chrysler, Karmann-Guia e Toyota.
Algo impensável sem um acontecimento desse tipo.
Caro Bob,
ResponderExcluirsei que aqui nao é local adequado para criarmos polemicas, mas, um ponto em seu texto me deixou em dúvida.
"símbolo da tenacidade do povo alemão, que levado ao mais sangrento conflito da História, pelo qual não teve a menor culpa, soube se reerguer e levar seu país ao lugar de destaque que ocupa hoje na economia mundial."
Respeito os alemaes, sua capacidade de reerguer, e seus fabricantes - para mim também sao os melhores- mas pelo que me consta, a guerra e suas consequencias partiram sim dos alemaes, e que, meio à loucura ditadora imposta à época, boa parte dos fabricantes usaram de mao de obra "escrava".
Sabe-se que hoje os alemaes se envergonham disso, mas infelizemente, esta cicatriz nao sumirá jamais da história alemã e da história de seus fabricantes.
abs
BDias
Prezado Bob, lembro bem do Fuscão 70 cor Laranja Mitterwest de um tio, que marcou muito minha infância. Segundo esse tio, lanterneiro de uma concessionária aqui de BH, era essa a mesma cor das carretas Scania e que o Fuscão dele havia sido pintado lá!
ResponderExcluirBDias,
ResponderExcluirAcho que o Bob quis dizer que o povo, a população, não teve culpa da guerra, foi uma coisa que partiu dos governantes.
Aliás, que alemão na época teria coragem de criticar o regime nazista e o velho Adolf??? O cara sumiria no mesmo dia para numnca mais aparecer... Cortesia da Gestapo...
ResponderExcluirBDias
ResponderExcluirTudo de terrível que ocorreu no período do nacional-socialismo foi promovido pelo governo, nada teve a ver com o caráter do povo alemão. Tanto que a recuperação pós-guerra não teve qualquer trabalho escravo. Depois que tudo veio à tona se envergonharam, prova de seu bom caráter. O comentário do Pedro Navalha aí em cima diz exatamente isso.
Rômulo Rostand e Luís Augusto
ResponderExcluirSim, houve essa cor no Fuscão, me lembro bem. A Scania participou do esquema e, ironia, hoje pertence à VW.
Francisco V.G.
ResponderExcluirHouve de fato alguns problemas pontuais de qualidade da pintura, mas nada grave.
BDias, o povo alemão nesse caso não teve culpa mesmo, pois quem teve a idéia da guerra foram os governantes, que enganavam a população. Por exemplo, no filme o no livro "O menino de pijama listrado" é possível ver que os militares passavam videos de que os campos de concentração eram condomínios onde os Judeus viviam em paz e harmonia, recebendo pelo seu trabalho, com trabalhos justos, as crianças podiam brincar, as mulheres cuidavam de seus maridos, e o povo alemão acreditava nisso.
ResponderExcluirMas voltando ao post...
Acho o máximo ver locais onde a história aconteceu, mesmo sendo tão longe para a gente, como essa termo elétrica. Imaginem quantas decisões não foram tomadas ali dentro? Por quanta coisa os funcionários ja não passaram ali na época da II Guerra Mundial? Eu gosto bastante de passar, entrar, ou somente ver um local desses e imaginar todas as possibilidades. E também na possibilidade desse local virar museu em alguns anos, ja que as termo elétricas ja não são mais bem vistas devido ao aquecimento global. Quem sabe, ela seja adaptada a usar biomassa?
Não digo que esse lugar seja um dos primeiros na minha lista em uma possível viagem para a Alemanha, mas conserteza, está na lista.
Hitler era uma pessoa com uma oratória extremamente forte e convincente. Começou em um partido político de trabalhadores pequeno e foi crescendo, numa épóca em que o país estava enfraquecido economicamente por causa das indenizações da primeira guerra, e a população estava com a autoestima extremamente baixa, sem uma figura de líder, e ele ocupou este vazio. O resto é história, que é sempre contada pelos vencedores e por quem detém o poder da comunicação. Alguém faz idéia de como foi a reconstrução da Alemanha após a guerra? O que aquele povo passou para, em menos de 20 anos se tornar uma das principais potências do mundo? O povo alemão que se deixou influenciar pela figura de líder lunática e equivocada em seus objetivos e que se aproveitou das circunstâncias da época foi o mesmo que reconstruiu seu país do nada. Então este povo tem uma índole boa e trabalhadora afinal... Respeito muito os alemães e seu senso de atenção a detalhes que no todo fazem a diferença, o senso de ordem e de fazer as coisas da maneira certa. Desculpem fugir do tópico, mas toda história tem dois lados. Infelizmente o mais divulgado é o que atende aos interesses do momento. Mas também sou fâ dos carros alemães, para voltar ao assunto.
