03/12/2009

TERRA DA GAROA?


São Paulo não anda se cairem três gotinhas de chuva do céu, isso é um fato mais que comprovado. Imagine então com os temporais dos últimos dias. Hoje aparentemente é um dia desses, caóticos, sem previsão de tempo para se chegar a qualquer lugar.

Um amigo meu certa vez me mostrou estudos científicos sobre causas de trânsito, e sem ser muita surpresa, a principal causa não é o excesso de veículos nas vias, mas sim a "inconstância de movimentação". Também conhecida como incapacidade de andar em velocidade decente e distância normal do carro da frente.

O Bob Sharp já comentou sobre isso algumas vezes, e volto a falar, por que diabos todo mundo reduz a velocidade pela metade com a pista molhada?? Falar que é mais seguro é mera enganação, pois as velocidades das vias já são baixas o suficiente para se trafegar seguramente com o piso bem molhado. Se não houver nenhuma obstrução na via, não há porque reduzir a velocidade drasticamente.

"Ah mas o carro da frente pode brecar bruscamente!" Quem já não ouviu isso? Se o carro da frente frear bruscamente, é porque ele está distraído e não está a uma distância segura do carro diretamente a sua frente, e isso pode acontecer com chuva ou com sol. E outra, se o carro a sua frente frear bruscamente, a distância de parada dele muito provavelmente será maior que a sua, que se estiver atento como deveria, vai frear melhor e parar seguramente antes.

Mas uma coisa não escapa de ser uma causa séria dos congestionamentos nos dias chuvosos. Alagamentos. Alguns são causados por erro de planejamento e/ou construção de sistema de escoamento de água, outros por falta de manutenção adequada, e outros por excesso de água mesmo.

O duro mesmo é ver a quantidade de alagamentos na cidade simultaneamente e em pontos cruciais de trânsito, como as Marginais, Radial Leste, o sistema 23 de Maio e Bandeirantes. Agora mesmo recebi notícia que boa parte das vias que devo passar estão com pontos de alagamento em direção ao centro da cidade.

É, esse é um dos preços a se pagar por viver na nossa Terra dos Congestionamentos.


15 comentários:

  1. Marcelo Augusto03/12/2009, 18:47

    Este video mostra bem o que um tranca-rua faz com a fluidez, pior ainda quando também aluga a faixa esquerda, ou é do tipo policial frustrado que não passou no concurso:

    http://www.youtube.com/watch?v=Suugn-p5C1M

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  2. Considerando a buraqueira das ruas de SP e o legítimo asfalto "soluvel em água" usado pela prefeitura para tapar as crateras daqui, quem não reduz a velocidade na chuva corre o risco de estourar um pneu, entortar uma roda ou arrebentar a suspensão, já que a água tende a dificultar a visão dos buracos. Isso pra não falar das tampas de bueiro, que não raro se soltam quando há uma chuva mais forte. Eu mesmo caí em uma armadilha dessas, e a conta não saiu por menos de R$ 400,00 (do meu bolso, é claro).

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  3. Marcelo Augusto03/12/2009, 19:47

    Reparei que muitos dos estragos em rodas e pneus são frutos de uma prática comum: não calibrar pneus. Pneus com calibragem mais baixa que o recomendado - ou mesmo a recomendada - gera mais danos do que usar 2 a 3 lb a mais que o manual.

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  4. Perfeito, Marcelo, perfeito... mas com os buracos que temos aqui, pode botar 40 psi que o estrago é garantido do mesmo jeito. Especialmente se o seu carro tiver pneus de perfil baixo.

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  5. A maioria das pessoas reduz absurdamente a velocidade em função da falta de habilidade ao volante e/ou da falta de manutenção adequada dos veículos, que vai desde pneus em mau estado até palhetas dos limpadores já ressecadas. As velocidades em tempo seco já são baixas o suficiente pra se ter plena condição de segurança, não se faz necessário reduzí-la ainda mais. Perfeito, Milton.

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  6. Ah, sim, isso sem falar da falta de instrução das pessoas sobre como desembaçar os vidros sem escancarar as janelas...

