Foto: www.meionorte.com
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(Foto meramente ilustrativa, sem conexão com o post) |
Uma das melhores coisas do formato do blog é permitir a interação com os leitores de uma forma praticamente instantânea. Em uma publicação impressa isso é praticamente impossível.
Vendo a discussão causada pelo artigo do Bob, argumento do leitor Aléssio Marinho, dizendo que "Nosso país gasta milhões de reais por ano para socorrer (...) vítimas de acidentes de trânsito", acabei lembrando de um
texto do amigo Roberto Nasser, em coluna no
Best Cars Web Site datada de 2003. Eis parte dele:
"(...) À parte das digressões sobre a vida, os 8 km que separam o bem-equipado e operacional posto de emergência da Câmara dos Deputados, do hospital para onde me levaram, acompanhei de corpo inteiro as inconveniências do veículo ao serviço que prestava.
O motor diesel, pequeno, fazia força para deslocar a massa de metal, plástico e vidros que formam a ambulância. O câmbio, mecânico, não permitia maciez na troca das marchas. E a suspensão, por feixes de molas semi-elíticas, é o destaque de inadequação. Preparadas para carga seca, refrigerantes, bujões de gás, material de construção, enfim, coisas rígidas, transformam seu corpo em amortecedor auxiliar, forçando-o a participar da rugosidade das ruas. (...)"
Ou seja, de que adianta seu carro ter airbag, ABS e o escambau, se na hora de ser socorrido você será jogado numa porcaria dessas? Provavelmente será mais um DOA (
dead on arrival). Ambulância tem de ter suspensão especial, capaz de isolar o socorrido dos solavancos (que devem ser mínimos, sem buracos, valetas ou lombadas desnecessárias). Salvo engano, todas as ambulâncias do corpo de bombeiros do Estado de São Paulo utilizam molas semi-elípticas com algumas lâminas a menos, substituídas por bolsas a ar do tipo
Air Lift, mas é uma exceção.
As acelerações têm de ser brutais e sem trancos nas trocas de marcha, pois cada segundo conta na hora do socorro. Há pouco mais de 10 anos uma famosa operadora de planos de saúde adquiriu ambulâncias americanas Chevrolet completas, dotadas de motor V-8 de bloco grande com transmissão automática. Nada mais lógico e sensato.
Em vez de se brigar por automóveis capazes de nos proteger de vias malconservadas, acredito que seria melhor lutar pela própria conservação das vias, utilizadas também pelas ambulâncias. A chance de um acidente diminuiria substancialmente e um socorro rápido e seguro seria muito mais viável (lembrem-se que ambulâncias estão entre os veículos mais sujeitos a acidentes).
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