google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 O INFERNO DA OBSOLESCÊNCIA ELETRÔNICA - AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

O INFERNO DA OBSOLESCÊNCIA ELETRÔNICA


Que me atire o primeiro gadget aquele que nunca foi obrigado a encostar um aparelho eletrônico por obsolescência, porque, a contragosto de muitos, deixo avisado a todos para tomarem cuidado com os mimos eletrônicos nos carros.

Com o rápido desenvolvimento da eletrônica e da informática, os produtos e padrões eletrônicos atingem limites práticos de utilização, bem antes que os aparelhos sofram danos de funcionamento, obrigando os donos destes produtos a descartá-los antes do fim da sua vida útil.

Exemplos da rapidez com que os equipamentos eletrônicos ficam obsoletos não faltam. Recentemente podemos lembrar da "corrida dos megapixels" que atingiu as câmeras fotográficas digitais; entre os celulares, os smartphones, que de caríssimos há pouco tempo, ameaçam virar modelos padrão; e agora há a ameaça de revolução tecnológica no gadget da moda, os tablets.

Em todos os casos, quem foi apressadinho pagou caro e ficou com um aparelho "fraco" em muito pouco tempo.

Este rápido desenvolvimento está levando a eletrônica digital e a informática a nichos antes dominados por equipamentos analógicos e criando novos nichos, nos cercando desta tecnologia até onde nem imaginamos e, evidentemente, levando o problema da obsolescência prematura a muitos aspectos das nossas vidas.

Enquanto falamos de um celular, é um eletrônico avulso, barato, e facilmente substituível. Já um sistema com computador, roteador sem fio e impressora, pesa um pouco mais.

Porém, no automóvel esta questão atinge uma dimensão enorme, já que a eletrônica é, em muitos aspectos, acessória à função, mas está rapidamente se tornando numa funcionalidade importante e sofisticada.

A eletrônica do automóvel é diferente da eletrônica residencial, porque é uma eletrônica embarcada. Ela precisa resistir a vibrações mecânicas intensas, calor, frio, umidade, corrosão, o sistema elétrico do carro é carregado de ruído eletromagnético de todos dos tipos por causa da ignição etc. Isso não é para qualquer componente, e tem seu custo.

Para resistir melhor a um meio tão agressivo, as modernas unidades eletrônicas são blindadas elétrica e mecanicamente, exigindo ponto de fixação específico na carroceria e conectores especiais.

A eletrônica no automóvel tem duas funções principais. A primeira é fazer o automóvel funcionar. Aqui estamos falando do sistema de injeção eletrônica e do ABS, entre outros sistemas. Estes sistemas, enquanto cumprirem sua função, não sofrem tanto com a obsolescência.

Na segunda, temos o entretenimento e a informação ao motorista e aos passageiros. A eletrônica digital entrou nos automóveis pelo controle do motor, alguns anos antes de chegar aos toca-fitas.

Os primeiros carros com injeção eletrônica digital apresentavam portas e protocolos de comunicação entre a controladora e o sistema de diagnóstico totalmente proprietários, e estes variavam a cada novo modelo de injeção. A cada novo modelo de carro lançado, as oficinas tinham que investir em interfaces que conseguissem "conversar" com as controladoras, e isso encarecia e dificultava o serviço em demasia, prendendo o consumidor às concessionárias, que ficavam livres para praticar o preço que quisessem.

Logo as autoridades perceberam a distorção, e normas foram criadas no sentido de padronizar estas interfaces de comunicação, que por fim convergiram para uma norma única, chamada de OBDII (On-Board Diagnostic version II). Um carro com OBDII de dez anos atrás pode se comunicar com qualquer dispositivo de diagnóstico tanto quanto um carro novo.

A norma OBDII agrega quatro normas diferentes de padrões elétricos e de protocolo anteriormente criados pela indústria, mas determinando um padrão único de conector elétrico para a interface. A adoção da padronização OBDII eliminou o principal ponto de obsolescência dos sistemas eletrônicos de controle do automóvel.

A obsolescência da eletrônica de controle do automóvel é realmente sentida quando não há mais peças sobressalentes compatíveis. Um automóvel antigo, com 70, 80 anos, tinha todos seus componentes mecânicos ou no máximo eletromecânicos. Se uma peça se desgasta ou quebra, um bom artesão pode reproduzí-la, mantendo a antiguidade em perfeitas condições de uso.

Já muitos carros modernos com injeção eletrônica não têm a mesma sorte. Como o sistema eletrônico é praticamente exclusivo de um modelo ou de uma família de carros, há casos em que uma controladora de injeção desaparece do mercado de peças novas antes de cinco anos do carro ter sido produzido. Um veículo com uma controladora danificada que não possui peça de reposição é algo completamente inútil.

Mas se antes as funções de controle do automóvel se resumiam à injeção, carros com tecnologia de ponta, como o BMW X5 possuem muitas funções vitais ao seu funcionamento dependentes de módulos eletrônicos específicos e com alto nível de integração entre as partes. Quanto mais funções do automóvel forem gerenciadas por módulos específicos e quanto mais estes módulos se tornarem escassos no mercado de reposição, mais rapidamente o automóvel com pouco tempo de uso corre o risco de se tornar descartável.

