O
coração dos automóveis é seu motor. Desde o primeiro veículo autopropelido, ou
seja, capaz de se mover sozinho por meio de potência gerada por componentes
fixos à sua estrutura, o motor para a propulsão a combustão interna vem sendo
aprimorado. Muitas das soluções que acreditamos serem modernas,
surpreendentemente são quase tão antigas quanto o próprio motor. Passaremos
brevemente pela história da criação e os principais fatos e invenções que
tornaram nossos motores atuais o que são.
Os
motores atuais de aplicação automobilística estão em desenvolvimento há mais de 100 anos. A grande maioria das inovações tecnológicas, estudos termodinâmicos e
aperfeiçoamento da eficiência global dos motores de combustão interna ocorreram
ao longo da história do transporte viário motorizado. Vamos fazer uma breve
passagem sobre os primeiros motores e suas aplicações iniciais.
No
ano de 1854, o primeiro projeto de um motor de combustão interna foi
patenteado na Itália pelos engenheiros Eugenio Barsanti e Felice Matteucci. O
projeto consistia na utilização da energia de expansão de gases liberada pela
combustão de uma mistura explosiva de ar e hidrogênio para movimentar um pistão
e transformar este movimento linear em um movimento rotativo, com o uso de uma
árvore de manivela. Este motor nunca foi produzido em quantidade.
Em 1860, o belga Jean Joseph Etienne Lenoir utilizou o conceito de Barsanti e Matteucci para criar um motor dois-tempos que utilizava gás explosivo, com o uso de uma vela de ignição para iniciar a queima.
Motor
de combustão interna de Lenoir.
Em 1863, Lenoir criou uma carruagem motorizada de três rodas
chamada Hippomobile, equipada com o motor por ele projetado, de 2.543 cm³ de cilindrada, que queimava petróleo e fez uma viagem-teste de Paris até a
cidade de Joinville Le Pont. Ao longo da vida, Lenoir vendeu aproximadamente
350 Hippomobiles.
Hippomobile
de Lenoir, 1863
Em 1870, Siegfried Samuel Marcus, alemão, instalou um motor de combustão
em um carro-transportador, com o diferencial de que este seria o primeiro uso
de derivados de petróleo como combustível, batizado de Marcus I, para o transporte de pequenas mercadorias.
Marcus
I, de Siegfried Marcus, 1870.
Após alguns anos trabalhando em técnicas de sistemas de ignição de baixa
tensão e um sistema de carburação por passagens rotativas, o que hle rendeu uma patente no estudo do magneto em 1883, Marcus apresentou
seu segundo projeto em 1888, o Marcus II.
Marcus
II, de Siegfried Marcus, 1888.
Durante os anos em que Marcus trabalhava no projeto do Marcus II, outro
alemão, Nikolaus Otto desenvolvia seu conceito do ciclo Otto, com os quatro
tempos de funcionamento do motor (admissão, compressão, explosão e descarga).
Otto criaria o primeiro motor de combustão interna eficiente que queimava
combustível dentro do cilindro, em uma câmara de combustão propriamente dita,
em 1876, juntamente com Gottlieb Daimler e Wilhelm
Maybach. Antes disso, Otto já havia empregado o conceito de Lenoir
em outros motores.
O conceito do motor de quatro tempos criado por Otto seria o padrão para
a maioria dos desenvolvimentos que viriam a seguir. Karl Benz, que em 1879
criara um motor dois-tempos baseado no ciclo de Otto, utilizou novamente este
conceito e criou seu próprio motor de quatro tempos, que foi empregado no
famoso Benz Motorwagen de 1885, o primeiro automóvel produzido comercialmente
com motor de ciclo Otto, lançado ao público oficialmente em 1886.
Benz
Motorwagen, de Karl Benz, 1885.
O motor do Motorwagen de 1886 era um monocilindrico de 954 cm³ de 0,5 kW (0,67 cv)
que atingia rotações da ordem de 250 rpm. Abaixo vemos o grande volante, acumulador de energia cinética que dá estabilidade ao motor, uma vez que o ciclo de funcionamento é irregular e gera pulsos de energia, proveniente da combustão dos gases.
