11/12/2012

O XK120 E EU (CAPÍTULO 3)

Gable, um autoentusiasta que nem a gente


Este é o terceiro capítulo sobre minha amizade com um Jaguar XK120. Caso o caro leitor não tenha lido os posts anteriores, seria bom que começasse do começo para pegar o fio da meada. (primeiro e segundo capítulos).

Então, prosseguindo. O ator autoentusiasta Clark Gable conseguiu atingir 124 milhas por hora (mph) com seu primeiro XK120 num lago seco da Califórnia, mas isso com o pára-brisa no lugar. Anteriormente, em 1949, durante uma apresentação dinâmica do XK120 à imprensa, que foi feita na estrada belga de Jabbeke, o carro atingira 136 mph (219 km/h), mas sem o pára-brisa, com um tonneau cover (lona plana cobrindo o espaço do passageiro) e com uma chapa de alumínio sob o chassi, tudo para melhorar a aerodinâmica.

Com o pára-brisa e tudo original, naquela manhã belga, atingiu duas milhas mais que o Gable, 126 mph. Mas o que um carro inglês fazia na estrada belga? Acontece que essa estrada era ideal para recordes de velocidade: praticamente no nível do mar, plana, e com reta longa de piso perfeito, e na Inglaterra não havia nada igual. 

Portanto, nessa certa fria manhã estava toda a imprensa do ramo à beira dessa estrada, quando ao longe escutaram o grosso ronco do XK. O ronco cresceu e logo o roadster passou por eles feito uma bala que mal dava para ver. Só isso já deixou a todos boquiabertos. Não havia carro de série que atingia essa velocidade. E houve outra surpresa: em seguida ele voltou mansinho, ronronando, e passou por eles em 4ª e última marcha e a menos de 20 km/h. Enquanto passava em frente, o piloto, sem reduzir a marcha, acelerou fundo e se mandou. Isso provava a tremenda elasticidade do motor.

Sua potência em alta já fora provada ao passar a mais de 200 km/h, e sua potência disponível em baixa e docilidade ficou provada nessa demonstração, pois ele retomava desde baixíssima rotação sem engasgo algum, motor limpo. Isso hoje é relativamente comum quando se usa injeção direta, comando variável e outra série de recursos que costumamos comentar por aqui, mas, caro leitor, isso naquela época era simplesmente impensável. Muito dessa dócil elasticidade se deve aos dois carburadores SU.

Lindo de babar!

O caro leitor que vá somando a coisa aí: beleza incontestável, velocidade impensável, docilidade comprovada e glamour do Clark Gable na parada...Hoje não há como fazer coisa igual.

E vinte e três anos após essa manhã belga, lá estou eu dirigindo o meu XK para casa. Lembro do cheiro dele, característico de carro inglês da época, cheiro de óleo, cheiro de couro, cheiro de gasolina. A gente só tinha uma garagem coberta e dela tomei posse na cara dura. Como eu era um rapazote que mal completara 16 anos, a condição era que eu não saísse com o carro até que o levássemos para a fazenda. Lá ele ficaria.

Passa uma estrada de asfalto perto da sede, a cerca de um quilômetro, e nessa época não passava quase ninguém por ela; dava para tirar um cochilo deitado atravessado no meio dela. O asfalto era novo, tinha cerca de dois anos que haviam asfaltado a antiga de pedregulhos e, pasme o leitor: o asfalto é exatamente o mesmo de hoje, que mais parece couro de crocodilo de tanto cocuruto que tem. Mas na época, 1972, o asfalto era tão bom e o movimento tão baixo que as fábricas de automóveis volta e meia a usavam para testar seus carros, e nessas vi ali alguns carros antes que fossem lançados.

Note a aba citada no texto, na janela de encaixe. 

Mas por uns dias o XK ficou na garagem e eu nervoso para sair com ele que nem moleque tarado dormindo ao lado do quarto da prima mais velha. Mas promessa é promessa e meu pai bravo era encrenca que não dava para encarar. Saí uma vez ou outra com meu pai ao lado e só, e como meu pai não achava a mínima graça em correr, só via perigo, eu ia na maciota. Até que numa manhã de sábado, me lembro bem que estava frio pra cacete, meu pai e eu agasalhados com tudo, ele guiando, saímos para a fazenda, a 220 quilômetros de São Paulo, Via Anhangüera.

