Um amigão nosso, autoentusiasta de carteirinha, está morando na Europa, e com frequência nos manda relatos de como é a vida por lá. No que diz respeito a automóveis, duas coisas se destacam: Praticamente não há modelos de gerações anteriores convivendo com modelos mais novos, e o pacote básico de equipamentos é bem mais generoso do que aqui.
No caso da atualização dos automóveis, julgo que o maior poder aquisitivo da população, os preços menos carregados de impostos e um consumidor mais maduro, não permitem que um modelo defasado sobreviva. A diferença de valores nunca será grande a ponto do mais antigo parecer uma pechincha, e o consumidor optará sempre pelo modelo mais moderno, inviabilizando a produção do antigo.
Já aqui no Brasil o consumidor é muito mais sensível a preço, e os carros são proporcionalmente muito mais caros. O resultado é que, ainda que a diferença entre um Mille e um Uno novo não seja tão grande, o primeiro ainda vende bem a ponto de sua produção ser perfeitamente viável. O mesmo vale para o Corsa, pois com uns R$ 200 a mais na prestação, dá para levar o Sedan de geração mais recente, com motor maior e todas as vantagens de um projeto mais moderno. Mas quem vende bem mesmo é o Classic.
No que diz respeito ao pacote de equipamentos, vejo duas situações. O consumidor pouco exigente, que apesar de pagar caro por um carro, se dá por satisfeito se o mesmo for equipado com direção assistida, condicionador de ar e acionamento elétrico de vidros e travas. E a acomodação dos fabricantes de automóveis, que oferecem carros diferentes, feitos em fábricas diferentes, mas impressionantemente iguais quando falamos de preços e equipamentos de série.
Ainda hoje dou boas risadas com meu irmão Eduardo quando conversamos sobre automóveis e lembramos de uma expressão comum nos anos 80 em anúncios de carros nos jornais, o "completo menos ar e direção". Nosso pai mesmo teve um Kadett SL/E, modelo intermediário da linha, que era equipado com rodas de liga leve, acionamento elétricos de vidros, travas e espelhos, check control, e o então moderníssimo computador de bordo. Mas na hora de manobrar, era no muque, e encarar o calor de 40 graus aqui do Rio, só de janelas abertas.
Vejam bem, não estamos falando de Gol CL nem de Uno S, mas do Kadett, carro equivalente a um Astra ou Focus. Com o Monza não era diferente, ele teve um SL/E antes do Kadett com configuração parecida, apenas não tinha o tal computador de bordo, pois não era disponível. Já pensaram em um Civic sem direção assistida e ar-condicionado ? Pois era assim.
Julgo que o começo da popularização do ar-condicionado nos carros aconteceu quando a Fiat começou a oferecê-lo no Uno Mille ELX. Causou espanto, como assim um simples Mille com ar-condicionado? Mas muita gente gostou, pois queriam um carro pequeno, barato e econômico mas com algum conforto. E no verão do Rio, confesso que prefiro um Mille com ar do que o Monza igual ao que meu pai teve. Na época a Fiat ainda brigava por um lugar ao sol e ousava mais.
Uma iniciativa louvável mas que não foi para frente foi quando a Renault começou a fabricar o Clio em nossas terras e oferecê-lo desde a versão mais básica com bolsas infláveis duplas de série. Temos aqui em casa um RL 2001, sem direção assistida mas com as bolsas infláveis. Infelizmente, em um mercado onde 500 reais podem decidir uma compra, a Renault se viu forçada a oferecer o carro sem as bolsas infláveis e com uma pequena redução de preço. Na verdade um erro estratégico, pois o carro vendia pouco por desconfiança da marca, não porque custava um pouco mais caro.
Agora, com mais tempo de mercado e melhor aceitação, penso que um aumento de R$ 500 no preço do carro e a incorporação da bolsa inflável pelo menos para o motorista, ajudaria o modelo a se destacar entre os pares, oferecendo mais pelo mesmo.