Casos como este impulsionaram projetos alternativos de substituição das injeções originais, como o projeto da injeção MegaSquirt, de projeto aberto na internet.

Entretanto, mesmo ela pode não ser a saída por muito tempo. Com normas de emissões de poluentes cada vez mais apertadas, os carros só atingem as metas após milhares de horas de refinamento do mapeamento de injeção e ignição em bancos de ensaio, algo muito acima do acessível a qualquer entusiasta por carros e eletrônica. Neste caso, o automóvel inteiro se mostrará descartável por causa de um componente eletrônico defeituoso.

A obsolescência mostra-se severa na função de tornar o ambiente do automóvel um local mais amigável aos seus ocupantes.

Durante muitos anos, a principal função de entretenimento eletrônico foi o rádio/toca-fitas e seu herdeiro, o CD player ou toca-CD. Este nunca foi um dispositivo crítico. Quando a fita cassete se mostrou obsoleta e o CD player ficou acessível, bastou trocar o aparelho velho pelo novo.

Outros eletrônicos mais recentes já começaram a se mostrar mais invasivos. Computadores de bordo possuem um projeto específico para cada carro, e são integrados na parte elétrica original dele. Não há qualquer padronização para que computadores de bordo genéricos possam ser feitos e sirvam em todos os carros.

Logo que surgiram, cumpriam funções simples, como informar consumo e autonomia projetada, através de simples mostradores numéricos ou alfanuméricos. Porém, com o tempo, foram aumentando suas funções, e ficando sujeitos aos problemas de obsolescência.


Um computador de bordo simples que se danifique não pode ser substituído por um modelo de acessório padrão de mercado de reposição (aftermarket), mas não causa grandes problemas além do estético. Já um computador de bordo sofisticado que fique obsoleto ou danificado representa um dispositivo caro completamente inútil, chamando a atenção num espaço nobre no painel do automóvel.

A integração entre sistemas oferece seus próprios riscos. Vários carros passaram a ser equipados com toca-fitas ou CD players originais sem mostrador, usando uma função do computador de bordo para exibir informações. Vários carros também possuíam controles de rádio no volante, facilitando o comando pelo motorista. E a interligação entre estes diferentes dispositivos sempre foi específica de cada carro.

Entretanto, o sistema de som original destes veículos sempre deixou a desejar em relação à qualidade das unidades vendidas no aftermarket.

A substituição da unidade original pela alternativa nestes casos não é tão inofensiva como nos carros menos sofisticados, já que representava a perda da funcionalidade de parte do computador de bordo e das teclas no volante.

A integração mecânica ao painel é outra fonte de de problemas. Quem lembra do lançamento do primeiro Ford Ka, que possuia um rádio em um alojamento não padronizado? Os compradores destes carros precisaram esperar o lançamento de uma máscara de adaptação do alojamento original do carro para o do padrão dos rádios de mercado para fazerem a troca. Até lá, tiveram de suportar o rádio original com todas as suas deficiências.

O mesmo pode ocorrer com os compradores de carros com computadores de bordo avançados, se o local da montagem não for padrão.

Com a presença cada vez mais constante destes eletrônicos nos carros e sua rápida evolução, estes equipamentos vão se integrando mais profundamente na parte elétrica e no painel, tornando impossível a sua remoção.

Quando perdem sua função, diferente de um celular ou de um toca-fitas, não podem ser descartados e continuam fazendo parte do automóvel. Como não podem ser substituídos, dividem espaço com o eletrônico de mercado de reposição postiço que agora cumpre a mesma função.

Um bom exemplo desta situação é o GPS integrado ao computador de bordo do Linea. Apresentado como ítem de requinte do modelo em seu lançamento, oferece menos informações que qualquer GPS genérico que custa menos de R$ 400,00. É um acessório que onera o preço de venda do automóvel, mas que em muito pouco tempo será deixado de lado, a favor de um acessório aftermarket mais barato e potente.

Além disso, todos sabemos da necessidade de atualização das informações dos mapas do aparelho de GPS para que ele reproduza com fidelidade a realidade para que dê informações precisas ao motorista. Como não há padronização dos mapas e demais informações para os GPS rodoviários, cada fabricante possui seu próprio padrão de arquivos. Se o fabricante do GPS do Linea deixar de suportar o formato de arquivos deste modelo de GPS, ou o arquivo se tornar grande e complexo demais para o aparelho gerenciar, as instruções vindas do aparelho se tornarão cada vez menos precisas e confiáveis conforme os mapas não atualizados envelhecem.

Outro bom exemplo foi o modismo de lançar automóveis com conexão para o iPod. Este ítem é destacado na propaganda nacional do Hyundai i30.


Outros carros apresentam docks rígidos de iPods no painel.