Motor
do Benz Motorwagen, 1885
Juntamente com os trabalhos de Daimler e Maybach, os franceses eram
devidamente representados por René Panhard e Emile Levassor, que fabricavam
sob licença os motores de Daimler em 1890. As inovações da
Panhard-et-Levassor foram muito além dos motores, com projetos muito avançados
em construção de chassi.
Panhard-et-Levassor
Tipo Q 50hp, 1905
Um dos modelos mais interessantes criados por Levassor e Panhard foi o
Tipo Q 50hp, equipado com um motor de quatro cilindros em linha e cabeçotes
individuais em formato de “T”, com fluxo cruzado de gases, admitindo-se por um
lado do bloco e o sistema de escapamento do lado oposto, esquema amplamente utilizado hoje.
Motor
Panhard-et-Levassor Tipo Q, 1905.
Paralelamente aos trabalhos nos motores de ciclo Otto, o engenheiro James
Atkinson trabalhava em seu motor de ciclo próprio e único, com os quatro ciclos
de funcionamento ocorrendo em uma revolução do motor. O ciclo Atkinson
apresentava-se mais eficiente que o ciclo de Otto, mas não necessariamente
gerava mais potência, pois o volume admitido não era eficazmente comprimido,
liberando menos energia. Os motores de ciclo Atkinson viriam a ser utilizados
anos depois, inclusive nos automóveis híbridos atuais, como o Toyota Prius.
Rudolf Diesel também estava desenvolvendo seu ciclo de funcionamento de
motores de combustão interna, baseado no modelo de ignição por compressão,
que foi apresentado em 1900 ao público.
O motor que Diesel criou e patenteou o conceito, em 1897. |
Alguns anos depois, em 1923, o primeiro carro de produção equipado com um motor de ciclo Diesel seria lançado, o modelo da Benz que utilizava o motor tipo OB2.
Novamente nos motores de ciclo Otto, a tecnologia dos motores era
praticamente toda voltada para os motores monocilíndricos. Em 1889, os
projetos dos parceiros Daimler e Maybach já estavam evoluindo para um motor de
dois cilindros independentes montados com uma árvore de manivela comum, separados
por ângulo pequeno, que formavam um “V”. Este motor possuía válvula de admissão
automatizada, por ação de um diferencial de pressão da câmara de combustão, e a
válvula de escape era acionada mecanicamente.
Mais inovações vieram da empresa Daimler Motoren Gesellschaft, sociedade
de Daimler e Maybach. Em 1894, foi apresentado o modelo de motor conhecido como
Phoenix, o primeiro motor de quatro cilindros em linha (2.100 cm³), equipado com árvore de comando para a válvula de escapamento e carburador. Foi instalado em um carro
de produção em 1898. Em 1900, novas tecnologias foram aplicadas nos motores
M11644 de 5.918 cm³ de quatro cilindros, como o comando de válvula de admissão,
já conhecido como Mercedes 35hp de corrida.
Mercedes 35HP Rennwagen,
1900.
Motor M11644 do Mercedes
35hp Rennwagen, 1900.
As mudanças agora faziam do motor do 35hp o primeiro motor eficiente
equipado com duas válvulas por cilindro acionadas por árvores de comando, uma de cada
lado do bloco, acionadas por engrenamento externo ao bloco.
Motores de seis cilindros em linha também foram desenvolvidos durante os
anos, sendo mais suaves em
funcionamento. O primeiro motor de seis cilindros foi uma
criação da Napier, em 1903. Em 1906, o primeiro Mercedes recebeu um motor de
seis cilindros, projetado por Maybach, o modelo M14126 de 11.080 cm³, e recebeu a
designação de 120HP Rennwagen.
Mercedes 120HP Rennwagen, 1906.
Motor M14126 do Mercedes 120HP Rennwagen, 1906.
Nos anos seguintes, os automóveis
da Mercedes receberiam acréscimo de potência pelo aumento da cilindrada dos seus motores, atingindo a marca de um motor de quatro cilindros
em linha de 17.330 cm³ em 1908.
Mercedes 150HP Semmering Rennwagen,
1908.
Campeonatos de recorde de velocidade já existiam desde o início da
criação do automóvel, e este tipo de competição foi um dos principais
responsáveis pelos desenvolvimentos de motores a combustão interna, juntamente
com corridas de estrada.