Minha mãe nos seguia com meu irmão e irmã no Opala branco dela, um 4-cilindros 151, cupê, câmbio de 4 marchas no assoalho. Lindo o carrinho dela, sempre bem cuidadinho, que ela sempre gostou de carro. Digo “carrinho” porque àquelas alturas quem tinha carrão esporte foderoso era eu. O Dart do meu pai, por exemplo, um dos mais velozes da época, dava pouco mais que 170 km/h de final. O legal era o meu. O resto do mundo era carrinho e boa.

Porta de um roadster: cordinha e dois parafusos para encaixe da janela

E frio pra cacete e capota erguida e janelas encaixadas nas portas. Pois é, num roadster legítimo as janelas são plásticas e de encaixe. Têm armação de ferro e ficam no porta-malas quando não em uso. Mas aquilo ali ajuda mas não resolve. Entra ventinho cortante por tudo quanto é fresta e se chover entra água também. Carro esporte é isso e quem se incomodar que não entre. Do motorzão vinha calor, o que ajudava, enganava, mas nós nem aí.

Meu pai sempre em velocidade legal e aceitando minhas sugestões quanto ao momento certo de cambiar e tal, já que ele não tinha a mínima afinidade com qualquer máquina. Além do mais, a primeira do câmbio era "seca", sem sincronizador, que só tinha para a 2ª, 3ª e 4ª marchas. Lembro que a única coisa da qual reclamou foi da dificuldade de jogar as cinzas do seu cigarro para fora, já que na janela plástica só havia uma aba móvel para acessar o exterior. Na verdade, essa aba era para que de fora você acessasse a cordinha de couro que abria a porta. Roadster de verdade é para ser assim. Se tudo não for assim não é roadster e se disserem que é, é papo furado de quem não entende.

Bom, mas as portas do meu eram baixas e de alumínio, leves e finas, assim como o capô do motor e a tampa do porta-malas. O resto da carroceria era aço. E não pense que o XK ficou mais pesado que os primeiros 250 de alumínio, não. Ficou, mas só desprezíveis 30 kg mais. O longo capô era leve de erguer. E então aparecia aquele lindo motor, destacando-se aquele longo cabeçote de alumínio polido e duplo comando, dois carburadores SU ao lado. Lindo pacas. Lindo pacas e era meu.

Notar que o conta-giros Smiths torce no anti-horário

Até que poucos quilômetros antes de chegarmos à fazenda, já na estradinha de pista simples e deserta, a essa altura já de capota arriada e o sol batendo legal, cutuquei meu pai para que ele acelerasse a coisa. Ele riu e topou. Reduziu para 3ª e acelerou fundo como nunca antes e nem depois o vi fazer. O bicho urrou e o conta-giros da Smiths torceu rápido, e torceu no sentido anti-horário, porque no XK é assim, o conta-giros do lado esquerdo, como é para ser, do lado do motorista, e virando no sentido anti-horário, enquanto que o do velocímetro fica do lado do carona e no sentido normal, horário, assim cada ponteiro abre para um lado.

E meu pai acelerando no talo e eu falando para agüentar a mão, que deixasse que o ponteiro fosse até a faixa vermelha, e foi. E dali e veio a 4ª, e lenha, e lenha, e olhei para trás e o Opala branco só sumindo lá atrás, e lenha, e eu já imaginando minha mãe dizendo que meu pai pirara de vez e que a gente ia se matar. Quando o ponteiro do meu lado ia passando dos 180 km/h, acho que meu pai achou que muita loucura para fazer com o filho e tirou o pé. Beleza! Esse foi o recorde dele, do meu pai. O do XK comigo foi maior, foi tudo o que ele tinha para dar, mas isso é para o próximo capítulo, se o caro leitor tiver paciência de esperar por ele, ou melhor, pelo XK e por aquele feliz rapazote de 16 anos.

AK

71 comentários:

  1. AK voltando à velha forma da época do SuperAuto... Putz... Estava com saudades dos seus textos em forma de 'contos'... Isso me lembra os capítulos dos textos das preparações dos fuscas, opalas, etc... Show de bola. Parabéns e venha rápido com o próximo capítulo.

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  2. Linda série, Arnaldo!!!

    Ficamos aqui só imaginando o que aquele moleque de 16 anos aprontava com sua fera de estimação. Parece que vejo seus olhos brilharem enquanto escreve cada post desta série. Parabéns!!!