O iPod possui um conector proprietário da Apple. Sendo um conector proprietário, não há qualquer garantia de suporte a ele por um longo tempo. Quando a tecnologia do iPod e do iPhone ultrapassar os limites impostos pelo conector proprietário atual, um novo conector estará disponível nos novos aparelhos, sem qualquer compromisso de ser compatível com os antigos dispositivos. Assim não há qualquer garantia que os modelos futuros do iPod e iPhone funcionem na porta de formato antigo instalada como equipamento original. Caso isso aconteça, o dock para iPod original do veículo torna-se um estorvo que junta pó no painel.

Além disso, o marketing dos fabricantes de carro é, no mínimo, um golpe contra o direito de escolha do consumidor, pois condiciona uma função do veículo ao uso de um produto de um fornecedor específico.

Se em vez de um dock específico para iPod o fabricante tivesse optado por uma interface USB padrão, o consumidor poderia usar seu player de MP3 preferido, sendo ele um iPod ou não.


Entretanto, sendo o iPod o gadget da moda em determinado instante, apresentar como novidade a compatibilidade com o aparelho da Apple seria uma forma da propaganda do carro "pegar uma carona" no sucesso do tocador de música.

Se o fabricante anunciasse que possuia uma interface USB padrão não causaria o mesmo alvoroço, embora funcionalmente estivesse oferecendo muito mais aos seus consumidores. É uma técnica de marketing que se mostra danosa ao consumidor.

Interfaces padronizadas como a USB, sendo um acordo entre um conjunto amplo de empresas do setor, são praticamente obrigadas a manter uma compatibilidade com os padrões mais antigos, retardando a obsolescência do dispositivo e do computador hospedeiro, e projetando avanços vindouros em novos dispositivos.

Dispositivos USB do padrão v1.1 funcionam integralmente em portas USB v2.0, e dispositivos USB v2.0 funcionam, embora lentamente, em portas v1.1. O novo padrão USB 3.0 manterá a mesma conexão elétrica e a compatibilidade com os antigos sistemas, mas oferecendo ainda mais funcionalidade e velocidade.


Apostar na padronização e na compatibilidade a longo prazo, como no caso da USB, é uma garantia maior que estes dispositivos continuarão operando relativamente bem durante a vida útil do automóvel, mas não elimina o problema.

Comprar um dispositivo eletrônico para o automóvel é apostar em uma determinada tecnologia. Adquirir em um CD player com MP3 é uma aposta barata. Há opções de boas marcas por menos de R$ 300,00. Mas já existem autorádios apenas com USB e entrada de cartão SD. Estes autorádios eliminam a delicada parte mecânica de leitura dos CDs pelas portas eletrônicas USB e de leitura de cartões, mais baratas, robustas e capazes de acessar volumes de arquivos muito maiores.

Os leitores de DVD estão se popularizando, porém com o padrão Blu-ray tomando seu espaço, pode se revelar uma aposta de curto prazo.

Mas tanto o DVD como o Blu-ray sofrem a mesma concorrência das mídias eletrônicas, que dispensam a parte mecânica de leitura, oferecem maior capacidade de armazenamento e resistem melhor ao ambiente de um automóvel.

A indústria automobilística é uma indústria com caráter extremamente conservador. Tecnologias rapidamente adotadas no setor aeronáutico demoraram décadas para serem introduzidas nos carros mais populares. Este conservadorismo tem preservado o automóvel e seus consumidores da obsolescência.

Porém, a avalanche tecnológica que tem alcançado vários aspectos das nossas vidas certamente não deixará o automóvel de lado. As pessoas cada vez mais estão vivendo dentro dos carros, e isso irá refletir no ambiente tecnológico que eles irão proporcionar.

Hoje os carros oferecem mimos como porta-copos e porta-objetos, mas em breve terão que oferecer serviços de internet, TV e jogos, dentro do conceito de infotainment, que é a convergência de informações e entretenimento ao motorista e aos passageiros.


O infotainment exigirá equipamentos sofisticados de comunicação, armazenamento de dados, processamento, e interface para todos os ocupantes do veículo. Com ele, o automóvel deixará de ser um utilitário de locomoção de pessoas para se transformar numa plataforma móvel de integração com a internet e o mundo. 

Uma plataforma que representará uma fração do preço do automóvel, e que poderá estar obsoleta em três anos, seguindo as médias que vemos nos computadores atuais.

Se o sistema de infotainment estiver profundamente enraizado na parte elétrica e funcional do veículo, tornando sua remoção impossível, um veículo comprado como modelo sofisticado e caro se transformará em um transportador de lixo eletrônico em um prazo muito curto de sua vida útil.

Para evitar este cenário, os fabricantes e consumidores devem observar os seguintes pontos:

- Uso generalizado de padrões abertos de fiação e de sinais eletrônicos;
- Quanto mais a eletrônica não substituível obedecer a padrões e do tipo em que sua velocidade de resposta não for importante, melhor. Assim ela terá mais chances de ser reconhecida pelas novas unidades instaladas para upgrade;
- Quanto mais a eletrônica for sofisticada, sensível à obsolescência, esta deverá ser facilmente substituível, obediente a padronizações de compatibilidade elétrica e mecânica com o veículo e com os demais componentes dele;
- Não vale a pena pagar caro por um sistema original de fábrica que tem desempenho aquém de um bom sistema aftermarket. Se for para gastar com um sistema original, que tenha qualidade compatível ao que se está pagando e que o comprador se resigne a usá-lo por um bom tempo. Se for para substitui-lo em pouco tempo, melhor comprar um veículo apenas com a pré-disposição para instalação;
- Evite investir numa tentadora novidade. Novidades saem caro e ficam obsoletas muito rapidamente. Espere alguns meses pra comprar algo muito superior por um preço bem mais em conta. Ser um early adopter pesa muito no bolso e traz insatisfação rápida.

