Quantas vezes você já teve a oportunidade de dirigir um carro único aqui no Brasil?
Quase um ano atrás, finalmente consegui passar um dia com o meu amigo Valter e seu Saab 900 Turbo S 16 Aero, o carro preto nas fotos deste post. O Valter é um velho colega de faculdade, e o seu carro, por sair pouco da garagem, chega a ser piada entre a turma aqui do Blog. Costumamos dizer que o Valter já deixou de pagar IPVA para pagar IPTU. Mas na verdade, estamos apenas sendo maldosos com o amigo, pois o carro se exercita mais do que a maioria dos carros antigos ou de interesse especial que conheço.
Mas o interessante aqui é que o carro é simplesmente único no país. Não se tem notícia de nenhum outro 900 deste tipo importado, e mesmo de outros tipos, só sabemos de mais dois, um conversível vermelho do mesmo ano (importado junto com o do Valter), e um outro fechado de 1983, vermelho. O carro do Valter foi importado pela GM, para avaliação, naqueles tempos de recente liberação de importações. O conversível, vermelho, importado junto, tem paradeiro desconhecido. Depois da GM, a história do carro se torna nebulosa, até que nossos amigos FM e B o encontraram à venda em uma lojinha de carros usados em São Paulo, em 2004. O Valter, que desde as reportagens da Motor3 nos anos 80 era vidrado no modelo, imediatamente aproveitou a chance e comprou ele. Desde então, tem cuidado carinhosamente do carro, e mantido esse pedaço da história com o cuidado que ele merece.
Passamos uma tarde agradável andando e fuçando o sem número de idiossincrasias e detalhes do carro sueco, contando piadas e nos divertindo, e lembrando de um tempo em que carros tinham realmente sua personalidade ligada a seus países de origem, antes de que corporações dominassem tudo com seus projetos mundiais. Se, como dizia Setright, o que destruiu o automóvel foi o navio, esse Saab é um exemplo raro de como as coisas eram antes disso.
Mas não consigo falar de um carro tão raro aqui no Brasil sem primeiro contar um pouco de sua história. E acho oportuno contar agora, época em que todos se perguntam quanto tempo ela sobreviverá independente novamente. E porque o carro do Valter, última evolução de um carro lançado em 1967, é o último Saab totalmente sueco.
O que é um Saab 900?
A empresa sueca produtora de aviões Svenska Aeroplan Aktiebolaget (literalmente “Fábrica de Aeroplanos Sueca S.A.”, e abreviada como Saab), ao final da segunda guerra, prevê que sua grande produção de aviões militares será drasticamente reduzida com o fim do conflito. Assim, resolve fabricar automóveis.
Não há dúvida que todo o cuidado com aerodinâmica da empresa, que aparece já no primeiro carro, o 92, cujo protótipo mostrado em 1947 (abaixo) já tinha apenas 0,30 de Cx, vinha da experiência aeronáutica. Mas não era só isso que chamava a atenção. O carro era muito original como um todo, e já mostrava a vocação básica da empresa para inovação, segurança, e um artigo muito raro hoje em dia: a independência intelectual.
Mesmo assim, uma das características mais marcantes dos Saab, a tração dianteira e o motor transversal dianteiro, era claramente inspirada em um carro alemão: o DKW.
Explica-se: o DKW, pioneiro desde os anos 30 na tração dianteira, teve grande aceitação na Suécia, um carro realmente popular. É claro; acostumados a neve e piso escorregadio, os suecos sabiam mais que ninguém apreciar as inerentes vantagens, presentes até hoje, da tração dianteira: tração, comportamento benigno, estabilidade direcional, e segurança. A Saab também usou motores de dois tempos como a DKW, por serem extremamente potentes para seu peso, e de simples desenho e construção, sem válvulas ou comandos.
Mas o Saab era diferente de um DKW. Além da carroceria, os motores e câmbios dos carros suecos sempre foram lineares, puxando bem em todas as rotações, o que se tornaria um dos parâmetros básicos da personalidade da empresa. Segurança também seria perseguida com afinco pela empresa, num conceito mais amplo que a adotada pela sua rival Volvo, que primava pela passiva principalmente. Não, na Saab, a segurança ativa e a passiva andariam sempre juntas.
