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“I have walked through many lives,
some of them my own,
and I am not who I was,
though some principle of being abides,
from which I struggle not to stray.” - Stanley Kunitz
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| Puma GT (foto O Globo) |
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| Um Alfa Romeo em sua terra natal: um completa o outro. (foto: villasanrafaello.com) |
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| Trinta e seis anos atrás... |
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| Cr$ 0,10 |










Depois da prova, os motores foram desmontados para inspeção, e para a surpresa de todos estavam impecáveis, sem necessitar uma regulagem sequer para continuar rodando.
Outra grande sacada publicitária do lançamento do carro foi uma corrida realizada em maio de 1984, antes da prova de Fórmula 1 em Nürburgring. Nela, vários pilotos de F-1 foram colocados em 2.3-16 idênticos. Entre os pilotos havia gente como Lauda, Prost, Moss e Hill, mas o vencedor foi um jovem piloto do Brasil chamado Ayrton...
Lançado oficialmente em Frankfurt ’83, o carro que finalmente foi oferecido ao público era sensacional: o motor rendia 185 cv a 6.000 rpm,e girava até 7500. A excelente suspensão traseira multibraço do 190E era mantida, e era oferecido apenas com câmbio de cinco marchas Getrag manual, com a primeira abaixo da ré, em posição conhecida como dog-leg. Diferencial autoblocante, rodas de aro 15 com pneus Pirelli P6, tanque de 70 litros (55 no 190E), uma distribuição de peso excelente (53%/47% dianteia/traseira), e um sistema hidráulico que mantinha a suspensão traseira sempre na mesma altura independentemente da carga, eram algumas das características técnicas que fizeram entusiastas se inquietar no Salão de Frankfurt. O banco traseiro era único: tinha laterais pronunciadas como os dianteiros, mostrando a seriedade de seus intentos.

Era capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 7,5 segundos e chegar a uma velocidade máxima de 235 km/h. A famosa revista alemã Auto, Motor und Sport não pôde deixar de notar que os números eram praticamente idênticos a outro Mercedes esportivo testado pela revista quase 30 anos antes: o famoso 300 SL “asa de gaivota”. Um quatro-cilindros de respeito, realmente.

E para mim era um carro único. Partindo do sério 190E, que havia sido criado como um Mercedes tradicional, ganhava sutil personalidade esportiva. Como um senhor sério e responsável que quase nunca tira o terno, mas se revela um boxeador violento nas horas vagas, o 190 esportivo só revelava seus músculos quando provocado. Não mostrava imediatamente sua força ao primeiro toque do acelerador, e sim após um longo mas veloz passeio por estradas sinuosas. Devia ser tocado com vontade para mostrar porque o seu dono pagara 30% mais do que um reles 190E. Um carro com o propósito único, o de ser dirigido à moda, com vontade, sempre.
Acabou tendo grande sucesso em competições do DTM (Campeonato Alemão de Carros de Turismo), onde enfrentaria seu nêmese, o primeiro BMW M3. Por causa das regras desta categoria, teve seu motor aumentado para 2,5 litros e 205 cv (195 com catalisador) em 1988, por meio de aumento de curso.
Com a escalada das competições do DTM, em 1989, a Mercedes começava a transformar seu discreto esportivo em um monstro para homologação: aparecia o Evolution I, com novos apêndices aerodinâmicos e um motor que, apesar de deslocar ainda 2,5 litros e debitar 195 cv, era totalmente diferente: visando um aumento de rotação máxima em competição, o bloco tinha sido alterado para que o diâmetro dos cilindros fosse maior que o curso dos pistões.

Esta evolução culminaria em 1990 com o Evo II. Um verdadeiro batmóvel schwabe, o Evo II tinha uma asa traseira tão ultrajante que provocou a seguinte frase de Wolfgang Reitzle, então chefe de pesquisa na BMW (e que acabou fazendo Aston Martins depois que a empresa “morreu” em 1989) : “As leis da aerodinâmica devem ser diferentes entre Stuttgart e Munique. Se isto funcionar, vamos ter que refazer o túnel de vento da BMW.”

É preciso dizer que funcionou ótimamente bem, e a Mercedes venceu a temporada de 1990 do DTM? Reitzle deve ter passado um bom tempo longe de Stuttgart...
Esta última evolução do 190 esportivo tinha suspensão de altura regulável, rodas Speedline de 17 polegadas, e 235 cv. Eu sei que pelo menos um deles veio ao Brasil, pois vi um exposto em um encontro de carros antigos em Minas Gerais algum tempo atrás.

Para mim o 190E 2.3-16 e seus sucessores ainda são os melhores Mercedes esportivos já criados. Rápidos o suficiente para causarem mortes gloriosas, mas carros que precisam ser dirigidos por entusiastas para mostrar sua real face: a de um grande companheiro para quem gosta e sabe andar rápido, sempre.
E tal coisa só pode ser conseguida através de competição. Sem esta pureza de foco, um monstro de 325 mil cavalos como esse novo classe C nunca causará a satisfação que se consegue fazendo este carrinho de apenas 185 cv andar como se deve.
E quem apareceu para o mundo rodando 50 mil quilômetros a mais de 240 km/h, todo sujo e com as rodas pretas de fuligem de freio, sempre terá mais crédito comigo se comparado a outro que apenas foi lançado em um hotel de luxo cheio de escribas, com sua pintura brilhante e suas enormes rodas polidas por três dias seguidos.
MAO


Na era em que Duesenberg, Packard e Stutz criavam magníficos automóveis de passeio, gigantescos, superconfortáveis e com poderosíssimos oito-em-linha, a Cadillac, para não ficar para trás, dobrou o número de cilindros que a concorrência usava... 