Quem viajava entre o Rio e São Paulo de ônibus deve lembrar que o serviço oferecido pelas três empresas estabelecidas na ponte rodoviária era apenas mediano. Itapemirim, Expresso Brasileiro e Cometa não faziam a menor questão de oferecer mais, pois o fluxo de passageiros era garantido, já que nesse tempo não existia passagem de avião a R$ 100.
Foi só a Viação 1001 forçar a barra para entrar na linha que era o filé para as empresas que a coisa mudou de figura. Começou a oferecer ar-condicionado em todos os carros, e logo em seguida apareceu com o Double Decker, que por conta dos dois andares, oferecia na mesma viagem o serviço executivo e o leito. A concorrência teve que vir atrás e oferecer o ar-condicionado em praticamente todos os horários.
Por isso frisei que, apesar de ter gostado muito do Bravo, não concordo com a política muquirana do fabricante de ficar oferecendo certos equipamentos como opcionais, em um carro que começa em R$ 55 mil, e com concorrentes de peso. Os orientais já dominaram o posto dos sedãs médios, e ao que parece dominarão o segmento dos hatches médios também.
Dominar o segmento dos pequenos é uma questão de tempo, penso eu. E sem mágicas, apenas respeitando um pouco mais quem gasta seu suado dinheiro na compra de um carro.
AC
No caso da atualização dos automóveis, julgo que o maior poder aquisitivo da população, os preços menos carregados de impostos e um consumidor mais maduro, não permitem que um modelo defasado sobreviva. A diferença de valores nunca será grande a ponto do mais antigo parecer uma pechincha, e o consumidor optará sempre pelo modelo mais moderno, inviabilizando a produção do antigo.
Já aqui no Brasil o consumidor é muito mais sensível a preço, e os carros são proporcionalmente muito mais caros. O resultado é que, ainda que a diferença entre um Mille e um Uno novo não seja tão grande, o primeiro ainda vende bem a ponto de sua produção ser perfeitamente viável. O mesmo vale para o Corsa, pois com uns R$ 200 a mais na prestação, dá para levar o Sedan de geração mais recente, com motor maior e todas as vantagens de um projeto mais moderno. Mas quem vende bem mesmo é o Classic.
No que diz respeito ao pacote de equipamentos, vejo duas situações. O consumidor pouco exigente, que apesar de pagar caro por um carro, se dá por satisfeito se o mesmo for equipado com direção assistida, condicionador de ar e acionamento elétrico de vidros e travas. E a acomodação dos fabricantes de automóveis, que oferecem carros diferentes, feitos em fábricas diferentes, mas impressionantemente iguais quando falamos de preços e equipamentos de série.
Ainda hoje dou boas risadas com meu irmão Eduardo quando conversamos sobre automóveis e lembramos de uma expressão comum nos anos 80 em anúncios de carros nos jornais, o "completo menos ar e direção". Nosso pai mesmo teve um Kadett SL/E, modelo intermediário da linha, que era equipado com rodas de liga leve, acionamento elétricos de vidros, travas e espelhos, check control, e o então moderníssimo computador de bordo. Mas na hora de manobrar, era no muque, e encarar o calor de 40 graus aqui do Rio, só de janelas abertas.
Vejam bem, não estamos falando de Gol CL nem de Uno S, mas do Kadett, carro equivalente a um Astra ou Focus. Com o Monza não era diferente, ele teve um SL/E antes do Kadett com configuração parecida, apenas não tinha o tal computador de bordo, pois não era disponível. Já pensaram em um Civic sem direção assistida e ar-condicionado ? Pois era assim.
Julgo que o começo da popularização do ar-condicionado nos carros aconteceu quando a Fiat começou a oferecê-lo no Uno Mille ELX. Causou espanto, como assim um simples Mille com ar-condicionado? Mas muita gente gostou, pois queriam um carro pequeno, barato e econômico mas com algum conforto. E no verão do Rio, confesso que prefiro um Mille com ar do que o Monza igual ao que meu pai teve. Na época a Fiat ainda brigava por um lugar ao sol e ousava mais.