Quando foi substituir a família iniciada pelo 92, então já velhinha e carcomida, nos anos 60, a empresa usaria tudo que aprendera até então, e desenha um carro ainda mais original, e que definiria a empresa, até hoje. Se o BMW 1500 definiu a BMW, o carro que definiu a Saab foi o 99 (acima), lançado em 1967.
O arranjo mecânico era único: o motor de quatro cilindros em linha e quatro tempos era inclinado a 45 graus (meio V8), e ficava em cima da transmissão, na frente do carro, e a tração era dianteira. Mas tem mais. O motor estava montado invertido em relação ao usual. A frente dele estava colada ao curvão, perto do pára-brisa, e o volante do motor, na frente do carro, logo atrás do radiador. O motor em si era inicialmente um SOHC de 1,7 litro, desenvolvido em conjunto com a Triumph inglesa.
A suspensão dianteira era de duplo braço sobreposto, e a traseira eixo rígido. O freio de estacionamento atuava nas rodas dianteiras. O carro tinha um desenho moderno e avançado, e teve relativo sucesso.
A sociedade com a empresa inglesa nos motores logo foi abandonada, e a Saab progressivamente se tornou independente nisto, projetando e produzindo seus próprios motores. Tornou-se pioneira no estudo e adoção de injeção eletrônica, e de outros controles também eletrônicos do motor, hoje comuns. Isto a colocou em ótima posição nos anos 70, quando as legislações de controle de emissão de poluentes apareceram nos EUA, ao mesmo tempo em que o petróleo subia muito de preço. Quando todo mundo baixava potência, e os entusiastas do mundo todo viam suas opções de alto desempenho definhar, a Saab lança o 99 Turbo em 78, um carro de 2,0 litros SOHC, turbo e com injeção, que oferecia desempenho sensacional, emissões permitidas, e consumo contido, em um pacote seguro e estável. Sucesso estrondoso, e a marca Saab se torna famosa.
Lembre-se que nessa época, a BMW já havia tentado um 2002 turbo e falhado, por consumo e falta de linearidade. A Saab resolveu ambos os problemas em seu carro. Os 145 cv de um Saab 99 Turbo de 1978 podem parecer pífios hoje em dia, mas nesse ano pouquíssimos carros podiam acompanhá-lo. Você precisaria de um Porsche Turbo, ou uma Ferrari. Corvette? Na época, eu apostaria meu dinheiro no sueco...
O 99 teve entre-eixos aumentado e virou 900; ganhou cabeçote multiválvulas e mais potência; versão conversível de incrível sucesso; se tornou o queridinho dos professores universitários americanos. Viveu até 1993, ainda um carro atualíssimo mecanicamente, se com detalhes meio datados.
A Saab, tentando reduzir os custos de um projeto totalmente novo, dividiu com um consórcio de empresas o projeto do substituto do 900, o 9000. A plataforma deu a luz, além do Saab, ao Alfa Romeo 164, ao Fiat Croma e a Lancia Thema. O 9000 era um Saab sensacional, mas deixou de ser diferente, e mesmo claramente superior aos seus contemporâneos, como foi o 900. A empresa acabou nas mãos da GM americana, e daí acompanhando a proverbial vaca, pro brejo.
Um Saab que fugiu do frio
O "nosso" 900 é um modelo 900 Turbo S 16 Aero, ano 1991, a última evolução do modelo original, corrente de 1987 a 1991. O 900 seria finalmente substituído em 1993 por um carro derivado de uma plataforma da GM. O motor é DOHC, tem quatro válvulas por cilindro e turbo compressor com resfriador de ar de admissão. Com um diâmetro de 90 mm e curso de 78 mm, o motor desloca exatos 1985 cm³. A potência é de 177 cv a 5,500 rpm, e o torque máximo é de 27,5 mkgf. Dados de época colocam a aceleração de 0-100 km/h em 8,5 segundos e velocidade máxima ao redor de 220 km/h
Sempre soube que o Saab 900 é um carro diferente (motor invertido, pelamordedeus), mas não esperava o quanto. O carro é uma brisa de ar fresco para a mesmice que nos avassala hoje em dia, onde a maioria dos carros parece que poderia ter qualquer marca, e que as personalidades se esvaem cada vez mais. É claro que isso acontece porque os fabricantes aprendem qual é a melhor forma de fazer algo e copiam, no frigir dos ovos melhorando os veículos e os tornando parecidos. Mas mesmo assim é uma delícia observar como se fazia carros na época em que copiar o outro ainda era considerado uma admissão de inteligência inferior, e todo mundo se achava capaz de inventar algo melhor e diferente, se recusando a usar uma fórmula pronta.