    Uma dúvida que me veio a cabeça. Sabemos que os carros ingleses tem a parte elétrica um tanto quanto problemática. Alguma vez você teve que apelar para São LUCAS para fazer o bicho funcionar?

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    1. ZZZZZZZZzzz mesmo, é o desespero, a casa tá caindo

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  4. MF Thomas,

    Não posso falar mal do sistema elétrico do XK, pois não tive problemas com ele. Não sei não, mas acho que tem exagero nessa história de apelidar a Lucas de Príncipe das Trevas. Parece mais uma gozação que pegou. Nos EUA, por exemplo, falam mal do sistema elétrico dos Porsche 911 e aqui não. Vai saber...

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    1. Creio que tenha a ver com a diferença entre os projetos elétricos europeus e americanos, no que tange suas peculiaridade, bem como o próprio perfil dos reparadores automotivos daquela época.

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  5. "fábricas de automóveis volta e meia a usavam para testar seus carros, e nessas vi ali alguns carros antes que fossem lançados."


    AK, fiquei muito curioso com isso. Quais carros você viu sendo testados?

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    1. Anônimo,

      Praticamente todos os da Gurgel, cuja fábrica era lá perto em Rio Claro. O primeiro Gol, o com motor a ar. Toyota Corolla, mas o hatch japonês anos 70, feio de doer, mas os testadores diziam ser muito bom e econômico. Tem mais, mas está difícil de lembrar.

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    2. AK, com esse testemunho, acho que essa história valeria um post dos "segredos do passado". Fiquei mais curioso ainda com esses carros que você falou. Abraços.

      Anônimo11/12/12 13:01

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    3. Anônimo,

      São poucas as lembranças quanto a isso. Não tem material suficiente para um post. Mas, obrigado. Daria um post legal se tivesse.

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  6. Parabéns, belo texto Arnaldo!!
    Obrigado!
    André

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  7. Muito bom, de novo, Arnaldo! Pode deixar que a gente espera sim pelo próximo capítulo!!

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  8. Belas memórias,aguardamos o próximo capítulo!

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  9. Excelente leitura. Esses fatos realmente marcaram, depois de tanto tempo contados com tantos detalhes. Arrepiante.

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  10. AK,
    Tens alguma ideia do paradeiro desse seu carro hoje em dia?

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    1. Sei, sim, Marcos, mas isso fica para o final. OK?

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    2. A minha curiosidade é apenas em relação a ter esse conhecimento de onde ele está. Muitos acabam vendendo algum carro que gostam e depois de muito tempo tentam localizá-lo novamente, nem sempre conseguindo. E é essa dificuldade que estou tendo, tentando localizar o primeiro Fusca do meu pai.

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    3. Aí complica, Marcos. Achar um XK é bem mais fácil que um Fusca. Mesmo assim tive sorte.

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  11. Excelente, estaremos aguardando o novo capítulo da saga!

    MFF

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  12. Lendo este capítulo me lembrei do tempo em que também tinha 16 anos e dirigia os carros lá de casa, por estradas vicinais nos arredores da chácara onde morava. Eram um Fusquinha e um Del Rey que levantavam muita poeira nas curvas onde eu buscava os melhores pontos de tangência, numa ilusória corrida de carros.

    As vezes ultrapassava um treminhão - apelido dos caminhões que transportam cana de açúcar para as usinas.

    Meu pai não tinha paciência para me dar aulas. Quem fazia isso era a minha mãe e o meu irmão mais velho. O Del Rey era mais potente, tinha um motor 1.8, mas o Fusquinha era bem mais divertido.

    Também aprendi a dirigir moto nesta época. Tínhamos uma Yamaha Mini de 50 cm³. Essa motinho meu pai literalmente deu embora para um felizardo que estava restaurando outra, há pouco tempo. Não me dava muito bem nela, pois já era muito alto para o brinquedo.

    Daquela época só consegui guardar minha Calói Cruiser 1986 - dizem que é a primeira Moutain Bike feita no Brasil. A magrela parece mais pesada que uma Harley, não tem marchas, mas tem muita história para contar. As vezes ainda dou umas voltas com ela, sabendo que o tempo não volta.

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    1. A primeira Moutain Bike do Brasil é a Monark BMX amarela e preta, e com "espuminha" no guidom, aro 20, lançada em 1985, seguida da Caloi Cross, branca, vermelha e azul em 1986.

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    2. Nem a BMX nem a Caloi Cross são mountain bikes.