Investir num sistema eletrônico sofisticado para um automóvel é um risco, porque ele pode se tornar obsoleto em um prazo muito curto e seu upgrade sai muito caro.

Com a multiplicação do número e da complexidade da eletrônica embarcada num automóvel, transformando-o de uma ferramenta de transporte num complexo centro de entretenimento e informações, o risco de investir e pagar o mico em muito pouco tempo torna-se maior.

A eletrônica embarcada poderá parecer o Nirvana para os consumidores, e o marketing das empresas fará de tudo para convencê-los disso, mas poderá se mostrar o inferno por sua rápida obsolescência.

AAD

35 comentários :

  1. Uau! Artigo perfeito. Assusta a obsolescência acelerada que assistimos nos sistemas do carro. Por essas e outras, dos três carros que tenho em casa, o único que tenho certeza que estará rodando daqui a 10 ou 20 anos é mue fusquinha.

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  2. Sobre sistemas abertos, não esqueçamos que a BMW vem testando o uso de protocolo IP de sexta geração para a comunicação de todos os sistemas de seus modelos.

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  3. Muito bom. Há tempos já pensava sobre esse assunto. Acredito que algumas marcas deixam de padronizar seus sistemas propositalmente, para obrigar aos clientes a trocar de carro de tempos em tempos, ou mesmo para que o upgrade seja feito nas concessionárias. È a mesma estratégia da indústria de eletrônicos. Se hoje em dia já é difícil manter a manutenção dos carros de luxo da década de 90, imagina como será para um carro fabricado hoje. Coitado dos antigomobilistas, que já acham difícil encontrar peças para os Dodges... Quero ver daqui há 20-30 anos quantos Toyota Prius de primeira geração estarão rodando no mundo. E tem gente achando que o carro elétrico é o futuro!

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  4. Meu medo não é da eletrônica ou de qualquer tecnologia, é da descontinuidade, do tempo da oferta de uma solução cada vez mais curto. Caro ou barato, detesto produto descartável ou ter algo que você vê que ficou sem função, só ocupando espaço, seja porque motivo for.

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  5. Meu Camaro 1973 está "antenado" com estas novas tecnologias...injeção eletronica MPFI, fuel tech, sonda "LÂMBIDA"kkkk e outras coisas...fala sério cada dia mais tranqueira embarcada e menos prazer de se sentar ao volante e ver aquele monte de in formações desnecessárias.....siglas e mais siglas ABS, EBD, e sei lá mais o quê !

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  6. Parabéns pelo post, muito bem colocado e muito bem escrito.

    Imagino daqui a uns 10 anos um proprietário de Linea explicando pra alguém pra que servia aquelas setas no painel...

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  7. Francisco V.G.30/11/2010, 12:20

    Ótimo texto. Vai de encontro ao que eu penso.

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  8. Muito bom o texto, parabéns.

    Comunalidade é a palavra que deve guiar estas escolhas.

    Afonso Sousa

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  9. Belissimo texto, quando do lançamento da alfa 147 trabalhava em uma revenda da marca aqui em sp ,fiz o treinamento e já naquela epoca existia a rede de comunicação entre os diversos modulos , chamada de CAN A e B , sendo que os scaners de leitura não determinavam onde estava os problemas , aonde tinhamos que intuir ,pelo mapa do sistema aonde estaria os problemas que não são fáceis de diagnosticar, não é a toa que os fabricantes não pagam o que eles chamam de hora de pesquisa...

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  10. Excelente artigo! Muita técnica misturada com uma linguagem muito acessível. Pouca gente é capaz de escrever tão bem.

    Na minha opinião, o que possibilitará a atualização de sistemas embarcados será a divisão e redução de tarefas (deve existir um termo técnico para isso, mas se eu conheço não lembro agora) e a adoção de sistemas abertos.

    Tentando explicar: quando falamos em computador de bordo, a maioria de nós lembra daquela telinha no painel do carro. Mas o computador de bordo pode ser fragmentado em diversos subsistemas (tela, central ou cpu, sensores, etc). Se cada uma dessas partes puder ser substituída independente das outras, teríamos uma forma de sobreviver à rápida obsolecência. Por exemplo: poderíamos trocar um sensor por outro mais eficiente ou a cpu por uma mais atualizada, mantendo a parte aparente do computador de bordo intocado (a telinha no painel). E com padrões abertos, qualquer fabricante poderia desenvolver produtos que se integrassem nesse sistema.

    Acho que em algum momento teremos algo assim. Cabe a nós consumidores ficar atentos a não cair nas armadilhas do marketing até lá.