Olhando o carro pela primeira vez ao vivo, não pude deixar de achá-lo muito maior do que sempre me pareceu em fotos. De fato, com um comprimento de quase 4,8 m, não é o que podemos chamar de carro pequeno. A porta hatchback traseira é o primeiro susto: e enorme. Ela revela um porta-malas também gigantesco, surpreendente, parecendo mais algo de uma perua que o de um hatch normal. Houve um tempo em que a Saab anunciava que o 900 era uma mistura do porta-malas e a versatilidade de uma perua com a linha arrojada de um cupê, e eu achei na época que era papinho de marketeiro!
A cobertura do porta malas é interessante: de madeira acarpetada, é enorme também, lógico. Mas ao invés das populares cordinhas para segurá-la aberta com a tampa traseira, tem duas inteligentes travinhas para segurá-la aberta. Desta forma, a cobertura não sobe SEMPRE com a tampa, pode-se escolher. Inteligente e mais elegante que as onipresentes cordinhas, em minha opinião. Debaixo do assoalho do porta-malas, outro compartimento guarda o estepe tipo space-saver, macaco e ferramentas. Entre as ferramentas, mais um detalhe sueco: a trava para o cinto de segurança, quando se usa cadeirinhas de criança. O macaco tem um encaixe na posição de uso na carroceria, uma solução simples e muito prática. Um detalhe estranhíssimo, que não conseguimos entender o porque: o motor que aciona o teto solar elétrico fica escondido ali no porta-malas, na parede traseira, perto da trava da tampa traseira! Doideira total...
Seguindo para a frente do carro, abrimos a porta dianteira e mais uma surpresa: o carro não tem a seção em caixa na região da soleira. A porta ocupa este espaço, e portanto o acesso ao interior do carro é bem maior, e mais fácil, porque não é necessário passar o pé por cima da soleira, "pular" a soleira. Hoje, essas soleiras são bem grandinhas e parrudas, por causa de legislações de impacto lateral. Estranhíssimo, mas de novo, de certa forma original e inteligente.
As colunas A são finíssimas, reforçadas por dentro para impedir a entrada de alces, como o JJ já nos contou aqui. Mas ao lado delas outra coisa diferente: o vidro dianteiro. Fora de brincadeira, o vidro parece ser uma larga seção num balde gigante. Em planta, é uma seção quase que perfeitamente redonda. olhando o capô aberto, pode se ver essa seção na região que encontra o para-brisa. Loucura maravilhosa!
E o capô? Enorme, para ser aberto ele primeiro se movimenta para frente, na direção do movimento do carro, para depois subir com a traseira primeiro. Existem trilhos e travas na base da coluna A para guiar e travar o movimento. Cobrindo toda a frente do carro até os paralamas, expõe grande área quando aberto. E debaixo dele... uma bagunça completa. Sinceramente nunca vi tanto fio e tubo junto num lugar só, e desde então já tive vários pesadelos em que me perdia no meio daquela coisa, feito o boneco Woody de Toy Story, quando cai num vazio de braços de bonecos quebrados que o puxam para baixo. Só se enxerga realmente o motor pelo lado do passageiro, onde pode-se ver o cabeçote, o coletor de escape e a turbina lá na frente. A Saab, pioneira em eletrônica, parece que foi acrescentando módulos e fiações separadas a cada evolução que chegava em seus controles eletrônicos, sem nunca integrá-los. O Valter faz ele mesmo a manutenção do carro, com muitos manuais e peças importadas. Ele é louco. Mas consegue manter o carro em ordem. Não imagino como...Para se ter uma ideia, como o motor é invertido e o cambio está debaixo dele, a troca da embreagem se faz pela frente do carro, atrás da grade dianteira...