Uma iniciativa louvável mas que não foi para frente foi quando a Renault começou a fabricar o Clio em nossas terras e oferecê-lo desde a versão mais básica com bolsas infláveis duplas de série. Temos aqui em casa um RL 2001, sem direção assistida mas com as bolsas infláveis. Infelizmente, em um mercado onde 500 reais podem decidir uma compra, a Renault se viu forçada a oferecer o carro sem as bolsas infláveis e com uma pequena redução de preço. Na verdade um erro estratégico, pois o carro vendia pouco por desconfiança da marca, não porque custava um pouco mais caro.
Agora, com mais tempo de mercado e melhor aceitação, penso que um aumento de R$ 500 no preço do carro e a incorporação da bolsa inflável pelo menos para o motorista, ajudaria o modelo a se destacar entre os pares, oferecendo mais pelo mesmo.
Quem viajava entre o Rio e São Paulo de ônibus deve lembrar que o serviço oferecido pelas três empresas estabelecidas na ponte rodoviária era apenas mediano. Itapemirim, Expresso Brasileiro e Cometa não faziam a menor questão de oferecer mais, pois o fluxo de passageiros era garantido, já que nesse tempo não existia passagem de avião a R$ 100.
Foi só a Viação 1001 forçar a barra para entrar na linha que era o filé para as empresas que a coisa mudou de figura. Começou a oferecer ar-condicionado em todos os carros, e logo em seguida apareceu com o Double Decker, que por conta dos dois andares, oferecia na mesma viagem o serviço executivo e o leito. A concorrência teve que vir atrás e oferecer o ar-condicionado em praticamente todos os horários.
Por isso frisei que, apesar de ter gostado muito do Bravo, não concordo com a política muquirana do fabricante de ficar oferecendo certos equipamentos como opcionais, em um carro que começa em R$ 55 mil, e com concorrentes de peso. Os orientais já dominaram o posto dos sedãs médios, e ao que parece dominarão o segmento dos hatches médios também.
Dominar o segmento dos pequenos é uma questão de tempo, penso eu. E sem mágicas, apenas respeitando um pouco mais quem gasta seu suado dinheiro na compra de um carro.
AC
Quero ver esse dia chegar! Quem sabe os chineses começam a forçar essa nova "onda", de carros pequenos, "baratos" e completos.
ResponderExcluirO mercado brasileiro é realmente bem peculiar, onde se da mais valor para acessórios estéticos aos itens de segurança ou mesmo de conforto.
ResponderExcluirVejo vários carros populares com rodas de liga-leve (as vezes de gosto duvidoso) que requerem pneus de perfil baixo (e por consequencia, caros), vários equipamentos de som, farol de neblina (uma das "novas manias")... mas sem direção assistida, ar-condicionado. Itens de segurança, nem se fala, pois muitas vezes nem existem como opcional de fábrica.
Bem lembrado esse caso da Renault, que vendia o Clio com duplo air-bag de fábrica; mas devem ter notado que isso não era um diferencial e que só aumentava o custo do produto.
A Chevrolet disponibilizava um pacote com ABS e air-bag para o Corsa, mas também retiraram esses opcionais do catálogo de vendas. Mas, em contrapartida, fornecem vários acessórios estéticos.
Vai entender...
Brasileiro não pode mesmo ter carro com ar condicionado. Nunca liga o ar para não gastar combustível, não faz manutenção preventiva nele, reclama que prejudica o desempenho do seu poderoso motor 1.0...
ResponderExcluirPor isso que a maioria dos carros usados com A/C que estão à venda sempre vem com aquele comentário clássico. "O ar não está gelando (funcionando), acho que só precisa de uma carguinha de gás!"
KKKKKK!
a carga tributaria dos mercados europeus é superior ou igual(fonte OMC) a nossa temos mão de obra barata há fartura de materias primas igualmente competitiva e agora o quarto mercado de automoveis do mundo os veiculos que tem 7% de alicota de ipi custam em media 28mil reais e ainda ouço esse papo de imposto alto é que encarece os nossos veiculos.