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    3. Aro 20 não é mountain bike, e a Caloi Cross é de 81, só tinha amarela e vermelha.

      McQueen

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    4. Este comentário foi removido pelo autor.

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    5. No Natal de de 1983 ganhei de meus pais uma Monark BMX Turbo, que vinha com banco de moto e imitação de tanque de gasolina, tinha um freio traseiro ineficiente (direto no cubo da roda) e tomava pau de todas as Calóis da época.
      Vendi essa bicicleta para poder ficar com a Cruiser, que tinha o tamanho de uma Monark Barra Forte mas um jeitão de Calói Cross. Em todos esses anos de pedal só levei um capote, e foi daqueles de levantar as mãos para os céus por sair andando.
      Reformei minha Cruiser recentemente mas... espera aí: esse post é sobre o XK 120!

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  13. AK
    Incrivel como, mesmo com o passar dos anos, os conversiveis continuam muito parecidos... Esquentam , cheiram combustivel e entram agua ..
    Mas e so alegria dirigir um deles!

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    1. Autoentusiasta Conversível11/12/2012, 18:39

      Oi prezados, queria fazer um comentário bem grande sobre essa temática dos conversíveis, quanto eles melhoraram e principalmente sobre os conversíveis nacionais que sumiram do mapa por falta dessas melhorias, mas notei que as regras não deixam que se faça menção de fabricantes, montantes e nem sequer falar disso sem menção de nomes. Dado que o que escreverei pode se encaixar nessas regras, questiono como devo me portar aos com mais tempo de casa?

      Sou Autoentusiasta e aprecio os conversíveis, tenho algo a dar pitaco sobre eles mas essas restrições estão me barrando de partticipar. Pensava que aqui fosse mais liberal, é restrito assim mesmo?

      Saudações!

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    2. Autoentusiasta Conversível
      As regras de comentários são bem claras, parece-me que você não tem dúvidas sobre o seu conteúdo. Você é que sabe se o que vai escrever as transgride ou não. Francamente, o tema que você pensa abordar dificilmente será passível de exclusão. Experimente.
      Editor-chefe do AE

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    3. Fiquei curioso em ler o que ele tem a dizer...

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    4. Autoentusiasta Conversível11/12/2012, 21:24

      Excelentíssimo Editor-chefe, gostaria de obter orientação a como fazer meu comentário, visto que o último foi removido. Apenas perguntava como deveria fazê-lo e o que iria redigir para evitar qualquer atrito, peço perdão se aparentou que estava fazendo qualquer ordem de crítica.

      Saudações!

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    5. Esse aí tá perdendo tempo, o coitado escreve com educação até perguntando como faz pra postar conforme essas regras estúpidas (inclusive as ocultas) e nem respondem, já deletam o que tinha escrito

      Sou testemunha que o autoentusiasta aí acima teve um comentário absolutamente educado (muito mais do que o AE merece) deletado simplesmente por dizer o que ia falar, perguntando se estava tudo bem, se o Autoentusiasta Conversível deixar alguma forma de contato saiba que ficarei feliz em conversar sobre o assunto (deixe um e-mail na próxima mensagem se conseguir responder)

      Alguns dias atrás eu disse o que tava se passando por aqui, uns zombaram e os "chefes" (esse título só podia ser do arrogante do Bob) acharam que ia ficar por isso mesmo. To só assistindo de camarote o circo pegar fogo, um show de censura, falta de educação e respeito com os leitores pelos "chefes", junto com um monte de gente abrindo a boca e até umas coisas sombrias aparecendo

      A Ivete manda abraços Bob

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    6. Como você é bobo, "Ivete". O circo está pegando fogo você sabe onde, no seu corpo. Para acabar com sua alegria (só pode ser alegria de pobre...), basta eu apertar um botão no painel de controle do blogger que só passa a entrar aqui quem eu quiser. Barrados na entrada, nada mais fácil.

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    7. Vai lá Bob, pelo menos vai ser uma atitude de homem, com tudo bem mais claro, porque você dá um jeito de enganar até com as regras. O educadíssimo comentarista logo acima está esperando essa claridade até agora, uma pena porque o jeito que ele escreveu e o que estava na mensagem apagada provavelmente ia ser uma interessante contribuição ao texto do AK, já deve ter ido embora como muitos outros que estou vendo sumirem daqui nos últimos dias (assim como a qualidade dos textos, dos "chefes" e tudo mais)

      Ivete da musiquinha

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    8. Autoentusiasta Conversível
      Está pensando o quê, que este blog e este espaço são escolinhas de Português e de pensamento? Pare com este sarcasmo idiota! Se quiser comentar, vá na tentativa e erro – por enquanto, pois a qualquer momento aperto o botão do foquete com ogiva nuclear e brincadeirinhas imbecis desse tipo e seus autores serão calcinados logo na entrada.