Dentro do Saab, o couro de qualidade ainda está em ótimo estado. O interior e o painel eram modernos em 1980, mas quando este modelo foi fabricado, em 1991, já era datado. Hoje parece coisa antiga, ainda que seja porque hoje em dia oa designers acabam o parabrisa lá no meio do capô, e por consequencia o painel de instrumentos fica enorme. A tampa de porta-luvas faz bolhas com o tempo, sempre, inevitável, como diz o Valter. Mas a instrumentação é visível e bem completa, e todos os comandos estão juntos e com bom acesso. A chave de ignição é no assoalho, perto do câmbio, única característica Saab levada pela GM para os substitutos deste carro.
O espaço interno é bom na frente, mas menos generoso atrás que as dimensões do carro e do porta malas nos levaram a esperar.
Andando
Finalmente saímos com o carro. Nosso passeio foi curto, e mantendo o respeito com esta máquina tão rara, mas foi suficiente para formarmos algumas imagens e opiniões.
A posição de dirigir é muito boa mesmo para o meu tamanho fora da média, e o banco apoia todas as áreas corretas. A visibilidade é excelente para frente e para trás, com as colunas finas, mas um pouco obstruídas atrás pelas largas colunas traseiras.
O câmbio tem uma alavanca longa, mas apesar disso os cursos de seleção e engates não são longos demais. Não é exatamente preciso, mas tem engates positivos. A ré, demorei para me acostumar. Não é uma caixa exemplar, mas me parece que com prática, deve melhorar. Nem consigo imaginar por onde passam os comandos de engate, com esse lay-out de motor esquizofrênico. Pelo lado? Entre o cambio e o motor? por baixo?
O motor, apesar da idade, ainda pega de estalo e mantém marcha-lenta regular, apesar do Valter me dizer que está um pouco acima do especificado. Ele me diz que existem pontos ainda em que o motor falha um pouco, mas confesso que me pareceu perfeito.
O motor é forte. Forte desde baixa rotação, como um motor de grande capacidade, e não como podia se esperar de apenas dois litros e alta potência específica. Linear, forte, encorpado, uma delícia, me deixando com um gostinho de quero mais na boca. E soa gostoso, enérgico, mas nunca alto.
O carro é baixo, e com balanço longo tanto atrás quanto na frente, e portanto inspira cuidados em nossas vias tão bem cuidadas. A suspensão é bem firme, e com curso bem curto, demonstrando um acerto bem europeu.
Eu adorei o carro. É obviamente um carro feito para andar rápido. Logo estávamos fazendo de pequenas rotatórias no bairro pequenos skidpads, e a precisão da direção e a atitude do carro já mostraram que aquilo ali deve ser um balde de diversão se dirigido realmente a sério. Ágil, leve em reações e preciso nos movimentos, é carro para motorista, como um bom BMW.
Me imaginei cruzando auto-estradas européias a alta velocidade, onde tenho certeza teria comportamento invejável.
Um exemplo de como o carro era avançadíssimo a seu tempo é fácil. Vejam o nosso conhecido Opala. É contemporâneo do Saab, já que sabemos que este apareceu em 1967 como o 99, e ambos duraram muito, até 91 o Opala, até 93 o 900. Dirija um Opala hoje, e não há dívida de que ele veio de 1968, mesmo com as cirurgias plásticas deformadoras que recebeu. No 900, só o painel de instrumentos dá a dica da idade (e ainda assim, coloca ele em 1985, não 1967), porque rodando parece totalmente moderno e atualizado. Em 2011!
Um grande carro, e único no Brasil. Ainda bem que, nas mãos de meu amigo Valter, o carro encontrou porto seguro, e poderá ser apreciado por mais gerações de entusiastas. Manter um carro desses aqui não é mole não, porque mesmo tendo todo dinheiro do mundo (o que não é o caso aqui), não há mão de obra especializada, interessada em pesquisar e descobrir como mexer em algo tão diferente.