ResponderExcluirO Monza foi um ótimo exemplo para o post. É um carro muito confortável, mas mesmo sem o ar quente ligado, no inverno o interior dele fica quente. No verão, sem o ar condicionado é uma sauna sobre rodas. E falo por experiência própria...
ResponderExcluirFalando em Carguinha de Gás... (OFF Topic)
ResponderExcluirMeu primeiro carro foi um Corsa Super 1.0 16V, ano 2000. Comprei usado em 2003 e logo em seguida percebi que o Ar condicionado parou de gelar (!)
Coloquei uma carga com contraste por R$100,00 para ver onde estava vazando... e esqueci de voltar para a concessionária...kkk
Me lembrei de novo quando o ar não gelou... passados 9 meses. Mesmo assim passaram a Luz ultravioleta e acharam o furo no evaporador. O conserto custaria uns R$1.800,00
Fiz as contas e falei pra ele completar o gás!!
Fiquei 5 anos com o carro e, recarregando o gás a cada ano, gastei em torno de 600 reais apenas, o equivalente a umas 7 recargas. Nunca deu problema e nunca fez falta o conserto.
Falaram logo lá em cima que se os chineses chegarem talvez os fabricantes nacionais podem começar a "se coçar" e oferecer mais pelo mesmo preço. Só espero que não ofereçam um acabamento de baixíssima qualidade como alguns chineses, e olha que o acabamento dos carros atuais no Brasil é bem "porco" mesmo !!!
ResponderExcluirÉ por isso que com um valor de um popular 0Km prefiro comprar um semi-novo/usado mais completo. Afinal não quero um carro pra "pagar de fodão" só porque é novo ¬¬"
Abraços
ass
Kiko Molinari - http://carrosrarosbr.blogspot.com
Excelente análise.
ResponderExcluirConcordo com voce, Alexandre. E gostaria de dizer que tive uma surpresa ao ver um carro igual ao meu 89, SL/E (exceto p/ fato do meu ser vermelho escuro)ilustrando este post. Abraço
ResponderExcluirPrezado Alexandre,
ResponderExcluirsó fico com receio de, num futuro não muito distante, os fabricantes chineses e coreanos apresentarem um comportamento análogo ao dos fabricantes nacionais, como os exemplos citados por você da FIAT e da Renault. Um abraço!
Tenho o mesmo receio do Octavio.
ResponderExcluirNão fico muito animado com o fato de algumas marcas chinesas interessadas em abrir fábrica no Brasil. Se o custo da mão de obra chinesa é imbatível, qual a vantagem de fabricar os carros aqui? Ou será que a verdadeira intenção deles é abrasileirar os carros chineses no pior sentido da palavra, depenado e caro?
Meu pai tem um Monza SL/E completo "menos dê agá" há coisa de 13 anos e ainda se vê esse tipo de anúncio aqui.
ResponderExcluirImposto realmente não é desculpa, o consumidor médio que é burro, e pior, por opção, já que informação é o que não falta.
nesta mesma época a fiat tb começou a oferecer carros com a chapa mais fina.
ResponderExcluirapesar dos especialistas dizerem que isso é absurdo e que todos os veículos tem a mesma expessura de chapa, vários processos ainda correm na justiça com alegação de que determinado acidente envolvendo fiat uno/mille ocasionou a morte de ocupantes pela excessiva deformação da chapa, alguns acidentes famosos incluvive, até hj processos tramitam
Antigamente (década de 80, início de 90) muitas pessoas não gostavam de alguns equipamentos, como o ar-condicionado porque "gastava demais". Ainda hoje algumas pessoas, principalmente as de idade mais avançada, não compram carro com câmbio automático alegando que dá muito problema e gasta muito...
ResponderExcluirNo início de 1995, meu pai foi comprar um Kadett básico, mas acabou ficando com um "completo menos ar e direção" que estava na concessionária. Era um Kadett GL 1,8 EFI verde metálico equipado com travas e vidros elétricos, alarme, rodas de liga leve, freios a disco traseiro e suspensão traseira com amortecedores pneumáticos. Analisando hoje, é uma configuração bastante curiosa.