Um dos primeiros mais relevantes modelos foi o Darracq
200hp, um veículo que utilizou um dos primeiros motores V-8 construídos
especificamente para automóveis. Anos antes, em 1902, Léon Levavasseur patenteou
o conceito do motor de oito cilindros em “V”, mas apenas dois anos depois a
empresa americana Marmom aplicaria o conceito em um automóvel, e no ano
seguinte a inglesa Rolls-Royce aplicou em uma série muito limitada de três
carros, com motores de pequeno porte para os padrões da época, com 3.535 cm³.
Darracq 200hp, 1905.
Em 1905, um Darracq 200hp atingiu a marca de 175,44 km/h, marcando
um novo recorde de velocidade terrestre. O carro era equipado com um motor V-8 a 90° de 25.400 cm³, desenvolvido especialmente para o evento da quebra do
recorde de velocidade.
Motor do Darracq 200hp, 1905.
A influência da geometria da câmara de combustão já era estudada desde o
começo do século, pela Premier e seu modelo de quatro cilindros, com comando no
cabeçote acionado por engrenagem, este datado de 1903. A empresa belga Pipe
também aplicou o conceito da câmara hemisférica em seus motores, em 1905.
Motor Premier com câmaras hemisféricas, 1903.
Assim como a geometria da câmara, as válvulas foram alvo de muitos
estudos. Em 1912, Ettore Bugatti apresentou o modelo Tipo 18, equipado com um
motor de quatro cilindros em linha, de 5.027 cm³, equipado com três válvulas por
cilindro e um comando de válvulas montado no cabeçote. A adoção de mais
uma válvula foi uma tentativa de melhorar a eficiência volumétrica do motor melhorando a admissão. Em 1921, a
Peugeot utilizou um motor com cinco válvulas por cilindro em seu carro de
competição.
Bugatti Tipo 18, equipado com motor de três válvulas por cilindro, 1912.
Outras formas construtivas foram sendo desenvolvidas pelo mundo, sendo
uma das mais curiosas, criada por Charles Yale Knight, e apresentada como
protótipo em 1905. O motor consistia em um sistema de válvulas por camisa
deslizante, que de acordo com a movimentação relativa do pistão, abria ou
fechava a passagem dos dutos de admissão e escapamento.
Motor Knight de quatro cilindros, 1905.
Algumas empresas adotaram o motor desenvolvido por Knight, entre elas a
própria Daimler em 1909, bem como a Mercedes, Minerva, Columbia,
Stoddart-Dayton, Panhard-et-Levassor e Willys. Talvez a mais promissora
parceria tenha sido com a Willys, que utilizou os motores Knight de 1914 até
1933, inclusive com um modelo V-8 em 1917.
Silent Knight de quatro cilindros de uso pessoal de Charles Knight, 1906.
Uma “melhoria” do ciclo criado por Otto seria estudada pelo americano Harry Miller. Em 1915, ele apresentou um motor de seis
cilindros em linha desenvolvido para uso aeronáutico, aplicado em carros de
corrida.
O ciclo por ele criado consistia em um estágio misto e duplo de admissão
e compressão, com a válvula de admissão permanecendo aberta por mais tempo que
no ciclo convencional. Enquanto o pistão desloca-se em direção ao PMS, a
válvula está aberta, permitindo que um fluxo seja criado. Neste caso, o aumento
de pressão no cilindro faria com que o volume admitido fosse rejeitado de volta
para o duto de admissão. A solução de Miller foi a aplicação de uma superalimentação com um compressor mecânico de deslocamento positivo. A
vantagem deste novo ciclo é que o pistão começaria a realizar o trabalho de
compressão em maior avanço de rotação do motor, tendo no final do curso o mesmo
valor de compressão, mas realizando menos trabalho, assim aumentando sua
eficiência energética.
Os estudos de eficiência mecânica dos motores continuavam crescendo, em 1912 a Fiat apresentou seu
primeiro motor com duplo comando no cabeçote (double overhead camshaft, DOHC), nos seus modelos com duas
ou quatro válvulas por cilindro, seguidos pela Peugeot com o L76 na
configuração de câmara hemisférica com quatro válvulas por cilindro, no final
do mesmo ano, e a Alfa Romeo em 1914. Ainda em 1914, a Mercedes também
partiu para os motores multiválvulas, mas ainda com o sistema de uma árvore de comando
comum aos sistemas de admissão e escapamento.