Não, o carro está nas mãos de quem deveria estar. O Valter tem a paciência, habilidade, dedicação e paixão necessárias para ele mesmo arrumar o que precisa ser arrumado. O dinheiro, ora o dinheiro... dá-se um jeito!
MAO
Por favor Senhores, existe um comparativo aqui no site sobre a Hoggar vs Nova Saveiro vs Nova Montana? Principalmente quanto ao quesito suspensão? Tô querendo comprar uma delas mas tá difícil saber qual delas tem mais suspensão pra suportar as buraqueiras das nossas ruas por mais tempo (e com conforto).
ResponderExcluirMuito obrigado.
PS: Peço perdão pelo Off-topic.
Aqui em BSB, qdo eu era pivete, nos anos 80, via um desse sempre por aqui, mas era vinho e tinha placa azul. Era idêntico a esse, "cupê", com as rodas de 3 raios grossos. Me lembro como se fosse ontem pq achei o carro completamente alienígena em relação ao que tínhamos por aqui!
ResponderExcluirSó achei que ficaram faltando mais fotos do interior do carro. Gostaria de ver uma "panorâmica" de todo o painel com o console e ficou devendo também do console onde fica a alavanca de câmbio e o miolo da chave de ignição.
De resto, belíssimo carro e que bom que o dono sabe cuidar dele como se deve!!!
MAO,
ResponderExcluirobrigado por mais um post sobre Saabs. eu continuo acompanhando o que a empresa faz nesse período pós-GM, e essa semana disseram de novo que voltarão ao Brasil.
no Saabs United, maior fansite da marca, fizeram uma montagem do protótipo Phoenix com o novo 9-5 para imaginar como será o próximo Saab 9-3 - sucessor desse fantástico 900 que você teve em mãos por uma tarde. veja só:
http://www.flickr.com/photos/60168355@N04/5495661826/
com o motor 1,6 emprestado do Mini Cooper e regulado pela própria Saab (já disseram que farão isso), um desenho com alguns detalhes inspirados nos Saabs da era Sixten Sason (anos 40 a 60), um interior mais "atual" e a volta da marca ao Brasil... hummmmm... tô vendo que vou me endividar bastante para ter um...
Não imaginava que existia um desses no Brasil, ora vejam só. Vamos ser francos, quanto foi pago por ele?
ResponderExcluirO colega MAO e suas postagens maravilhosas, quase mitológicas...
ResponderExcluirQue coisa bacana ver uma jóia destas, rara e "exótica", tão bem tratada e amada por seu dono.
Parabéns pelo texto delicioso, pela aula de História, e toda felicidade do mundo para o colega Valter e seu Saab reluzente.
De fato, uma mosca-branca de olhos azuis. Há um ano atrás, vi um 9000 CD estacionado numa rua do Jabaquara. Estacionei para admirá-lo. Estava meio caidão, mas ainda num estado razoável.
ResponderExcluirMuito bacana MAO!
ResponderExcluirCara, quantos detalhes que o bicho têm, essa da soleira da porta achei demais...deve ser bem interessante abrir a porta e passar o pé direto!
Nas fotos parece pequeno, mas mede tanto quanto os 4,77 de um Pallas? Incrível!
Belo teste mesmo, um carrinho bem raro que realmente não denuncia ter trinta anos, deve ser mesmo uma delícia de tocar.
abraço
Mister Fórmula Finesse
Carlos Eduardo,
ResponderExcluirO modelo que você viu certamente era da frota de alguma embaixada (provavelmente da própria Suécia)
MAO
ResponderExcluirEu já vi esse carro faz um tempo. Quando eu iria imaginar se tratar de "filho único" em terras brasilis? Curioso são esses enormes balanços devido ao curto entre-eixos, pelo menos com relação ao comprimento total do modelo. O texto a respeito dos alces e as colunas "A" é do HJ e não do JJ, se bem que até poderia ser, já que o JJ é tarado no 900. Pra quem não viu e gosta o 900 é protagonista do filme "Cadilac preto", com Randy Quaid no papel do vilão xerife.
Pode ser bom mas é muito feio...