Ontem ao acaso entrei no site da GM argentina e lembrei que o Celta é vendido pela Suzuki de lá com o nome de Fun. Um "gauchinho" com 4p, motor 1.4, AR, DH e CD Player sai por pouco mais de 43mil Pesos. Com o Peso valendo R$0,42 chega-se a menos de R$20mil num carro compacto mas razoavelmente bem equipado para os nosso padrões.
ResponderExcluirNão sei exatamente com quanto vive a classe média argentina mas cada dia que passa vejo o quanto o brasileiro é burro, não só comprando carro mas também em relação aos diversos bens de consumo.
Também, pudera a indusria nacional oferecer porcarias...
ResponderExcluirConsumidor que:
1-) Troca o seu carrrinho em bom estado mas com 4 anos de uso por um 1.0 novo apenas porque o ultimo do ano. E o pior: Se endivida para tal!
2-) Compra a propaganda da TV e não o produto contido por trás dela
3-) Se gaba de ficar 120 dias numa fila de espera por um modelo de carro (que muitas vezes nem barato é)...
4-) Não tem o menor cuidado com o veículo e o trata como objeto NÃO durável (ou vocês acham realmente que os fabricantes nao sabem que o brasileiro mediano moe o carro e tem que fatalmente trocá-lo a cada 2 anos)
Consumidor assim merece o que os fabricantes oferecem e seus respectivos preços.
Não troco minha Ford Ranger comprada zero km em 2006 por um automóvel zero km apenas porque "é do ano".
Ótimo tópico! Bem ao estilo do nosso cotidiano. Parabéns, AC!
ResponderExcluirOlha, realmente essa questão do valor é crucial. Mas entendo q as coisas estão mudando: com a possibilidade de prolongar o financiamento, as pessoas
estão comprando o que não poderiam pagar.
Temos um consumidor mais seletivo: a pessoa não se preocupa com a mecânica, mas exige acessórios de conforto e design. Ou seja, nada de entusiasmo!
Entendo que as próprias fabricantes tendem a oferecer modelos mais equipados, com acabamento melhor e talz; mas a falta de torque em baixas rotações é o que mais incomoda num carro de entrada (1-L). O assunto já fora abordado em outro Post, mas sinceramente esses valores de potência (cv) divulgados
estão distantes das necessidades impostas pelo cotidiano. Basta atentar às curvas de torque. Se fossem valorizados os sistemas essencialmente mecânicos
dos modelos populares (trem de força, suspensão e direção), com o sacrifício até mesmo dos diversos sensores e sistemas eletrônicos embarcados, teríamos
um carro honesto e fiel, de manutenção simples e resistente ao uso moderado.
Sente-se falta de um carro valente, confiável.
Por isso o mercado de usados é aquecido, apesar da sazonalidade. Há muitas ofertas interessantes.
Encontra-se, por exemplo, veículos com mais de 10 anos de uso, íntegros, originais, pouco rodados e único dono.
Escuto as pessoas reclamando do atraso da geração do Golf nacional. Mas, é um carro que não te deixa na mão. O único dissabor é o valor do seguro.
Ora, não acham mais racional empregar R$ 23.000 em um Golf 2001 motor 2-L, completo a levar uma Fiat Mille 0km, básica?
Por isso que eu prefiro comprar um usado, com uns 3 ou 4 anos de uso, mas conservado e bem equipado, com ar, direção, trio elétrico, airbag e ABS pelo menos, do que um novo pelado.
ResponderExcluirClaro, se eu tivesse condições de comprar um zero todo completo, eu compraria, mas como eu não posso, prefiro um usado assim do que um novo fraco.
Quanto a carga tributária da Europa, ela pode ser igual a daqui, mas lá os salários são muito mais altos, o que faz com que os impostos não pensem tanto no bolso das pessoas.