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    9. "Ivete"
      Só imagino a contribuição de um idiota que pergunta como postar...Você deve estar com uma dor cotovelo danda, coitadinha da boneca...

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    10. Se aqui é tão ruim, não sei por que perdem tempo lendo o blog.

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    11. Autoentusiasta Conversível
      Agora que você disse preferir evitar contato com qualquer temática a esta casa, tenho certeza de que vou passar bem. Obrigado.

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  14. Simplesmente impossível de ler sem sorrir!

    Obrigado mesmo!

    Foi uma volta ao passado para mim, que vivi coisa muito semelhante, só que por conta de uma Alfa Giulia Sprint Speciale (motor DOCH 1.6 em alumínio, carroceria coupe de 2 portas em alumínio e vigias traseiras em acrílico).

    Que saudade!!!

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    1. Ermoura
      Adoro as Alfas antigas , principalmente a serie Giulia.
      Que belissimo carro voce teve ... parabens.
      No Salao de antigos em Sp desse ano havia um exemplar da Giulia SS... Exotica e maravilhosa.
      O blog ja fez uma pequena materia com esse carro que participou esse ano em Araxa.
      http://autoentusiastas.blogspot.com.br/2012/06/alfa-romeo-giulia-ss-1600.html

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    2. Ermoura,

      O Opps no comentário anterior deu um link sobre um post que escrevi sobre um Giulia Sprint Speciale. Era um desses?

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    3. Mestre Keller, era precisamente uma Print Speciale (vermelhinha, como convém). A minha era igual à da foto deste site: http://en.wikipedia.org/wiki/Alfa_Romeo_Giulia_Sprint_Speciale

      Virava mexia quebrava alguma coisa nela mas, ao contrário do que diziam sobre as Alfa, estava longe de ser uma máquina frágil (novinho e inexperiente, eu a maltratava demais, levando-a acima dos seus limites mecânicos), mas eu nem ligava - ela me fazia mais feliz do que pinto no lixo nas curvas da Rio-Petrópolis...
      No dia seguinte a um infeliz e trágico flagrante dado pelos meus pais em uma dessas aventuras de final de semana (os ultrapassei "voando, por fora, torto, todo de lado" em uma curva na subida da serra), me tomaram a minha jóia encarnada e prontamente a venderam para um argentino, que a levou para o seu país.
      De qualquer forma, foram quase 3 anos inesquecíveis para mim - muito provavelmente o mais feliz período da minha vida.
      Até hoje tenho na memória o seu cheiro e o seu som...
      Era uma máquina perfeita!

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    4. Ermoura, que carro fantástico que você teve! Fiz um post sobre um que estava na exposição de Araxá. Um carro essencial e lindo.
      Ainda bem que você o aproveitou pra valer.

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  15. A.Keller
    Vc ja dirigiu algum dos XK 120 - replicas, feitos no Brasil ?
    Dizem que o antigo Glaspac-(Fera) e o atual Americar sao muito bons.
    Parecem ser muito bem acabados , mas acho que ficam longe qto ao desempenho do original.

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    1. Opps!

      Já dirigi ambos. O da Americar está melhor que os Fera eram, porque a Americar comprou o ferramental e melhorou com o passar dos anos.
      Olha, se comprar um da Americar que tenha o motor 6-cil do Omega e fizer uns acertos de suspensão e uma mexidinha no motor, é bem possível que fique com melhor desempenho.
      Nota: O Fera não pertencia à Glaspac. Eram outros donos.