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  11. Infoentertainment... acho incrível que as pessoas não consigam se desligar de suas TVs e computadores nem quando estão dentro do carro. "ah, mas e no engarrafamento?". Oras, sentar e conversar é tão torturante assim? Claro, parto do princípio que o motorista estará acompanhado, pois ele só vai ligar o DVD para o carona, jamais para si, atento à direção =).
    Isso também me lembra um texto que um amigo me mandou hoje nesse link.

    Ao invés de fazer correntes, ele posta os textos que acha legais num blog (ah, se outros seguissem o exemplo). Imaginem uma família em viagem, e ao invés de aproveitar o caminho, ficam os quatro distraídos com internet e DVDs. Agora leiam o parágrafo abaixo:
    "Hoje o tempo de 'pausa' é preenchido por diversão e alienação. Lazer não é feito de descanso, mas de ocupações para não nos ocuparmos. A própria palavra 'entretenimento' indica o desejo de não parar. É a busca de algo que nos distraia para que não possamos estar totalmente presentes. Estamos cansados mesmo quando descansados. E a incapacidade de parar é uma forma de depressão. O mundo está deprimido e a indústria do entretenimento só pode crescer nestas condições."

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  12. AD,
    Belo post, no ponto certo.

    Rafael Ruivo,
    Falou tudo.

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  13. E isso também reflete no preço do seguro. Carro com muita eletrônica embarcada tende a ter preço de seguro caro, por conta da difícil e cara manutenção. E vai ter o problema de uma central eletrônica dessas sumir do mercado e as seguradoras passarem a recusar seguro desses modelos. Já aconteceu com um amigo meu ter problema no módulo de ABS de um Calibra. Preço na concessionária? 6 mil reais!

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  14. André,

    Tornar obsoleto um carro é um bom meio de vender novos carros... acredito que seja uma das intenções dos fabricantes... ao deixar um carro "não suportado" devido a sua eletrônica cara e obsoleta, os consumidores abandonam aquele modelo e compram um novo, fechando o ciclo e transformando o carro num bem de consumo direto e não durável.

    E nós, entusiastas, nos ferramos, infelizmente.

    []s

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  15. Excelente texto!
    isso me lembrou que o console do meu carro é quase que totalmente ocupado por um grande porta fitas completamente obsoleto...

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  16. Procurem o modulo de injeção do Mondeo 97 automático, simplesmente não existe mais, eu comprei o ultimo, agora só no ferro-velho.

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  17. Ficam então as dicas para prevenir obsolescência em seus carros:

    1) GPS, só portátil;

    2) Um som que tenha CD, MP3, USB e leitor de cartões é mais do que suficiente. Certifique-se de que não há outras ligações com o carro se não a de puxar energia. Portanto, esqueça DVD, Blu-ray e outras coisas, até porque o que você deve olhar é a estrada. Porém, é mais do que válido se o sistema possuir controle perto ou no volante;

    3) Computador de bordo é válido, desde que seu mostrador seja segregado do de instrumentos;

    4) Certifique-se de que todas as informações vitais ao funcionamento do motor do veículo sejam obtidas exclusivamente da central de injeção. Por incrível que pareça, em alguns carros, se o velocímetro quebrar você terá funcionamento irregular do propulsor;

    5) Comece a olhar com mais carinho para o ar-condicionado convencional, até porque você viveu a boa parte de sua vida com ele e o mesmo é plenamente capaz de manter a temperatura ambiente sem maiores problemas;

    6) Por fim, verifique a qualidade dos sistemas eletrônicos utilizados em seu veículo. Quem conhece computador sabe que placas e outras maravilhas de silício são extremamente duráveis, como comprova aquele computador montado de 10 ou mais anos rodando Windows 95 que você deixou para seus velhos pais usarem. Se os fabricantes usarem hardware de tão boa qualidade quanto a de sistemas genéricos que foram adquiridos há muitos anos, tenha certeza de que dá sim para ir muito longe. Que nunca se esqueçam também de carros injetados (e talvez com outros módulos) importados há quase 20 anos que seguem funcionando como relógios atômicos (sim, algo além de suíços) e consumindo a mesma gasolina alcoolizada que qualquer nacional consumiria.

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  18. Obrigado a todos pelos comentários e elogios.

    Vou contar a vcs uma sensação pessoal que tenho com a rápida obsolescência.

    Quando fiz meu curso técnico e depois a faculdade, de tempos em tempos precisava trocar de calculadora. Cada uma delas, quando nova, era um novo desafio.
    Primeiro, vinha a fase da descoberta de recursos e o aprendizado, depois vinha a fase da maturidade de uso. Por fim, chegava uma fase em que o potencial delas ficava aquém das minhas necessidades, e era hora de partir para outra, mais potente.

    Cada uma das minhas calculadoras atingiu um ciclo completo de utilidade, mesmo não tendo encerrado seu tempo de vida útil.

    Com os computadores, vinte anos depois, eu percebo que se compro uma máquina poderosa, ela será encostada por obsolescência antes que eu consiga atingir a fase de maturidade com aquele equipamento.