ResponderExcluirMAO
ResponderExcluirÀ propósito, bem que você poderia acionar o modo panorâmico ou usar a grande angular (sei lá como é o nome, o PK é que sabe) e enquadrar o clássico vermelho ao lado, segunda foto do post.
Muito legal o artigo. E pra quem quiser ver um Saab 900 Turbo em vídeo e funcionando:
ResponderExcluirhttp://www.youtube.com/watch?v=u0cx_XSJk-Y
No vídeo é um modelo 1988 conversível vermelho e não está nem de longe no excelente estado de conservação do carro do Valter, mas mesmo assim vale a visita, é um giro bem completo pelo carro, inclusive mostrando a abertura do capô.
muito peculiar o veículo, até no estepe. na minha ignorância, Nokia só no mundo de Telecom
ResponderExcluirExcelente post, parabéns!
ResponderExcluirHavia um Saab 9000 à venda na Webmotors, azul escuro, mas não encontrei o link. Falando em 9000 e loucuras da engenharia, um post assim sobre a Lancia Thema 9.32 ou a Alfa 164 seria demais!
O que são skidpads?
ResponderExcluirMAO
ResponderExcluirBelissimo texto , como sempre , recheado de muitas informacoes tecnicas e historico completo da marca!!
Seu amigo Valter, ta ai um autoentusiasta com A maiusculo!
Sempre gostei desse carro (achava que era o unico!) Nao sabia que havia um exemplar no Brasil !
Tbm gosto de carros exoticos ja tive entre outros WRX e hj minha companheira de estrada e uma deliciosa Alfa Spider V6..
Acho que nos, que gostamos dessas "encrencas", nao devemos dar ouvido a opiniao dos que nos chamam de doidos ! Nao e so sensatez e racionalidade: A vida se faz de emocao e paixao !
Saude e vida loga ao Valter para que mantenha muito bem cuidado esse rarissimo exemplar!
Valeu MAO!!! Excelente texto! E que doidera este carro heim! Dê os parabéns ao Valter, este cara é entusiasta de verdade.
ResponderExcluirPeças de reposição? E-bay?
Abs
Daniel, compre uma Pampa!
ResponderExcluirSobre o para-brisa pouco inclinado, sou fã disso, justamente por ficar menos sujeito ao reflexo do sol (salvo quando ele está no horizonte, mas aí algo que afeta indistintamente carros independente da inclinação do para-brisa). Era algo de que eu gostava na linha Opala (que também tinha as colunas A finas como as do 900) e de que gosto no Mini atual.
ResponderExcluirTalvez fosse hora de os fabricantes reverem essa história de para-brisas inclinadíssimos. Eles foram se inclinando, conforme o MAO lembrou, por causa dos painéis dos carros, que foram ficando menos chapados e passaram a ganhar bandejas porta-trecos (quem não se lembram de painéis como os do Escort Mk3 e o da linha Gol em versões GL para cima?). Com isso naturalmente eles foram se projetando para a frente e levando consigo as paredes corta-fogo para a frente (a ponto de ser possível saber visualmente a tração de um carro pela distância do eixo dianteiro em relação à base do para-brisa, vide uma rápida comparação entre a maioria dos carros modernos de tração dianteira e um BMW, por exemplo). O painel tridimensionalizado hoje em dia não faz muito sentido, justamente por causa dos airbags, que obrigam que não haja qualquer objeto solto por perto.
E nessa, também estamos perdendo espaço interno nos carros, o que faz com que os fabricantes os cresçam sem que haja necessariamente acréscimo de habitabilidade em relação a seus antecessores de tamanho mais racional. Um para-brisa mais em pé, por seu lado, permitiria jogar os ocupantes dianteiros um pouco mais para frente em um mesmo entre-eixos (não se entenda aqui por subtrair espaço de pernas dianteiro, por favor). Com isso, ganha-se também em espaço para os de trás.