Peugeot L76, 1912
Ainda existiam problemas relacionados à eficiência termodinâmica dos
motores, as trocas de calor não eram realizadas de maneira eficiente, o que
reduzia consideravelmente o rendimento global dos motores. Os problemas de
aquecimento de grandes motores necessitavam de atenção, pois a maioria dos
motores eram resfriados a ar, ou por sistemas complexos de circulação de água
por convecção.
Emile Delahaye criou para seus motores um sistema de
arrefecimento com circulação forçada de água, o que permitia que o motor
trabalhasse mais frio, assim podendo ser submetido a maiores esforços.
Outra maneira que poderia ser empregada para aumentar o rendimento dos
motores era a admissão forçada de ar.
A Mercedes mais uma vez foi a pioneira em
produção com o modelo 6/25/40hp de 1921, equipado com o motor M65134 de quatro
cilindros em linha e 1.499 cm³. Este motor gerava 48,5 kW (66 cv) com uma taxa de
compressão de 5,35:1.
Mercedes 6/25/40hp supealimentado, 1921
Motor M65134 do Mercedes 6/25/40hp superalimentado, 1921
O desenvolvimento dos compressores mecânicos de deslocamento positivo para
motores automotivos foi um dos grandes marcos dos anos 1920 e 1930. O conceito do
compressor mecânico, ou supercharger,
foi patenteado pro Gottlied Daimler em 1885. Existem relatos de que um
construtor americano chamado Lee Chadwick teria utilizado em um protótipo um
compressor mecânico em 1908, mas não foi colocado em produção.
A superalimentação permitia elevar substancialmente o rendimento
volumétrico dos motores, pois era possível admitir mais mistura ar-combustível
para dentro do cilindro, permitindo uma queima de maior quantidade e qualidade.
Diversos modelos de automóveis de competição utilizaram os compressores
mecânicos para aumentar potência dos motores, entre eles a Alfa Romeo com o
modelo P2, a Delage e a Fiat. Talvez os mais famosos exemplos de motores superalimentados fossem os Bentley Blower de 1929, equipados com o motor 4.500
cm³ para disputar as 24 Horas de Le Mans.
Bentley Blower, 1929.
A alemã Auto Union mostraria sua capacidade de desenvolvimento com o
modelo Tipo C, de 1936, que possuía um motor V-16 com compressor mecânico de
dois estágios, capaz de gerar 388 kW (527 cv) de potência. Os modelos da Auto Union, que foram projetados por Ferdinand Porsche, eram
os principais representantes da Alemanha nas corridas internacionais equipados
com superalimentação, juntamente com a Mercedes e os modelos W25A e
posteriormente W125.
Auto Union Tipo C, 1936.
Motor M25A Mercedes, 1934.
A superalimentação não seria privilégio de automóveis de competição,
pois era uma tecnologia cada vez mais empregada em carros de rua. A
Duesenberg americana apresentaria o modelo SJ, a Bugatti disponibilizaria o
recurso no Tipo 37A, a Mercedes apresentava os modelos 500K e 540K.
Durante muitos anos seguintes, as tecnologias envolvidas em desempenho de
motores a combustão interna foram voltadas para a aviação, durante o período da
Segunda Guerra Mundial. As necessidades especiais de uso aeronáutico trouxeram tecnologiais ao automóveis anos depois. A superalimentação era uma característica comum para
motores de alto desempenho, bastante utilizada na aviação por conta da perda de rendimento dos motores de aspiração natural em elevadas altitudes.
As inovações também deram-se nas áreas de materiais mais
nobres, leves e resistentes, combustíveis com maior poder calorífico e na forma
de se alimentar a câmara de combustão com combustível vaporizado.
Os carburadores da época estavam tornando-se cada vez mais eficientes,
mas ainda havia muito que se melhorar.