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    2. Justo,Arnaldo.Conheci o Fera no seu lançamento,no Salão de 1900 e bolinha,fiquei chapado com o detalhamento(as lanterninhas de lente de vidro fosco amarelo no topo dos paralamas,imagine!)e,coisa q. não percebi na época,a carroceria mais larga q.só fez melhorar as proporções originais q.,até então, eu achava perfeitas
      A parte melhor foi conhecer e cumprimentar(talvez de modo até excessivamente entusiástico...),o realizador do projeto,Henrique Erwenne,gente finíssima,o criador do KG Club de São Paulo.Para mim,dono por 37 anos de um Karmann Ghia branquinho,foi o encontro com o guru
      Devo entender q. a Glaspac encampou e aperfeiçoou o ferramental da Bola? E,qto ao motor q. v.'preconiza' para a réplica,qual deles? O 4100 Chevrolet ou o 3 litros Opel? O AG q. me corrija se estou enganado, mas este ultimo não é ainda mais pesado q. o 4100? Fico pensando na delícia do cambião de 5 marchas...
      O teu XK tinha aquele doidíssimo ajuste de distância do volante? E sobremarcha? E aquela chave de comando das luzes ,igual à dos Land Rover antigos?(posição1-desligado;2-fumegar;3-derreter;4-incendiar;hehe
      (Trata-se apenas de um chiste...)
      Vale a pena esperar pelo resto.So far,so good...

      ab.

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    3. Gaboola,

      Pelo que eu sei, a Glaspac nunca teve nada a ver com o Fera. Ela fez os bugues e a réplica do Cobra.
      Prefiro o motor 3 litros do Omega, mas o 4100 tem bastantes dele aí e fica bom quando preparado, tem muitos recursos. O melhor seria um salsichão da BMW...
      Tinha o ajuste de distância, sim, e o volante tinha uma ogiva apontada pro meio do nosso peito, além da barra de direção ser inteiriça e que vinha lá da frente. Uma pancadinha de frente era morte certa.

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    4. Na documentação do Fera vinha especificado "GM/BOLA FERA XK". O motor originalmente era de Opala?

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    5. Me perdoe,troquei as bolas(mas ganhei o trocadilho...);tá, Americar.O q. eu queria saber é de onde esta empresa obteve o ferramental e a receita para as replicas do XK,pois os da Bola eram muito bons mesmo.Antes de ficar ceguinho,cheguei a tirar uma casquinha muito civilizada de um Americar/monzatec 2 litros.Pra quem conheceu mesmo o decrépito original do meu professor Kurt(era um 4,2-versão USA com overdrive), foi simplesmente broxante

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    6. Caro Arnaldo Keller,

      Brilhante estes textos da sua história com o XK. Realmente dá gosto de ler.

      Bem, como vc conhece o original e a réplica do Xk feita pela Americar, corrija-me se eu estiver errado acerca da posição de dirigir entre ambos. Explico. Ano passado, naquele encontro de carros antigos que rola todo ano, no feriado de 7 de Setembro, no Forte Copacabana, Rio, um colecionador levou ambos, um XK original (não me lembro o ano) e uma réplica XK da Americar. Não andei neles, claro, mas batendo papo com o dono - um paulista muito gente fina - ele me deixou entrar nos carros. Tive a impressão que a posição de dirigir da réplica era mais confortável, com os comandos, banco e pedais em uma posição mais "moderna".

      Seria isso possível ou foi apenas impressão?

      Grande abraço!

      Leo-RJ

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    7. Anônimo,
      O motor do Fera era do Opala, sim.

      Leo-RJ

      Você tem razão. O novo é mais confortável, ele tem distância maior entre o volante e o encosto do banco e o assento é bem macio e ergonômico. Porém os pedais do Americar eram alvo de minhas críticas e é possível que o Cleber tenha acertado isso.

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    8. AK
      Eu "troquei as bolas" o Fera era da Bola e nao Glaspac.
      Valeu!

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    9. Caro Arnaldo Keller,

      Quem bom que não foi impressão minha... Rsrsrs... Ainda teimei com minha noiva - que adora carros - que só podia ser impressão, afinal um era original e outro réplica (preconceito bobo).

      Quanto aos pedais, penso que, pelo menos no modelo que entrei, os pedais foram acertados mesmo.

      Obrigado pela resposta e por dividir esses momentos com os leitores e seguidores.

      Leo-RJ

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  16. Bacana, Arnaldo, me lembra o dia em que levei o Xantia aos 200 km/h. Mas foi uma vez só.

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  17. AK,

    Pelo menos você aprendeu e agora sabe descrever como era o carro. Nesse caso, o Opala da tua manhã.

    Quanto ao XK, deve ser sido uma paixão e tanto.

    Valeu!

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  18. Amigo Arnaldo,

    Não me admira você ter virado um cara tão alucinado por carros, com histórias como essa, hehehe... aquela do Corvette Stingray do seu tio já me deu suspiros, agora com essa então, entendo completamente a sua "iniciação"!