Além do que, na Europa, e nos EUA e Japão e etc, a infraestrutura (portos, aeroportos, estradas, energia) e a burocracia estatal é bem melhor, não tendo o nosso grande "custo Brasil".
è dificil pra mim chamar um 1.0 com ac de completo.
ResponderExcluirMas é engraçado como o pessoal não faz a conta que com o dinheiro de um zero da pra comprar um usado BEM MELHOR.
Mas eu digo bem melhor mesmo.
Carro zero é pra quem gosta de pagar marmita de politico, e pagar de ''ryco'' porque tem popular do ano.
O Daniel Shimomoto falou tudo! Não tem mais nada a acrescentar.
ResponderExcluirAliás, outra coisa que não dá para engolir são esses modelos 2012 lançados em janeiro de...2011. Me dá vontade de vomitar quando vejo um carro desses!
Realmente o consumidor brasileiro merece tudo isso e mais um pouco ainda...
É gente, lendo os posts aqui sou obrigado a concordar que voces estão cobertos de razão ao justificar a compra de um carro mais velho porém mais completo. O que preocupa na verdade é o tipo de carro que estará disponível em 2015, ou seja os carros de hoje com 4 anos de uso.
ResponderExcluirO salário mínimo na Argentina é de aproximados R$ 980 reais, e o salário médio geral em torno de R$ 3.940,00. Ou seja, com menos impostos, salário médio de mais de duas vezes o nosso, gasolina de cerca de metade do preço da nossa, e com um Celta com Ar e DH custando R$ 18 mil, dá idéia da merda de país que vivemos. E a Petrobrás ainda está para aumentar nossa gasolina e outros derivados.
ResponderExcluirO post represente a verdade...
ResponderExcluirLogo que lançou o UNO atual, uma vizinha adquiriu um 1.0 "completo -AC" por 34 paus. Sinceramente? Burrice.
DH e AC não são devem ser considerados luxo e deveriam ser itens de série em todos os carros fabricados por aqui, principalmente AC.
De que adianta vc ter vidros eletricos, sonzão, rodas, sei lá "mais o que" e no calor (que é maior parte do tempo no Brasil) ficar todo suado?
Ainda sobre acessórios, entendo que o espelho elétrico é muito mais útil que vidro eletrico. Quem anda com AC quase direto (meu caso) pouco usa o vidro eletrico. Entretanto, para estacionar o carro ao lado direito da rua, para regular o espelho tem de se retorcer por inteiro.
Quanto ao comentário do Nicolas: Dependendo do uso, é mais negócio sim um UNO zero a um Golf 2001. Pode ser muito superior na construção, etc e tal. Entretanto, são 10 anos já. Na boa. É um carro velho. Dependendo do uso que se faz dele, começam a surgir problemas que nao acabam mais. Não só o golf, qualquer carro com essa idade.
Marco
Compramos quantidade e não qualidade.
ResponderExcluirNão exigimos um carro bem feito, bem construído.
Não nos importamos em pagar 20 mil reais de juros em financiamento, mas tentamos esticar os pneus e trocas de óleo "até o talo".
Depois me falam que eu perco dinheiro ficando 5 anos com um carro... que tem medo de comprar carro com 100.000km porque "vai ter que fazer o motor"...
E ainda acreditam nas atrocidades proferidas pelos vendedores em que boa parte manja nada de carro.
- Osmar Fipi
Muito bom o post meu Xará! rsrs
ResponderExcluirTive um Monza SL/E 89 azul médio metálico básico e o interessante é que ele tinha travas, espelhos e vidros elétricos nas 4 portas, antena automática também elétrica, mas não possuia o kit ar/direção.
Era uma delícia de dirigir e apesar de 2.0 a álcool, era mais econômico que o Fiat Ideia que temos aqui em casa, além de mais confortável.