Em 1952, a Mercedes apresentou
o modelo 300 SL, equipado com o primeiro motor automobilístico que utilizava sistema
de injeção mecânica direta de combustível Bosch. Antes deste, apenas motores
aeronáuticos possuíam este sistema de alimentação, como o Daimler-Benz DB 601
que equipava os caças alemães Messerschmitt Bf 110. Diversas variações deste
motor foram criadas, equipando de caças leves a bombardeiros pesados, como o
Heinkel He177.
Sistemas de injeção de água foram utilizados por motores
aeronáuticos durante a Segunda Guerra Mundial, como forma de aumento de potência e
resfriamento da câmara. Com a injeção de água, a temperatura era reduzida e o
vapor gerado aumentava a pressão interna do cilindro, produzindo mais potência sem risco de detonação.
Motor M194 Mercedes, 1954.
Os sistemas de injeção direta permitiam melhor atomização do combustível
dentro da câmara, aumentando assim o rendimento global do motor. Sistemas de
injeção de combustível no sistema de admissão foram criados posteriormente com
controles eletroeletrônicos.
Outro recurso muito utilizado atualmente é a variação de atuação das
válvulas em duração e levantamento, mais conhecidos como “comandos variáveis”. O
primeiro motor de combustão a pistão a utilizar esse recurso foi o Lycoming
R-7755, desenvolvido durate a Segunda Guerra Mundial para equipar bombardeiros aliados,
mas nunca foi utilizado.
Motor Lycoming R-7755 com comando variável.
A primeira aplicação automotiva patenteada do comando variável foi feita
pela Fiat no final dos anos 1960, com um sistema hidráulico que podia variar a
posição de articulação dos balancins de válvulas. Em 1975, a General Motors patenteou
um sistema de controle de levantamento das válvulas para poder trabalhar com valores
reduzidos de levantamento quando a carga do motor era baixa, mantendo a velocidade
do fluxo admitido elevada por ter uma área de passagem reduzida. O projeto foi
abandonado por motivos de complexidade de lidar com levantamentos muito reduzidos.
Cinco
anos depois, a Alfa Romeo aplicou o conceito em seus motores de produção
seriada. Recurso muito semelhante foi utilizado pela Honda, no sistema mais
conhecido atualmente de comandos variáveis, o VTEC.
O sistema VTEC da Honda. |
A possibilidade de se alterar as características dos comandos de válvula
permite ao motor apresentar comportamentos mais eficazes em diversas faixas de
rotação do motor, permitindo funcionamento com torque para baixas rotações, e
elevado fluxo de mistura admitida para gerar potência em elevadas velocidades
de funcionamento do motor.
Estes são alguns dos recursos utilizados na engenharia de motores ao longo dos vários anos de evolução tecnológica. Passaremos por mais alguns em novos posts, dando destaque para os mais conhecidos e mais curiosos.
Estes são alguns dos recursos utilizados na engenharia de motores ao longo dos vários anos de evolução tecnológica. Passaremos por mais alguns em novos posts, dando destaque para os mais conhecidos e mais curiosos.
MB
Mentes brilhantes do passado. Praticamente mecânicos cientistas. O Parabéns pelo texto.
ResponderExcluiruma vez foi comentado que se utilizava oleo de ricino como oleo de motor na segunda guerra mundial, diarreia era corriqueiro naqueles tempos, duravel mesmo só os motores a diesel, pois os motores a gasolina com alcool dificilmente passa dos 280 mil km, gostaria de saber também sobre o que pode provocar o rajamento, batida de saia e outros termos em motores já cansados acima de 200 mil, otimo topico Milton Belli.
ResponderExcluirO oleo de ricino era (ou continua sendo) utilizado em aeromodelos.
ExcluirMotos e Karts da decada de 60/70 tambem utilizavam misturas de oleo de ricino.
Vamos ver se alguem recorda se o mesmo nao ocorria com os DKW de competicao.
"Rajadas" no motor normalmente sao consequencia de folga excessiva entre brozinas e virabrequim.~
"Batida de saia" seria decorrente de excesso de folga entre pistao e camisa.
Em alguns motores mais recentes,com tuchos hidraulicos,batidas na
fase fria podem indicar falha de carregamento dos tuchos.
As vezes a troca de oleo e filtro podem solucionar o problema.