    Valeu pela série, deliciosa leitura!

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  19. Aguardamos ansiosamente pela próxima parte, essa série sobre o XK está simplesmente fabulosa!

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  20. Corsário Viajante11/12/2012, 19:43

    ~Eh beleza, esta série está demais!!

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  21. Péricles Leite11/12/2012, 21:46

    Off topic: Morreu hoje, com 92 anos, o Dr. Alex Moulton CBE, responsável, entre outros projetos e invenções, pela suspensão do Mini original.

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    1. Todas elas:as de borracha ,a Hydrolastic e a Hydragas.A sua criação mais conhecida foi a bicicleta de rodas pequenas,feitas aqui no Brasil como as 'Monaretas'(lembra?)

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    2. Péricles
      Obrigado pela informação. Uma grande cabeça se foi. Li bastante sobre a engenharia dele no livro "The Mini Story", do jornalista Laurence Pomeroy.

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  22. Sensacional esta saga... parabéns!!! Merece uma foto real da época. Existe alguma Arnaldo? O jovem e seu felino?
    Grande abraço!

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    1. Existe a do carro na época, Kiko, mas está difícil de achar.

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  23. Arnaldo! Se tinha inveja ( da boa!) da minha turma de guris que possuiam na época algumas "bixeiras" nacionais tipo Passat TS, opala 250 S , dodge Charger e maverick V8 ( eu tinha um SP II que herdei de meu irmão e me ferrava para pagar as prestações restantes! ) Imagino a catarse que tu provocava quando chegava ( dirigindo bem! ) teu legítimo XK?

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  24. achei um site com algumas fotos do xk
    http://www.marsland.on.ca/obsession/Jaguar%20Marsland%20Collection%20Chap5.htm

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  25. Arnaldo, será que não somos parentes? Meu sobrenome é Killer (parece que era Huller no passado), e sou da região de Rio Claro. Abraços

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  26. sskiller,

    dificilmente somos parentes. Conheço todos os Keller com a mesma ascendência próxima no Brasil, e são poucos.
    abraço, primo,

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  27. Muito boa essa sua serie de artigos sobre o seu XK-120,também sou fan de carros ingleses, mal posso esperar o proximo capitulo da serie.

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  28. Arnaldo,
    Há histórias da época de que o motor XK não teria sido inventado pela Jaguar, que nunca tinha feito motor e começou fazendo Sidecars e depois o SS100 usando um simples motor Standard Vanguard. O motor XK é bom porque a Jaguar teria copiado o motor inteiro da Alfa Romeo de seis cilindros, em suma, teria cortado caminho copiando o melhor da época, pois o motor Alfa era robusto, bem projetado e fácil de fazer para as condições da época, apenas o cabeçote era de alumínio. Imitação muitas vezes é a melhor forma de homenagem. O Lyons teria questionado e nada respondido, eles eram os vencedores da guerra e a Itália e a estatal Alfa não estavam em posição de fazer firula, tinham que ganhar a vida. Se reclamassem, a inglesada lhes tacava uma indenização da guerra como fizeram com a BMW ao tirarem o motor seis-cilindros do 328 e o batizarem como Bristol. Aos vencedores as batatas.

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  29. Zullino, seja lá como for, a Jaguar merece o crédito do motor, porque não é copiando que se ganha 5 vezes a 24 Horas de Le Mans, que foi o que esse motor ganhou na década de 50.
    É ou não é?

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  30. Arnaldo,
    Imitação e cópia são as melhores formas de elogio, não se deve ficar inventando roda e quem quer ir para a frente deve ser prático. A Jaguar queria vencer e se viabilizar, mandou bala. Para quem nos anos 30 fazia sidecars para motos chegar nos anos 50 do jeito que chegou foi certamente uma vitória.
    De certa forma democratizou a tecnologia, as Alfas eram bons carros, mas feitos em minúsculas quantidades, coisa apenas para milionários ou para o Duce.
    Os Jaguares sempre foram carros baratíssimos para o que eram, no final dos anos 50 custavam pouco mais que um Porsche 356 que é um fusca com esteróides.
    Pessoalmente, não gosto de Jaguares, empurrei muito esses carros e fiquei traumatizado, acredito que os que hoje estão por aí sejam excelentes, já arrumaram tudo que tinha para fazer.

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