ResponderExcluirMais uma aula com o mestre Bob Sharp
ResponderExcluirBob,
ResponderExcluirBelo texto! Estou cada vez mais fã da Volkswagen e você colabora bastante com isso.
No prédio principal da fábrica VW em Wolfsburg existe um corredor que de tão longo, é possível perceber a curvatura da Terra. Sabe me dizer se isto está correto?
Fiz toda a minha vida escolar em um colégio Alemão. Nele pude conhecer bastante da cultura alemã, e realmente se trata de um povo tenaz e muito laborioso. Os vejo inclusive como um povo ingênuo no bom sentido, puro. Talvez por isso, após serem ridicularizados no fim da primeira grande guerra e passarem dificuldades econômicas, acreditaram tão cegamente em um falso messias e sua máquina de propaganda. Na bem da verdade, a Europa toda era um continente doente no início do século XX.
BDF,
Se você precisa de espaço e gosta de VWs, lhe recomendo dar uma olhada no Jetta Variant. Por não "estar na moda", custa um pouco menos que o Tiguan mas é praticamente idêntico em configuração de equipamentos e você ainda vai se empolgar com o carro quando não estiver carregando a tralha. Esse Tiguan que você cotou era completo? Achei alto o valor. Mas tenha certeza que se fizer um test-drive e também nos concorrentes, vai ser fácil justificar esse preço maior.
Grande abraço a todos.
Excelente dica Caio!
ResponderExcluirSem desmerecer a capacidade do povo alemão - longe disso, aliás -, a Europa ocidental só se reergueu após a guerra graças ao aporte financeiro vigoroso dos EUA com o plano Marshall. Os americanos não podiam dar mole para a URSS e trataram de recuperar rapidinho o estrago feito no conflito. Lembrem-se que de todos os países da Europa, a Alemanha foi o único que foi oficialmente dividido (Ocidental/Oriental) entre as duas esferas de influência e que esta situação perdurou até 1989.
ResponderExcluirCaro Bob,
ResponderExcluirFalamos bastante sobre este assunto em nosso papo semanal de estrada de ontem, mas acho que é bom registrar algo aqui neste espaço.
As Forças Aliadas tinha planos claros para a ocupação e diretrizes sobre o que destruir e o que não destruir. Passado um determinado ponto da guerra, quando a vitória estava certa, passou-se a uma destruição cirúrgica, deixando em pé o que poderia ser de valia para o soerguimento. Nestas condições a Usina Termoelétrica da VW foi poupada.
O que foi realmente incrível foi a abnegação de um pequeno grupo de técnicos que manteve o grupo turbo gerador (Gerador + Turbina Siemens e Caldeiras Steinmüller) sempre em rotação nem que fosse em “idle” (rotação mínima) para evitar que o longo eixo da unidade fletisse e se perdesse.
Outra coisa incrível é que apesar da guerra a fábrica jamais deixou de produzir nem que fossem alguma unidades dia e isto se manteve até a chegada das tropas de ocupação americanas que foram sucedidas pelas inglesas. Por sorte os ingleses eram germanófilos no que se refere à técnica e se sentiram bem “salvatando” o que restou da fábrica tocada pela usina, “afundada” pelas bombas de fósforo e magnésio que queimavam por uma semana. O grupo turbo gerador jamais deixou de rodar por um dia que fosse...
Certamente a destruição da fábrica não foi causada pela produção de veículos militares que eram relativamente inocentes – Kübelwagen e Schwimmwagen, mas sim pela fabricação de boa parte dos componentes do avião bombardeiro Junkers JU88 e da “Vergeltungswaffe” V2 resposta da “Luftwaffe” (força aérea) para as V1 que eram da “Wehrmacht” (exército). Aliás a V2 era um avião a jato não tripulado – um verdadeiro míssil balístico trasncontinental!