Tadeu, pelo que já li, o óleo de rícino era usado, assim como um alto percentual de álcool, deixando um cheiro bem característico. Como a memória olfativa do ser humano costuma ser muito boa (ao contrário do sentido de olfato, que perde para a maioria das outras espécies), não é incomum ouvir e ler relatos precisos sobre o tema, mesmo 30 ou 40 anos depois da pessoa ter sentido o tal cheiro.
ExcluirGostei, MB. Muito interessante.
ResponderExcluirObservei que os Mercedes dos anos 1900 mostrados nas fotos, não tinham diferencial, tendo uma espécie de transmissão por corrente. Será que tinham que tipo de câmbio?
CSS
ExcluirEstes carros tinham diferencial. A transmissão por corrente é apenas um substituto do cardã.
abs,
Alguém tem informações para passar sobre os motores Glow? Eles usam oléo de ricno, a vela é só pra fase fria e desenvolvem potencias estratosféricas.
ResponderExcluirAnônimo, veja o post http://autoentusiastas.blogspot.com.br/2012/03/pequenos-motores-de-alta-potencia.html
Excluirabs,
Gostei muito da leitura dominical deste resumo da história do motor a combustão interna, muito bem ilustrado e explicado.
ResponderExcluirInteressante resumo da historia dos motores de combustao interna.
ResponderExcluirE raro alguem citar o conceito "Baranti-Matteucci",normalmente a
historia começa com Nikolaus Otto.
Sobre Nikolaus Otto,podemos estar mais proximos da historia do
que se imagina.
A DEUTZ,onde ele tabalhou,existe ate hoje e fabrica eficientes motores diesel.
Os onibus VOLVO B7R sao equipados com motores DEUTZ.
Ha dezenas (senao centenas) destes onibus operando em Sao Paulo,Rio,BH,Curitiba,Porto Alegre,etc.
Motores Deutz não equipavam os caminhões de bombeiros "Magirus-Deutz"?.
ExcluirA Magirus-Deutz foi incorporada pela Iveco na década de 1960.
ExcluirLorenzo,
ExcluirSim,a Magirus-Deutzfoi famosa por utilizar motores DEUTZ refrigerados a ar.
A divisao de caminhoes foi incoporada na fundacao da IVECO.
Restou uma fabrica de motores,independente,que tem participacao
acionaria da VOLVO.
Na Europa os caminhoes medios RENAULT tambem portam este motor.
Olhando o esquema do VTEC, ele não parece muito inteligente. Como é possível aquela haste entrar nos três balancins com o motor em funcionamento? Um artigo sobre esse e outros sistemas de variação de válvulas seria interessante. Sem esquecer os famosos tuchos hidráulicos "variáveis" da Rhoads!
ResponderExcluirLorenzo,
ExcluirCom certeza esses sistemas merecem um post exclusivo, com certeza em breve verá aqui no AE.
Caso você já tenha andando, ou tiver a oportunidade de andar em um Civic VTi do mais antigos, notará que este pino realmente entra em ação em um instante bem nítido, pois é sensível a alteração do comportamento do motor, como se fosse um botão "on/off".
abs,
Milton, você já viu este artigo/vídeo sobre um sistema da Koenigsegg que elimina o comando de válvulas, substituindo-o por um sistema pneumático?
ExcluirLorenzo,
ExcluirSim, é um sistema parecido com o MultiAir da Fiat, porém com um controle mais preciso de cada cilindro individualmente.
abs,
Parece que faltou um trecho do texto ali entre as fotos do Hippomobile de Lenoir, 1863 e o Marcus I, de Siegfried Marcus, 1870, justamente a parte onde falaria sobre o tal Sr. Siegfried e o Marcus I, pois já vai direto para o Marcus II!
ResponderExcluirUber,
Excluirobrigado pela informação, já foi corrigido.
abs,
Vale lembrar também que o Otto patenteou o motor de auto-ignição antes do Diesel. O Diesel teve que fazer acordo com o Otto e acabou dividindo os direitos.
ResponderExcluirEntão o Diesel não teve o retorno esperado após gastar muito dinheiro. Ele ainda tinha muitas dívidas. Mesmo com a MAN ajudando.