E ainda na questão do conforto ao dirigir, além de o para-brisa mais em pé deixar a visibilidade para frente menos susceptível à posição do sol no dia (exceto, novamente, quando o sol estiver no horizonte). Observe-se que nos para-brisas inclinados dos carros de hoje, há vezes em que nem faixa degradê atenua o problema do sol lá em cima dando reflexo. Muitas vezes, nem quebra-sol dá jeito. Pelo que vi do 900 da postagem, ele tem para-brisa normal e, pelo visto, ninguém sente falta de uma faixa degradê, ainda que se houvesse uma ele ficaria ainda melhor de se guiar. E, claro, se você abaixa os quebra-sóis, eles de fato evitam o reflexo do sol na tua cara (em carros com para-brisa inclinado, muitas vezes os quebra-sóis ficam mais para trás do que deveriam e não têm tamanho adequado para cobrir a área em que o sol incomoda).
Se voltaremos a ter para-brisas mais retos? Espero eu que sim, até porque descobriram que desenho à peixe-cofre dá mais aerodinâmica, como é o caso do protótipo Bionic Car, da Mercedes (http://www.netcarshow.com/mercedes-benz/2005-bionic_concept_car/), que tem Cx de apenas 0,19. Com isso, compensa-se sossegadamente a maior área frontal que ele tem.
Espetáculo, MAO. Tens o dom da escrita. Parabens.
ResponderExcluirAbraço
Lucas crf
Uma bela história sobre um belo carro de uma bela época. Faltou só pôr mais umas fotos, meu caro MAO.
ResponderExcluirSeu amigo Valter tem uma grande missão em vida, que é continuar a cuidar desta jóia. Que falem o que quiserem, que digam a ele que é loucura acelerar a vinda dos grisalhos com os mimos que o carro deve requerer, que o chamem de tolo! "Pai, perdoai-os... eles não sabem o que fazem...".
Deve ser maravilhoso ter um companheiro desses na garagem. Não existem finais de semana monótonos para o nosso colega Valter, creio eu.
MAO, sou seu fã, cara! Continue dividindo conosco seus textos tão entusiastas!
Augusto Sousa
Tração dianteira, motor atrás e câmbio na frente, freio de estacionamento nas rodas dianteiras... seria uma homenagem velada ao igualmente iconoclasta Citroën DS?
ResponderExcluirCarlos Eduardo,
ResponderExcluirSim, fico devendo mais fotos. O Valter disse que vai memandar mais, prometo publicar.
MAO
Todos,
ResponderExcluirPor pura coincidência, hoje é aniversário do Valter!
Parabéns de novo, camarada, and keep on truckin!
MAO
Augusto sousa,
ResponderExcluirQue bom que gostou!
Fico devendo mais fotos, prometo arrumar mais.
MAO
Galo Cego,
ResponderExcluirGrato pelos elogios!
Comente sempre!
MAO
Francisco VG,
ResponderExcluirFoi do JJ o post da coluna reforçada, eu achei ele e coloquei um link no texto, veja lá.
grato!
MAO
Mister Finesse,
ResponderExcluirO maior barato, dá para ficar horas fuçando, e ficamos!
Abraço!
MAO
Anonimo,
ResponderExcluirSkidpads são pistas circulares onde se testa aderência e comportamento do carro.
Se dirige o carro em círculo até ele "escapar"...
MAO
Belíssimo carro !!!
ResponderExcluirEu ne imaginava que existia um exemplar desses em "terra brasilis"
Abraços e belo blog :D
Ass
Kiko Molinari - Editor blog Carros Raros BR
Fabio,
ResponderExcluirGrato!
Uma ajuda boa com as peças vem do nosso amigo Hans Jartof, que tinha ele mesmo um 900 até pouco tempo atrás, na Suécia...
MAO
Lucas crf,
ResponderExcluirGrato, amigo!
MAO
Francisco VG,
ResponderExcluirEra o Camaro 67 vermelho, 327 powerglide, de outro amigo de faculdade, o Fabio.
Carro restaurado literalmente até o último parafusinho. Melhor que zero. história para outro dia...
MAO
hehehe... Salve HJ!!!
ResponderExcluirMAO, ficamos no aguardo do post do Camaro do meu xará, por favor é claro.
Soube o significado de skidpads hoje também, um excelente local é no acesso do rodoanel via Demarchi, próximo ao ponto que cruza com a Imigrantes, demais!
Abs
Ahhh Saab 900 Turbo...