E nos anos seguintes, se tornou um dos mais populares hot-rods da história, a ponto de que hoje, mais de 50 anos depois de seu lançamento (!), exista uma enorme indústria para fabricar toda peça que você necessite para manter o seu.
A GM deste tempo não tinha medo de nada; como se não bastasse o Corvair, a Pontiac, liderada nesse projeto por John Z. De Lorean, lança seu compacto recheado tecnologia, com especificações que até hoje soam bem: estrutura monobloco, suspensão independente nas quatro rodas, tração traseira, motor dianteiro e câmbio traseiro, e perfeita distribuição de massas: 50% do peso em cada eixo.
O Corvette de segunda geração teria motor central-traseiro se a decisão fosse de Zora Arkus-Duntov. Mas Bill Mitchell queria fazer uma carroceria com motor dianteiro, inspirada em tubarões e arraias que ele adorava pescar. O resultado desse famoso conflito entre duas personalidades fortíssimas é um clássico inesquecível: debaixo do belíssimo tubarão de Mitchell, um verdadeiro carro esporte enfim.
Mitchel queria reviver a defunta marca LaSalle com este maravilhoso cupê de duas portas, que acabou sendo lançado pela marca de Flint.
OK, não é algo incomum, marcante, tecnologicamente avançado, ou mesmo importante no grande esquema das coisas. Mas como disse, esta é uma lista íntima, pessoal, e o Opala não pode ficar de fora dela. Existe algo dentro deste híbrido brasileiro que juntou o melhor da Opel com motores americanos que deixa todos que se envolveram com ele apaixonados.
Meu amigo AG sempre diz que cada país tem o Opala que merece, e pensando assim os australianos têm mais valor que nós, porque o deles tinha os magníficos small-block Chevys. Chegam a dar água na boca...

A era dos muscle cars americanos chegou ao ápice em 1970, e o ápice do Muscle Car da General Motors foi o Chevelle SS 454.
Sim, esta lista está ficando meio maluca agora. O primeiro carro da GM com motor central-traseiro, o Fiero nasceu com um 4-cilindros em linha parecido com o do Opala, absurdamente mal-ajambrado para este carro, e foi um tremendo fracasso de público e crítica.
Lançado no Buick special nos anos 60 para substituir o caro V-8 de alumínio já mencionado neste post, o V-6 da Buick teve uma história simplesmente incrível.
Uma completamente doida picape que não deveria levar mais carga que uma perua pequena, mas que tinha tração total permanente e um V-6 turbocomprimido de 280 cv que a fazia acelerar mais que um Ferrari contemporâneo. Inaugurou uma duvidosa moda de "caminhões" velozes, mas para mim ainda é o único deles que realmente vale alguma coisa.
Quando era garoto nos anos 80, tudo que queria na vida era um Opel de rali. Sim, eu era perturbado. Mas não há como negar que Manta (ou seu irmão Ascona) como o abaixo tem uma aura de anos 80 cool que quase pode ser palpável.
Qualquer um dos Omegas poderia entrar na lista, do quatro-cilindros ao 3 litros multiválvulas alemão, passando até pelos nacionais. Um verdadeiro BMW Série 5 para o proletariado, o Omega ainda é uma experiência única ao volante. Pena que os Opel deixaram de ser assim como ele.
Mas escolher qual o mais interessante é fácil. A versão Lotus (parte da GM na época) com dois turbocompressores e 377 cv foi um marco para a época, um dos primeiros super-sedãs.

Lembrar que a Lotus já foi também parte da GM é essencial, e este foi o único carro desenvolvido e lançado nesta fase da casa de Hethel. E, por coincidência ou não, foi um dos seus maiores fracassos comerciais.
Apesar de ter sido tentativamente iniciado antes da fusão, e inicialmente imaginado com mecânica Toyota, acabou usando propulsor Isuzu pela ligação da empresa japonesa com a GM. Apesar de todas as críticas que teve, principalmente por ter tração dianteira, não há como negar que foi um grande carro. Seu azar foi simplesmente concorrer com uma cópia melhorada e excelente da Elan original, RWD, feita pelos japoneses da Mazda.
Ainda é creditado como o carro de tração dianteira de melhor comportamento dinâmico da história.
19) Saturn Sky Red Line
Bob Lutz criou o Pontiac Solstice e o Saturn Sky para colocar tempero numa GM que se encontrava com moral baixo quando ele chegou. Conseguiu aumentar o moral da tropa, e fazer uma verdadeira revolução com os produtos da empresa, uma época memorável de recuperação e superação, mas que, infelizmente, não foi capaz de impedir a recente falência da empresa.
É emblemático que até o fim do ano a Pontiac morre e a Saturn, vendida, desatrela o seu incerto futuro do da grande companhia. O pequeno carro esporte de quatro cilindros desaparece com elas.
E o que de melhor perderemos é o Sky, bem mais belo que o Solstice em minha opinião, principalmente na versão Red Line, com o magnífico Ecotec de injeção direta e turbocomprimido de 260 cv. May all them rest in peace.
20) Corvette C6