Por algum tempo a produção continuou em algumas áreas a céu aberto mesmo, comprovando o que você citou sobre tenacidade...
Parabéns pelo texto
Alexander Gromow
Caio, se não me engano o referido corredor é na verdade a pista de testes da fabrica. Èla foi usada para um teste de velocidade final do Bugatti Veiron em um dos episódios do programa TopGear ingles ou americano, não me lembro.
ResponderExcluirExiste TopGear americano?
ResponderExcluirTem sim e legendado http://amoseries-amoseries.blogspot.com/2010/12/top-gear-usa.html
ResponderExcluirPra mim sempre existiu uma certa má vontade com relação aos alemães,considerados em geral gente mau humorada,briguenta,séria demais.William Shirer,em "Ascensão e Queda do IIIReich" classifica a Alemanha como "criança-problema da Europa".Em minha modesta opinião,isso deveu-se ao fato de a Alemanha ter chegado tarde à corrida colonialista,de modo que Grã-Bretanha e França não viram a unificação alemã,em 1871,com bons olhos,surgindo daí esse preconceito.
ResponderExcluirFico imaginando como foi sobre-humana a recuperação alemã no pós-guerra,com o país destruído,dividido ao meio,Berlim dividida em 4 zonas de ocupação,tendo,de sobremesa,um muro no meio da cidade.Ao passo que nós brasileiros...dizer que ganhamos a guerra é até piada
Bob,se não me engano,os B-24 eram também da Força Aérea Americana,não? Creio que a RAF usava bombardeiros Avro Lancaster,Short Stirling e Halifax,entre outros de menor porte.
Justamente este jeito "sério demais" é uma das coisas que mais admiro neste povo. Acho que devido à aversão que tenho do "jeitinho brasileiro".
ResponderExcluirPrefiro lidar com pessoas em que posso confiar do que com pessoas que tenho que desconfiar o tempo todo. Bom, isso é óbvio, mas ainda tem gente que exalta este "jogo de cintura" brasileiro.
Abs
Marcelo,
ResponderExcluirEsse teste citado por você é o do Bugatti Veyron Super Sport? (Link no Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=sxHCjDhL9R0 )
Além dessa pista, se não me engano, existe um corredor dentro do edifício da fábrica onde também é possível notar a curvatura da Terra, de tão longo.
Abraços
O povo alemão teve, sim, responsabilidade na ascensão do nazismo. Ainda que a Alemanha tenha sido humilhada nos termos do Tratado de Versalhes após a Primeira Guerra Mundial, possuía uma sociedade complexa, desenvolvida e culta, que não foi simplesmente enganada por um lunático como Hitler. Esta é justamente uma das questões mais intrigantes sob qualquer perspectiva histórica que se tome: como um povo tão desenvolvido originou e sustentou tal regime.
ResponderExcluirO fato é que a nação que gerou Goethe também produziu o nazismo. Isso não diz respeito apenas à Alemanha, mas à humanidade como um todo e àquilo do que ela mostrou ser capaz.
Eu também admiro a Alemanha e o seu povo, até mesmo pelo doloroso processo de resgate da autoestima nacional pelo qual passaram. Contudo, não posso concordar que o povo alemão não tenha tido qualquer responsabilidade na ascensão do nazismo.
Olá Sr. Bob Sharp.
ResponderExcluirFiquei muito surpreso com o texto sobre os alemães e também intrigado com a foto que aparece o grande incêndio da Vw Brasil em Dezembro de 1970, por que eu coloquei um post no meu blog recentemente a respeito deste fato "http://fuscaclassic.blogspot.com/2011/03/vw-o-grande-incendio-1970.html" e a foto com vista aerea mostrada na verdade pertence a Folha Imagem conforme editei no meu post, mas na foto que foi usada neste blog aponta para o blog como autor da foto:Incêndio na Ala 13 da fábrica Volkswagen (foto fuscacars.blogspot.com) e pesquisei e nada encontrei no "fuscacar".