ResponderExcluirTai um carro que mexe verdadeiramente comigo. Se tem algo que eu gosto é técnica apurada, o estilo, bem num carro como este é bem secundário, mas eu consigo ver a sua beleza(acho que todos, não)?
Enfim sempre me encantou, talvez pelo gosto do inusitado, mas enfim...
Há quanto a eletronica, a Saab chegou a ter uma divisão de desenvolvimento de computadores, isso tudo pra fornecer aos aviões, aposto que os engenheiros da divisão de veículos, aprenderam uma ou duas coisas ali...
Valter parabéns, dividimos a paixão pelo mesmo carro, se quiser vende-lo um dia, tens um candidato igualmente interessado aqui...
MAO, ótimo texto! Só que ficou faltando a foto da chave de ignição entre os bancos...
ResponderExcluirMAO,
ResponderExcluirParabéns pelo texto, está ótimo.
Fui conhecer esse modelo em 2003 na Alemanhã. Assim como você disse que o carro era queridinho dos professores universitários, por coincidência o carro era do diretor da escola em que fiz intercâmbio. Legal saber mais a fundo sua história.
Impressionante como, mesmo com o arranjo câmbio sob o motor, o carro tem frente baixa. Sem dúvida o motor a 45º ajuda, mas mesmo assim é notável. A visibilidade deve ser perfeita. Agora, com esse arranjo motor longitudional, câmbio sob ele, embreagem na frente, transmite a tração para a rodas?
Grande abraço
Ótimo texto/teste! Desde a época do JLV e sua Motor3 eu já era fã do "sueco diferente". Adoraria ter um dos 9000CD trazidos pela GMB em 1991. No mais, auspiciosas a "reindependância" da Saab e o provável (re)lançamento da marca no Brasil!
ResponderExcluiresse saab é AWD??
ResponderExcluirMAO, é um sacrilégio esse carro não pegar uma auto-estrada vez ou outra.
ResponderExcluirGosto muito dos Opala até 1979. Quando der procurarei um 75 a 78 duas portas seis cilindros automático pra restaurar e curtir. Acho que os Opala de 1980 em diante, com aquela frente quadrada, perderam um pouco da sua essência de carro sessentista e setentista. Mas e os Saab? Eles foram populares nos EUA nos anos 80 e 90. Jerry Seinfeld, comediante e autoentusiasta, descreve o seu 900 turbo que foi roubado em um episódio. Teve um filme com Jack Nickolson e Helen Hunt, Melhor é impossível, que Jack dirige um 9-5 conversível se não me engano. Lindo carro, azul claro metálico com interior bege bem claro. Belas peças de engenharia, comparáveis aos Volvo em qualidade construtiva e segurança. Tomara que voltem mesmo.
ResponderExcluirPeculiar foi a melhor palavra pra descrevê-lo. Não acho que a técnica dele seja superior ou mais evoluída que seus contemporâneos, mas apenas diferente. O que deve ter causado boas dificuldades em assistência técnica fora das autorizadas e dos especialistas, mesmo na Europa.
ResponderExcluirO que de forma alguma denigre a imagem de uma máquina belamente descrita pelo MAO. Lembro quando o "conhecí" em um teste da Quattroruote de 1980. Já naquela época achei o seu desenho ultrapassado, principalmente pelo parabrisa bem vertical. Como eu adorava desenhar carros, simplesmente o achei feio mas curiosíssimo!!
Agora, acho o 9000, principalmente o Aero de 5 portas, anterior ao CD trazido pela Chevrolet no início das importações, belíssimo!! Assim como seus co-irmãos da Fiat.
MAO, ou muito me engano ou o 9000 é co-irmão apenas do Thema, 164 e Croma. A Peugeot tinha parceria com a Volvo e a Renault à época, apenas para desenvolviménto técnico e aproveitamento de motores diesel e o famoso PRV V6.
Galto,
ResponderExcluirVocê tem razão, já corrigi o texto.
Obrigado!
MAO
Pode ser bom, mas é feio pra KCT!
ResponderExcluirE como dizia o poetinha: "- as feias que me perdoem, mas beleza é fundamental".