google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 AUTOentusiastas Classic (2008-2014): governo
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Uma das afirmações sobre o motor flexível em combustível (conhecido como "flex") é que ele é um "pato". Por que a associação do motor com nosso simpático amigo emplumado, que já inspirou toda uma família de personagens do Walt Disney, além do esquentado Patolino da Warner Bros.? É porque a ave em questão consegue transitar pelos três ambientes: terrestre, aquático e aéreo. O pato anda, nada e voa, embora não consiga fazer nenhum dos três com excelência. Ele simplesmente funciona nas três modalidades, sem ser excelente em nenhuma.

Este termo, "pato", é usado para vários objetos que se propõem a ser multi-uso, mas que não conseguem fazer muito bem cada um destes usos separadamente. A culpa disso, em grande parte, é ter que abrir mão da otimização em nome do compromisso: se o pato fosse otimizado para voar (como uma águia), não nadaria. Se fosse otimizado para nadar (como um peixe), não voaria. E por aí vai. Do jeito que é, justamente por não ser otimizado para nada é que ele consegue fazer as três coisas. Foi a melhor solução que a natureza encontrou para fazer um bicho "multi-uso".

Foto: advivo.com.br
O ministro da Fazenda Guido Mantega, ladeado por Fernando Pimental, ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (à sua direita) e Aloizio Mercadante, ministro da Ciênia e Tecnologia, anuncia as mudanças no IPI

E aconteceu o que já se esperava. O governo brasileiro deu uma rasteira para não botar defeito em quem importa veículos automotores, atingindo em cheio quem se organizou e investiu em estrutura para importar. Como se o que fizessem, importar, fosse ilícito, imoral ou crime lesa-pátria. As regras do jogo foram mudadas com a partida em andamento. Mais, uma vez, e lamentavelmente, ecoam as palavras que Charles de Gaulle teria proferido, "Le Brésil n'est pas un pays serieux".

Medida provisória baixada nesta quinta-feira (15) elevou em 30 pontos porcentuais as alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para veículos automotores. A malandragem consistiu em não sofrer tal majoração ou, dito de outra forma, terem desconto desses 30% carros produzidos no País com o mínimo de 65% de peças fabricadas no Brasil ou nos países-membros do Mercosul.

Ficam fora do IPI maior veículos importados de países do Mercosul e daqueles com os quais o Brasil tem acordo, nesse caso apenas o México. Isso significa uma rasteira bem dada nos veículos trazidos de qualquer outro país dos cinco continentes. Num desses cinco, como se sabe, estão Japão, Coréia do Sul e China.