Quanto ao incêndio fiz uma pesquisa minunciosa ao fazer a postagem em meu blog "fuscaclassic" e conclui que houve apenas uma vitima fatal, que foi um bombeiro da Karmann-Ghia e duzentas pessoas intoxicadas pela fumaça, felizmente. Espero que de alguma forma isto que escrevi ajude a enriquecer mais ainda os comentários de seu conceituado blog.
Dario Faria
Dario Faria,
ResponderExcluirComo leitor assíduo de AE, resolvi lhe ajudar. Gastei uns dez segundos fazendo a pesquida para você. Segue o link da matéria no Fuscars:
http://fuscars.blogspot.com/2009/08/mega-incendio-na-volkswagen.html
Foi postada em agosto de 2009. Aliás, a veja digital também traz matérias com fotos sobre o ocorrido. Eu as reli depois do
do post daqui de AE. Pois lembrava de alguma coisa. E esse sub-tópico da postagem do Bob inquietou minha memória. Reacendi as lembranças com as matérias da época, dispostas na WEB.
Mas nada como ter um testemunho de alguém da área que vivenciou o acidente e acompanhou o desenrolar de perto e com interesse direto, por ter ligações com o fabricante.
Dário, sugiro que releia com atenção o post completo. Se o fizer, verá que não tem motivos para ficar "muito surpreso".
Sandro,
ResponderExcluirFaz sentido o que você disse.
Caio, ainda não tinha visto esse video, interessante heim! Sem levar em consideração a questão do prazer em dirigir já citado por muitos aqui, uma coisa é fato! O Veyron SS é o top da lista do TopGear em circuito misto! Isto merece um post heim!!! Para tantos que desceram a lenha nesse carro...
Agora essa história de notar a curvatura da Terra, soa mais como bobagem... Mas se isso realmente foi notado, faz mais sentido num local fechado, digo com teto.
Ahhh... Marcelo, foi no inglês... hehehe...
Olá Sr. Bob Sharp.
ResponderExcluirEste segundo comentário é no intuito de retificar o erro cometido no primeiro, realmente existe o "post" sobre o incêndio, peço-lhe que tenha a gentilesa e compreensão de aceitar este equivoco e quanto aos acidentados no incêncio, espero que tenha sido sómente o bombeiro da Karmann-Ghia que me referi, conforme foi divulgado em artigo que pesquisei, pois atrás de uma vitima deste tipo de tragédia sempre existe alguém dependente como familiares próximos.
E quanto ao fato de existirem ainda pessoas que tomam a frente respondendo questões que deveriam sim serem de direito de resposta do admistrador do blog, a estes sugiro que aproveitem suas qualidades e virtudes de pesquisar "em dez segundos" e estarem tão bem informados a criar o seu próprio blog e administrem ele com sabedoria, afinal é muito dificil achar quem aguenta e tolera chato intrometido, palpiteiro metido a esperto e sabe-tudo...
Dario Faria
Caramba!
ResponderExcluirO editor do Fusca Classic me atropelou sem dó. Até tinha visitado o blog dele e tinha me interessado... Bom, melhor ficar só por aqui, no AE. Pelo menos enquanto não receber adjetivação semelhante do pessoal da casa.
Ah, Bob Sharp
ResponderExcluirEu sou mesmo um pitaqueiro inveterado. Depois da arrasada que levei do Editor de Fusca Classic, ainda tenho mais um. Confiando na sua tolerância, aí vai:
O endereço que voce postou para a fonte da foto do incêndio na VW, parece que está incorreto. Saiu com uma "ca" a mais. O correto seria:
http://www.fuscars.blogspot.com/
Abraço
Rômulo Rostand
ResponderExcluirObrigado pelo toque do fuscars. Já está corrigido.
Bob,
ResponderExcluirVocê sabe se existe mesmo esse corredor na fábrica que mencionei?
Grande abraço.
Caio Cavalcante
ResponderExcluirHá vários corredores longos, mas no chão de fábrica, como em todas do porte do VW.
Dário Faria,
ResponderExcluirEspero que não esteja mais chateado comigo. É que quero lhe agradecer a sugestão. Criei um blog!
http://autofalacias.blogspot.com/
Espero sua visita.