    Hoje um PC é bem mais barato do que foi no passado, mas a impressão que eu tenho é que estou jogando dinheiro fora.
    Dinheiro pra mim é suor do meu rosto, e fico com a percepção que estou gastando tempo precioso de vida só pra repor o que a tecnologia torna obsoleta.

    Sinceramente, eu espero sempre gastar meu tempo de uma forma mais útil e agradável.

    Um sistema de infotainment é muito mais caro que um PC, mas corre o mesmo risco de obsolescência que ele.

    Imaginem quanto custa um sistema destes num Mercedes top de linha. Imaginem esse carro com três anos de uso e o sistema completamente defasado.
    Quem vai querer comprar um carro desta categoria com um sistema de conforto desse nível completamente obsoleto? E quanto custa para atualizá-lo?

    É. Estão brincando com meu bolso e com meu tempo de vida...

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  19. André, eu sou visto quase como um ET por alguns colegas por me recusar a "seguir a moda". O celular está funcionando? Trocar pra quê? O mesmo aplico a microcomputadores, TVs e outros aparelhos eletrônicos. A bem da verdade, sinto falta da época em que podíamos andar sem ser encontrados facilmente - a era A. C. (Antes do Celular). Esse excesso de eletrônica nos carros é ótimo... para o fabricante, óbvio!

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  20. Pra mim, de eletrônico, a ignição já basta. Além disso, no máximo um "USB player".

    Pedro Bergamaschi

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  21. Trabalho com tecnologia e meu medo é justamente que essa eletrônica toda que esta sendo embarcada seja um atrativo maior que o próprio carro em si...Seria ridículo que daqui a pouco tempo uma pessoa compre um determinado carro só por causa do processador Intel core 16 e windows 9 "automobile edition" e sistema 3D integrados...Ai morre definitivamente o carro.

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  22. Sobre Mercedes com infotainment, realmente é de se perguntar o tamanho do exagero, ainda mais se pensarmos que os Mercedes dos anos 1990 ficavam muito bem com um aparelho de som da Alpine com a marca da Mercedes, mas que exceto isso era igualzinho àquele com o qual os Tempras nacionais eram equipados (e sempre elogiados). Provavelmente a maior diferença mesmo estava na composição do palco acústico, imaginando-se aí que os Mercedes usassem mais alto-falantes e os mesmos direcionados para gerar um senhor efeito sonoro.
    E, claro, novamente é de se perguntar se precisamos mesmo de um tijolão duplo-DIN encravado no painel de nossos carros, reproduzindo DVD ou Blu-ray, sendo que precisamos olhar para o que está à nossa frente e ao nossos lados. GPS, como já dito antes, pode ser portátil que funcionará da mesma maneira ou talvez melhor, isso pra não falar que mapas são carregáveis via USB, dispensando mídias ópticas.

    Se for para ficarmos em coisas práticas, é preciso dar crédito aos sistemas de som com frente de formato específico e que só servem naquele carro (exemplos: Marea, Civic da sétima geração em diante, Ka etc.). Esses, pelo simples formato, já desestimulam a ação do amigo do alheio e creio eu que ajudem a baratear o seguro. Porém, que fique mesmo só no som (aqui achando mais do que válida a presença de reprodução de MP3 e mesmo outros formatos de som, USB, leitor de cartões, conexão para iPod e Bluetooth).
    Em todo caso, vale lembrar que já existem no mercado sistemas de som que já têm opções de frentes que casam com painéis que não têm encaixes DIN aparentes.

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  23. Rafael Ruivo,

    Levou a TAÇA!!! Matou a pau!


    AAD,

    Quando mais molecão, fui fissurado em som automotivo, cheguei a ter um gol com autofalantes JL Audio, um absurdo, total falta de noção do que vale e do que não vale a pena... Bom, foi roubado... Que novidade!
    Depois voltei o meu gosto para performance e deste ponto em diante sou contra colocar pesadas caixas de MDF dentro de um carro, só para ter o melhor subgrave possível.

    Hoje, acho que o melhor som é o original, o padrão melhorou e atende bem, mas uma coisa me incomodou...
    Você falou sobre interface USB... Mas a conexão USB não garante o sucesso da interface. No caso do rádio do Polo, há porta USB, mas o som não reconhece o IPod, talvez por isso algumas marcas tem destacado a tal interface para Ipod.

    Uma pergunta, o que você acha destes trabalhos de reprogramação de injeção eletrônica? Pergunto porque tive um carro que o módulo foi trocado, carro 97 com módulo do modelo 98, que tinha o dobro de memória e recebeu mapas "otimizados", que na prática realmente ficou muito bom, o carro ficou mais esperto, andava mais e consumia menos, mas depois de um tempo, o carro "morria" do nada, o carro já tinha 130Kkm, talvez algum sensor estivesse danificado, vendi o carro a uma CC sem solucionar o problema, na época realmente me faltou tempo pra investir nesta solução.

