Estava eu domingo passado na
maravilhosa garagem de um amigo, admirando seus incríveis carros,
quando ele mencionou casualmente que podíamos dar uma volta no
Ferrari Mondial 8 dele. Imediatamente me lembrei do que escrevi há
algum tempo aqui no blog, quando fiz uma lista dos 10 melhores Ferrari de todos os tempos:
“...é fato que nunca foi
criado um Ferrari menos do que sensacional, nunca, em tempo algum.”
Era uma oportunidade única
de morder a língua. Aquele Mondial 8 de 1982, recém-importado dos
EUA pelo meu amigo, é um carro muito raro aqui no Brasil, porque foi fabricado na época da proibição das importações, e portanto só pode aparecer agora que tem mais de 30 anos de idade, importado como carro de coleção e valor histórico. Mas é também simplesmente o menos amado Ferrari de todos os
tempos. Um 2+2 baseado no 308 GTB, lançado na fase talvez mais baixa
de desempenho da marca, o Mondial é um dos Ferrari mais baratos no
mercado de usados hoje, e o menos venerado pela imprensa quando era
um carro zero-km. Se nenhum Ferrari é menos que sensacional, este
carro provaria o ponto, para um lado ou para o outro...
Mas antes de contar como foi
este breve mas esclarecedor passeio, um pouco de história se faz
necessária, para colocar as coisas em perspectiva.
Os Ferrari “light”
No início, Ferrari de rua
era sempre V-12. Em competições, Enzo fazia de tudo para ser
competitivo: quatro em linha, seis em linha, V-6, V-8 e V-12, tudo que
fosse necessário para atingir a “injusta vantagem”, como definiu
o grande Mark Donohue. Mas nas ruas, e mesmo no imaginário popular,
Ferrari era sinônimo de uma dúzia de cilindros, aquela que sempre
será a mais exótica das configurações.
Enzo sempre foi um exímio
manipulador desta que é a maior febre atual: a imagem. Criou para si
e para seus carros uma aura de divino, de insuperável, de melhor,
de uma forma incrivelmente efetiva. Seus carros eram caros, mas
superlativos em tudo, e o V-12 era um exemplo claro disso. Todo
Ferrari era um feroz e enorme V-12 de competição enfiado em um grã-turismo para as ruas. Caros, super-velozes, exóticos, raros. E
exclusividade de milionários, marajás e estrelas de Hollywood.
Dino 206 GTB
Por este motivo, quando
decidiu que era necessário fazer uma linha de carros menor e mais
barata para adicionar volume de produção à fábrica, Enzo não
quis chama-los de Ferrari. Apareceram como uma marca separada, com o
nome de seu falecido filho, Dino. O primeiro deles, lançado com
o nome de Dino 206 GTB em 1968, era equipado com um V-6 a 65 graus,
com duplo comando de válvulas no cabeçote, e todo em alumínio. O
motor era instalado em posição central-traseira, outra novidade
para a marca de Modena. Projetado em conjunto com a Fiat sob a
supervisão de Aurelio Lampredi, e fabricado pelo gigante de Turin, o
V-6 equipou também um carro desta marca, chamado, meio obviamente,
Fiat Dino.
Fiat Dino Spyder
O motor de dois litros não
duraria muito; logo Lampredi reprojetava o motor e lhe dava um bloco
de ferro fundido mais robusto, e um aumento de cilindrada para 2,4
litros, para fartos 198 cv. O Dino, um carro belíssimo, e equipado
com freios a disco e suspensão independente por duplo "A" sobreposto
nas quatro rodas, foi um tremendo sucesso. Capaz de atingir 240 km/h,
é hoje um dos clássicos mais amados da marca.
A próxima evolução da
marca aconteceu em 1973, com o lançamento do Dino 308 GT4. Este novo
Dino crescia ainda mais em motor, agora um V-8 de três litros e nada
menos que 258 cv, e crescia também em tamanho, com a adoção de
dois pequenos bancos atrás do motorista, caracterizando uma
configuração 2+2. O estilo, até hoje controverso, é de Bertone, e
não da Pininfarina, casa que desde os anos 50 era a encarroçadora
oficial da marca.
Dino 308 GT4
Duas coisas levaram ao
aparecimento deste Dino maior: um deles foi a disponibilidade do
motor maior, desenvolvido para o berlinetta que substituiria o
246 em 1975, o carro que hoje conhecemos como 308 GTB/GTS. E o outro
foi a competição no mercado: o maior competidor dos Dinos sempre
fora o Porsche 911, um carro que nasceu e permanece um 2+2 de espaço
até que generoso atrás, e que em 1971 ganhara um novo motor de 2,4
litros. Com desempenho semelhante, o 911 ganhou um monte de
compradores potenciais de Dino simplesmente oferecendo lugares para os
filhos pequenos deles.