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  7. Quanto aos pontos de alagamento, além dos problemas de engenharia viária levantados pelo Milton, há a eterna questão do hábito das pessoas de jogarem lixo na rua. Ainda mais agora, depois que os fumantes foram escorraçados de escritórios e outros ambientes fechados. De bituca em bituca, a sarjeta enche o papo...

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  8. Se serve de consolo, aqui em Sorocaba também há sérios problemas de alagamento. Sim, no singular mesmo. O rio Sorocaba transborda com qualquer chuvinha mais intensa e leva séculos para a água baixar. Tudo porque existe um único ponto da margem do rio que é baixa e, pasmem, ninguém até hoje se habilitou a fazer algo para resolver o problema. Aí, é preciso desviar o trânsito pelas ruas e avenidas próximas e o caos está armado. Cheguei em casa agora à pouco, depois de ficar enrolando uns 45 minutos no supermercado até a muvuca diminuir e eu poder chegar em casa sem estresse, já que não tinha horário para chegar.

    Mas sem dúvida alguma, os "rolha de pista" atrapalham uma barbaridade! Sem contar os espertalhões, que querem dar uma furadinha de fila na boa, como se nada estivesse acontecendo...

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  9. Pneu estoura e roda amassa no seco também.

    Uma questão de geografia construir as duas principais vias de São Paulo na várzea dos rios.

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  10. Pois é.

    Por mais obras e remendos que se tentem fazer na malha viária, as marginais nunca deixarão de ser regiões de várzea.

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  11. Bitu,
    todos sofremos com essa desgraça e abandono que é a situação do trânsito paulistano. Culpa de muita gente: promoções absurdas para qualquer um que economiza um pouco comprar carro, falta de instrução em todos os níveis, desconhecimento de princípios básicos de condução de veículos, prefeituras inaptas a administrar até mesmo um condomínio, muito menos uma cidade monstruosa, porquice do povo, além da famosa Lei de Gerson, o câncer do Brasil.

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  12. Eu só conheço um único ex-prefeito de SP que realmente investiu em obras de contenção de alagamentos.

    Estranhamente toda a imprensa fez um excelente trabalho em convencer o país inteiro em nunca mais votar nele.

    Agora só nos resta aguentar tal caos resultante de ingerência e também incompetência eleitoral (sim, a culpa também é do eleitor).

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  13. Juvenal

    Pelo visto a minha raiva com a situação do trânsito em São Paulo é tão pública e notória que você se manifestou antes mesmo que eu falasse qualquer coisa.

    Hoje foi um dia atípico: mandei lavar o carro no posto Shell da Dr. Arnaldo. Desci pro hospital e quando voltei o frentista falou:

    "Calma aí doutor, mais 5 minutinhos, estou passando um paninho nos vidros".

    Isso por volta das 16:00. E aquela nuvem preta chegando por cima da Teodoro Sampaio. Falei pro frentista esquecer, pois ia chover mesmo. Paciência.

    A chuva me pegou na Av. Paulista e me acompanhou até São Bernardo, e nem assim fiquei mal humorado: o trânsito estava fluindo relativamente bem até o começo da Juntas Provisórias.

    Basta atravessar o Sacoman e tudo fica livre na Via Anchieta, pelo menos para quem deixa São Paulo. No sentido contrário, tudo travado.

    FB

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  14. nada como pegar aquelas duas horas de transito com a barriga roncando na volta para casa! sinto informar, mas com uma venda diaria de 1000 carros por dia na grande sao paulo, a tendencia é bem tenebrosa. e quando chove nao tem jeito, a visibilidade diminui mesmo, a apreensao aumenta, ninguem aqui é ayrton senna!

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  15. Não é exclusivo de SP. Aqui em BH é igual. E ainda penso que alguns cérebros são sensíveis à água. Parece que em tempo molhado, eles absorvem umidade, não sei... A pessoa fica lenta, com medo e desesperada, chegando ao ponto de mostrar isso pros outros ligando o pisca alerta!

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