    Abs

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  24. ahhh... no caso do Polo, tenho utilizado o celular como player, mas não é raro ter problemas com este esquema, "vira e mexe" o som fica "picado" quando conectado via bluetooth, algo que me irrita bastante. Tentei pelo cabo USB, mas aí é o celular (Nokia) que não entende a utilização do USB para utilizá-lo como player, o melhor mesmo ainda tem sido o pendrive.
    Abs

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  25. Fabio, hoje eu sou contra esse serviço de remapeamento por um bom motivo: inspeção veicular.

    Eu aprendi que acertar mistura e avanço de ponto com injeção eletrônica é muito fácil. Motor de combustão é um verdadeiro avestruz e aceita bem qualquer mistura que se faça, desde que fique dentro de uma faixa razoavelmente larga.
    E é aí que começa o problema.

    A injeção original passa por um processo de calibração que demanda milhares de horas-homem de especialistas, visando um motor econômico, durável, gostoso de conduzir e que emita poucos poluentes.

    A saúde do catalizador, que é uma peça cara, depende muito dessa calibração ter sido bem feita.

    O remapeamento que fazem por aí praticamente é feito na base da sensação em questão de uma ou duas horas, sem qualquer instrumento que avalie o que o motor realmente está rendendo.

    Esses remapeamentos não fazem milagre. Eles obtém uma melhora significativa (e provavelmente não a melhor possível) de dirigibilidade, em detrimento de todo o resto.

    Geralmente a dirigibilidade melhora bastante com um enriquecimento de mistura, mas o motor passa a poluir em demasia, e os gases podem gerar uma contaminação que danificará o catalizador em pouco tempo.

    Com a inspeção veicular, o catalizador é peça fundamental pra aprovação, e trocar um que esteja ruim sai caro.

    Remapeamento não deixa de ser uma desregulagem em relação ao original, e que pode custar caro depois.
    Então, não recomendo.

    Sobre a USB do CD Player com iPod, aqui de novo eu brigo com o problema de padrão.
    Pendrive, players de MP3 e até aparelhos de GPS são lidos de forma padrão. O iPod tem um protocolo proprietário da Apple, incompatível com o padrão. Para ler um iPod, o dispositivo leitor precisa saber o protocolo da Apple pra acessar o aparelho.

    A maioria dos aparelhos de som com USB reconhecem basicamente o padrão, mas tem modelos de marcas como Pionneer e Kenwood que conhecem esse protocolo.
    Pra curtir o seu iPod no CD Player, vc tem que comprar um CD Player compatível.

    Eu considero isso um absurdo, porque o iPod não faz nada pela USB que os equipamentos padrão não fazem.

    Imagine se cada fabricante fizesse o seu próprio protocolo...

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  26. Isso ADD, lancei a pergunta porque sabia que vinha uma boa explanação sobre o assunto.
    Concordo que a calibração original foi muito mais testada, inclusive em atmosferas diferentes.
    Mas tive uma boa experiência, acredito que devido ao adianto do ponto, pois o carro consumia menos que o original. Agora não sei como ele ficaria num teste de emissões, o consumo melhorado indica um bom rendimento, não? Ahhh, na oficina que fiz o serviço, ao menos eles dispõem de um dinamômetro.

    ADD, será que não haveria um jeito de "instalar" estes protocolos num rádio que não vem de fábrica com eles? Desta forma, o rádio passaria a entender o IPod...

    Abs

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  27. Ótimo texto! Me lembrei de dois fatos recentes que presenciei: uma Mercedes S500 que teve perda total pelo seguro porque passou por um alagamento que não chegou ao nível dos bancos, mas foi o suficiente para molhar as três ou quatro centralinas que ficavam no assoalho, embaixo dos bancos... E um fabricante de triciclos que resolveu usar motores de Golf e Astra, e teve que colocar o quadro de instrumentos destes carros porque sem eles os motores não funcionavam...

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  28. Caro André,

    Um excelente artigo. Mas gostaria de fazer algumas objeções sobre sua opinião acerca das injeções eletronicas after-market como a Megasquirt e a Fueltech.

    Conheco mais a Megasquirt, pois já a instalei em 3 veiculos, sendo uma DT-180, um kart-cross com motor da NX350-Sahara e um jipe Engesa Fase 2 1988.

    Este ultimo é um caso interessante, pois moro em SP, e sou obrigado a passá-lo pela inspeção veicular ambiental. Confiei na Megasquirt como a ferramenta que permitiria conseguir bons indices. O que me surpreendeu é o quão bons foram os indices obtidos.

    Veja: o jipe é equipado com o robusto GM 151, o famoso 4 cilindros do Opala. Não se pode afirmar que é uma instalação original. Num jipe como o Engesa, ele ja é "adaptado" de fabrica. Mas esta la. É um motor projetado e construido com tecnologia da década de 30. Não tenho a menor noção de quantos kilometros já rodou, ou quantas retificas foram feitas.

    Ao adaptar a injeção, procurei apenas saber se o motor estava saudável, com boa compressão e sem vazamentos, o que foi positivamente confirmado.

    Adaptei a injeção usando um TBI de S10, com um bico apenas. Não adaptei catalizador. O unico acessório extra é uma sonda lambda de banda larga (WB02) LSU4.2 da Bosch, com um controlador da ODG, nacionalissimo.