Outro ponto levantado, eu só tenho carros antigos e "velhos" que tento colecionar, e nada nesse mundo (a não ser a minha mulher) me faz entrar em financiamento de carro. rsrsrs
Ela tem o seminovo dela (comprar um zero eu não deixei)e eu tenho meus velhinhos (que estão em melhor estado que muito carro 2008 que se vê por aí)
Abs
Bonini
Essa política da Fiat é uma bobagem. Vidro elétrico traseiro opcional?!
ResponderExcluirLembro que tive que pagar por eles numa perua Palio, não para andar de vidro aberto, mas para vir com bloquei dos vidros traseiros.
Carga tributária é desculpa para justificar o preço altíssimo dos nossos carros. As montadoras perceberam o baixo nível de exigência do consumidor brasileiro e aproveitam para empurrar plataformas defasadas e com os custos mais que cobertos nos países de origem. Seu carro saiu de linha na China? Manda pro Brasil que os otários comprarão em 72 prestações, sem fazer seguro, colocarão em seguida umas rodas lindonas e um sonzão, e passarão calor manobrando o carro no verão sem "ar e direção". Além disso, com a crise e queda nas vendas nos países ricos, adivinha pra onde as montadoras mandam os dividendos que os "esclarecidos e exigentes" consumidores brasileiros pagam pelos carros novos que tem como item de série 10 anos de mercado? Também não compro mais carro zero, prefiro os seminovos que já depreciaram o suficiente e custam com 3 anos o que deveriam custar novos.
ResponderExcluirEssa expressão "completo - ar e direção" ainda vejo de vez em quando... rs. O duro é que ainda existem vendedores que insistem nessa coisa de carro completo: vidros, travas, ar e direção... COMPLETO! Ainda bem que estão vindo novas opções e espero que o consumidor pare de aceitar carros de 40 mil sem air-bag, 50 mil sem ABS, 90 mil só com 2 air-bags! (CR-V, RAV)
ResponderExcluirMuito bom o texto, tenho uma birra dessa bobagem de "completo"...
ResponderExcluirUma vez um vendedor da Ford me explicou as diferenças entre as versões do Focus: "Uma é a completa, a outra a completassa e a última a completíssima!". Incrível, não?
Quanto à preferir carro usado à zero quilômetro, é difícil dizer, depende de muitos fatores. O importante é pensar e ver sua necessidade, não ficar bitolado como a maioria que vê "zero km" como verdade absoluta e símbolo de sucesso.
Também acho ridículo essa de "completo", puro marketing de vendedor! Hoje em dia mudaram os opcionais, mas a mania continua: vê-se anúncios escrito "completo, menos ABS e teto", por exemplo.
ResponderExcluirSobre o ar-condicionado e direção hidráulica: gostaria de entender porque acontecia esse fenômeno: imagino que seja porque na época esses opcionais fossem muito mais caros que os demais, confere? Ou será que já havia aquela mentalidade de querer "ter menos coisas para enguiçar", a mesma que até hoje limita a aceitação de motores 16V?
Contudo, eu acho que esses dois equipamentos são "mandatórios" (ou seja, é absurdo não tê-los), apenas em carros médios e grandes. Em carros pequenos com motor 1000, acho perfeitamente compreensível existirem carros sem DH ou A/C. Porque: Primeiro porque um carro leve com pneus finos (ex: 165), e com um sistema de direção bem projetado, teoricamente deve ter a direção leve o suficiente para a DH não fazer falta. E segundo porque em carros com motor muito pequeno, o A/C rouba uma parcela tão grande de potência que chega a incomodar, fazendo com que algumas pessoas na prática não o usem mesmo.
Outro grande problema é o preço que se cobra pelos opicionais: Um modelo 1.0 básico na minha cidade gira em torno de 24.000. O mesmo modelo, "completo" gira em torno dos 32 mil... mais ou menos 30% de diferença que viram mais de 50 contando o juros do finaciamento!
ResponderExcluirAlexandre,
ResponderExcluirMais uma excelente matéria. Dos comentários, reforço que a carga tributária na Europa é semelhante à do Brasil. Entrem num site das marcas europeias e comparem os preços das versões semelhantes que temos aqui.