Tanto que ele acabou viajando para Inglaterra para negociar seu motor por lá. Mas isso era contra as ambições do Kaiser, que via no motor Diesel uma oportunidade de superar a frota marinha inglesa.
Rudolf Diesel desapareceu na viagem e foi encontrado boiando no mar dias depois. Sua morte nunca foi esclarecida.
É uma grande ironia a fábrica de motores do Otto sobreviver de motores Diesel!!!!
Bob Sharp ou quem puder...
ResponderExcluirTrocando de saco para mala...
Como faco para desentupir as esferas da rapida
do carburador do meu fusca?
Caracas , troca os cabos de velas e da umas aceleradas , é tiro seguro
ExcluirÓtimo post, muito obrigado!
ResponderExcluirE que venha mais...
nice post,,,,,,,,
ResponderExcluirQue belo post! Qualquer um com minha idade Já sabia de muita coisa desta época,
ResponderExcluirmas sempre é bom relembrar e ratificar a origem de tudo. Como costumo dizer aos pupilos mais jovens, os conceitos raramente mudam, apenas são mais aprimorados e sofisticados...Não sei quanto aos outros colegas leitores deste blog, mas , sinto uma estranha sensação de pequeneza e inferioridade quando releio a história dos automóveis e vejo o que os gênios do passado conseguiam desenvolver e produzir com ferramentas, materiais e informações tão rudimentares. Parabéns!
Hüttner,
ExcluirEu concordo pelanmente com você. Impossível não ficar admirado com a inventividade, determinação e capacidade de realização desses pioneiros.
ABRAÇO.
O automobilismo sempre associado ao desenvolvimento. É incrível essa simbiose. Fomentar tecnologia e aplicá-la em larga escala.
ResponderExcluirÉ...
ResponderExcluirAgora o dono do Corolla descobre que o carro dele usa tecnologia do século...
...retrasado...
Enquanto que donos de alguns outros carro descobrem que os seus ainda nem usam a tal tecnologia do século retrasado...
ExcluirFico impressionado com o nível de tecnologia dos motores aeronáuticos da 2a. guerra. Especialmente a fantástica e respeitada engenharia alemâ, que, infelizmente foi usada pelos nazistas...
ResponderExcluirA Alemanha sempre foi a nação mais culta da Europa. E não foi à toa que suas grandes mentes emigraram para o programa espacial dos EUA...
ExcluirÉ de se notar que o ciclo dos motores Otto está perto do fim. E que, na essência, ainda somos tributários de Nikolaus Otto e Karl Benz.
ExcluirTexto delicioso!
ResponderExcluirAgora, só ua correçao,:
Os motores Atkinson não estão no Prius, nem no Honda insight. Aqueles são motores ciclo otto convertidos para ciclo Atkinson. O motor não tem os quatro tempos de ignição acontecendo em uma única revolução, mas sim em duas. O que acontece no motor do prius eh bem comentado na explicação dos motores Miller. O Motor Ciclo Miller foi muito usado na Formuls Indy.
Muito bacana essa síntese sobre os motores de combustão interna. De fato impressiona como praticamente toda a tecnologia hoje largamente empregada nos motores modernos tenha surgido a mais de 50/60 anos atrás. Esse é um dos motivos por eu ser apaixonado por engenharia antiga.
ResponderExcluirEntão quer dizer que muitas das "inovações" explorados pelos setores de marketing das fábricas, foram inventadas há trocentos anos?
ResponderExcluirJoão Paulo
parece que não se lembram que em 1790 nicolas joseph cugnot............
ResponderExcluirqueria saber mais sobre o motor de ciclo miller
ResponderExcluirInteressante como a Fiat sempre foi uma empresa atuante no desenvolvimento de motores. Além dos exemplos citados, temos os mais modernos multijet e multiair. Só mesmo algumas cabeças alienadas aqui nesse país para ter tanta raiva e não ver quanto essa empresa tem de história.
ResponderExcluirAmarok 2013 com 5.000Km rodados motor rajando! Encaminhado para concessionária. Espero que apesente o diagnóstico real!
ResponderExcluirpoderia me passar a bibliografia ?
ResponderExcluirMuito bom o texto! :)
ResponderExcluir