    E, claro, a Megasquirt.

    E, com esse setup, consegui indices na inspeção semelhantes a veiculos 1996 no fator de CO, e um veiculo 2010 na parte de HC. Com um pouco mais de paciencia, conseguiria até melhorar o CO. Ou talvez instalando um catalizador.

    Quantas horas foram gastas nisso ? Várias. Acredito que gastei cerca de 300hs. Mas é muito menos do que uma fabrica gasta no desenvolvimento de seus motores. E não fui o unico a conseguir.

    Se levar em consideração os fatores somados, eu acredito que o resultado é espetacular. Some um motor antigo, projetado sem qualquer preocupação com economia ou emissão de poluentes. O uso de componentes que também não são de ultima geração. Uma central de injeção eletronica cuja proposta é atender o publico do faça-você-mesmo. E a falta de recursos especificos para a questão das emissões, como um analizador de gases. Minha mão de obra está longe de ser especializada, e tudo foi feito em uma garagem.

    Não estou menosprezando a engenharia de fábrica. Jamais. Os carros de hoje são muito melhores, em todos os sentidos, e boa parte disso vem da tecnologia. Mas um fabricante tem sempre uma preocupação em mente: oferecer o melhor ao menor custo, para garantir suas margens.

    E é essa a vantagem do entusiasta. A tecnologia empregada, por mais avançada que seja, ainda é muito mais simples do que poderia ser. Então, se for da vontade do entusiasta, ele pode se unir a outras pessoas ou mesmo aprender a tecnologia e consegue acompanhar sua evolução.

    Assim como a comunidade em torno do Linux peita uma gigante Microsoft, as empresas ou comunidades tem a capacidade de oferecer um componente com a mesma qualidade e funcionalidade, e as vezes, até mesmo melhor, do que o componente original de fábrica.

    Um grande Abraço

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  29. Este comentário foi removido pelo autor.

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  30. Bianchini
    André, eu sou visto quase como um ET por alguns colegas por me recusar a "seguir a moda". O celular está funcionando? Trocar pra quê? O mesmo aplico a microcomputadores, TVs e outros aparelhos eletrônicos. A bem da verdade, sinto falta da época em que podíamos andar sem ser encontrados facilmente - a era A. C. (Antes do Celular). Esse excesso de eletrônica nos carros é ótimo... para o fabricante, óbvio!


    Concordo completamente com o Bianchini,sou quase um ET perto dos meus colegas,embora tenho nascido em 93.Sou avesso a essas eletrônicas todas ai,computador de bordo,Gps.Não gasto 5 mil em um novo computador do momento,se o que eu tenho funciona pra que trocar,prefiro gastar com o meu carro comprar um comando mais bravo,novos pistões e etc.

    Prefiro os carros antigos com tudo mecânico,onde se quebrar uma peça é só ir no torneiro mais próximo que ele resolve.Do que esperar nerd com um laptop para resolver o seu problema.E rezar pra ele achar a ECU do seu carro importado que não acha mais em lugar nenhum.Isso tudo pq quebrou uma porcaria de chip que não pesa nem 100 gramas,isso não deixa seu carro funcionar

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  31. Só uma correção no que o Alexandre falou sobre o motor 151 do Opala: o projeto dele é dos anos 1960 e modular com o seis em linha lançado na mesma época para substituir o Stovebolt (motor seis em linha com projeto dos anos 1930). Em todo caso, excelente ver que um motor desses passa a poluir pouquíssimo com uma injeção eletrônica genérica.

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  32. Fábio, o som do novo Fox já é compatível com o iPod, apesar de ter alguns bugs.

    Para funcionar, o som deve possuir uma das duas:

    - Controlar via UART (porta serial em 3.3v que tem no ipod) e pegar o áudio L+R na saída de áudio do dock

    - Usar "audio over USB", que usa a porta USB comum pra carregar áudio em formato digital e o próprio som faz a conversão D/A.

    Trabalho com Apple a uns 6 anos e nunca tinha visto essa de pegar o áudio sem ser pela line-out.. Só é divulgado mesmo a quem adere o programa "made for ipod"

    Uma das razões pra não funcionar em qualquer som com USB é que os arquivos são indexados por ele mesmo. Não existe estrutura de pastas/arquivos "entendíveis" sem o índice, e sequer os nomes de arquivo são preservados. Pra completar, todos os arquivos são ocultos.

    Talvez seja possível fazer funcionar no seu som, desde que as mudanças sejam unicamente no software. Se tiver hardware diferente na jogada não tem como.

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  33. Viva o software livre e os padrões abertos!!! Viva o código-fonte!!!

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  34. Ao comprar um carro evite todos os acessorios eletronicos disponibilizados a mais e equipe o carro com genericos do mercado que acaba se mostrando melhor e muito mais barato. O maior problema da industria no Brasil, é que itens que são basicos em outros paises, cambio automatico por ex. no Brasil só vem em versões top onde te "empurram' uma serie de eletronicos caros e com menos recursos que os do aftermarket.

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