Carro usado sempre dá uma insegurança. Mas nada justifica comprar um zero, pelado e fraco.
Na época desse Monza do anúncio, parece que nem sequer era obrigatória aquela advertência do asterisco (*alguns itens são opcionais); não existia Código do consumidor, nem Procon e brigar na justiça contra grandes grupos - GM, VW, Ford, era desanimador. Versões básicas desses carros vinham sem encosto de cabeça nos bancos dianteiros? E aquela capinha de curvim p/ esconder o cinto de segurança - que era abdominal? O bom daquele tempo é que a gente corria perigo e não sabia...
ResponderExcluirRespeito. Porque isso é algo tão dificil? Porque isso é algo tão raro a ponto de parecer exceção?
ResponderExcluirSério, dá pra ficar puto com tanta palhaçada de políticos, indústrias, comércios. Fora as pessoas que não conseguem viver em sociedade, se achando sempre mais espertos e se enfiando em uma vaguinha aqui, mudando de faixa pra andar 2 metros a mais ali, fechando um cruzamento acolá...
Desculpem-me se pareço exaltado, de fato estou, realmente me incomodo com isso.
Se um cidadão resolve importar veiculos da china, como no caso da JAC, e esses veiculos, mesmo pagando impostos, chegam completos e mais baratos.. O que está acontecendo? O problema é todo do governo ou temos alguns espíritos de porco no comando das fábricas de automóveis no Brasil?
Até que ponto isso vai chegar?
Sou capaz de imaginar os carros brasileiros em 2020. Carrinhos de rolimã, elétricos (sim, carro elétrico é o santo graal dos fabricantes assim como as TVs de LCD foram em relação as CRT, porque representa uma queda alucinógena no custo de produção), com lugar pra 2 pessoas e um espelhinho de papel aluminio (com a desculpa que não corta em caso de acidente). Ahh... Isso a módicos 46.564 reais, com tanque cheio, porque "Você é especial!".
Ainda bem q escrevi isso muito depois do post. Tomara que ninguém leia minha revolta!
Nao faço questão do ar condicionado, nem da hidraulica. São muito bons, eu concordo, mas trocaria por outras coisas.
ResponderExcluirEu gosto de Coupes, com duas portas, espaçosos, com motores grandes e torque abundante. Tambem gosto de peruas, ou Station Wagons, pra atualizar o termo. De preferencia, com tração traseira.
Isso quer dizer que o mercado simplesmente me ignora. O Mais proximo de um carro no meu gosto hoje seria um SUV (que nao me agrada)
Nao consigo achar aceitavel pagar entre 40 e 60 mil reais para comprar um hatchback 4 portas claustrofobico, com motor de 2 litros no maximo e saber que nao existe outra opção.
Podem ter ar, direçao e um monte de recursos eletronicos e de segurança, mas o que eu realmente esperaria de um carro novo é espaço interno, um estilo que eu goste, e o prazer de poder rodar ronronando em baixa rotação e saber que se precisar posso afundar o pe que ele responde
Ou seja: a industria nacional nao consegue me cativar como cliente
Guilherme Costa! Voce está certissimo!!!!!
ResponderExcluirO Marcelo pode comprar uma Caravan ou Suprema GL (sem ar nem vidro elétrico) antigas e ficar feliz então!! Mas pq não gosta de SUV?
ResponderExcluirSão os unicos carrões que sobraram por aqui...
Alexandre, quanto ao preço dos opcionais confere sim: "ar e direção" eram caríssimos, algo hoje como encarecer o preço de um médio em uns 10.000 reais. Meus dois primeiros carros, um Monza S/R 1985 e um Monza SL/E 2.0 1992 não tinham AC, o segundo era o tal completo - ar (tinha DH, trio elétrico, rádio e rodas de liga). Era caro mesmo. Seu último parágrafo também confere, tive um Celta com pneus 165 e AC, a DH não fazia falta mas o ar roubava um bocado de potência... Vendi ele com um ano de uso porque odiava outra praga dos nacionais: o câmbio curtíssimo.
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