Ferrari 308 GTB (1975)
O 308GT4 é o antecessor do
Mondial 8 que conheci domingo passado. Seu estilo controverso não
ajudou nada suas vendas nos EUA, nem muito menos o espaço pífio nos
bancos traseiros, pequenos até para os muito pequenos. Foi daí,
deste fracasso de vendas, que a Ferrari resolveu fazer oficial algo
que praticamente todo dono de Dino vinha fazendo desde o início da
marca: trocar os logotipos por cavalinhos empinados e o nome Ferrari.
O sucessor do Dino 246 GTB/GTS foi lançado em 1975 como Ferrari 308
GTB/GTS, e o 308GT4 trocou também o seu nome para Ferrari no mesmo
ano, sepultando de vez a submarca Dino.
Ferrari Mondial 8 (1980)
Em 1980 aparecia então o
Mondial 8 que é o tema deste post. O objetivo deste substituto do
308 GT4 era resolver os dois problemas básicos dele: o desenho e o
espaço interno. Resolvido foi apenas o espaço interno, fruto de um
aumento de entreeixos e um inteligente reempacotamento dos
passageiros pela Pininfarina. Já o desenho externo, teve
praticamente a mesma reação de seu antecessor pela imprensa: muito
pouca gente gostou, e se gostou, não falou nada.
Além disso, outro problema,
ausente no 308GT4, apareceu. A potência do motor diminuíra para
atender as novas normas antipoluição em vigor principalmente nos
EUA (o maior mercado da marca), mesmo com a adoção de injeção
eletrônica. O carro era equipado com um sem-fim de acessórios
modernos como vidros e teto solar elétrico, ar-condicionado etc, o
que, em conjunto com o fato de que era um carro maior, aumentou muito
o peso do veículo. O desempenho, portanto, sofreu muito. Um Ferrari,
mesmo os de entrada, nunca foi um carro barato, mas tradicionalmente
compensam isso com um desempenho exemplar. Não foi o caso aqui.
O V-8 dos 308/Mondial 8
Nos EUA, um Mondial 8 de 215
cv acelerava de 0 a 100 km/h na casa dos 8 segundos. Uma quantidade
imensa de carros muito mais baratos podia facilmente vencê-lo em um
dos “Gran Prix de semáforo”, tão populares naquele país. Sendo
assim, não importava muito que em final, ou em uma estrada com
curvas, o Ferrari pudesse defender muito bem sua honra. O estrago, e
a fama do Mondial 8, estavam selados.
Os Ferrari de entrada
continuaram a evoluir, porém, e o Mondial com eles: O V-8 ganhou 4
válvulas por cilindro em 1982 (230 cv) e foi aumentado para 3,2
litros (270 cv) em 1985. Uma versão conversível da Mondial também
foi disponibilizada desde 1983.
Para o substituto da 328
GTB/GTS, a Ferrari preparou um carro completamente novo, onde o V-8 de
3,4 litros estaria em posição longitudinal e o câmbio, transversal.
Este novo Berlinetta seria lançado em 1989 com o nome de Ferrari
348ts, mas seu motor e transmissão apareciam um pouco antes no
Mondial T. Esse último Mondial tinha 300 cv, uma melhora substancial,
e era um carro muito mais rápido que o primeiro.
Ferrari Mondial T (1990)
O 348ts virou F355 em 1995.
Em 2001 aparece o 360 Modena, e o Ferrari “de entrada” se tornou
praticamente tão veloz quanto os de 12 cilindros, coisa que
permanece até hoje com o 458 Italia. Mas nunca mais, desde o fim do
Mondial T em 1993, houve um Ferrari de motor central-traseiro e lugar
para quatro pessoas. Os italianos deve ter perdido a paciência e a
partir dali mandado quem quisesse quatro lugares comprar “quella
danatta macchina tedesca”,
o 911.
Conhecendo o Mondial 8
Que diferença é ver um carro ao vivo, de perto!
Ali do meu lado, baixo, largo, comprido e vermelho, toda a falta de
proporção de que tanto se fala ao ver fotos desaparece. E realmente lindo, e cheio de identidade da marca. O carro não
é pequeno, medindo 4.580 mm de comprimento, e com o entreeixos de
2.650 mm, praticamente as mesmas medidas do Fiat Linea, mas é bem mais
baixo e largo que ele. O Mondial 8 de 1982 vinha originalmente com um
conjunto de pneu/roda de aro métrico, de 390 mm (15,3 polegadas),
com pneus Michelin 240/55VR390, mas o do meu amigo está com as
rodas aro 16 do mais novo Mondial T (1989-1993). Ficaram
absolutamente perfeitas no carro, e sem dúvida mais práticos quando
for necessário achar pneu de reposição.
O estado do carro é invejável para o que é, no
frigir dos ovos, um carro usado de 30 anos de idade. Não é perfeito
como um carro de exposição, mas perfeito para o uso. O interior
está muito bom ainda, sem rasgos em tecido ou qualquer outro indício
de idade avançada. Tudo funciona perfeitamente, dos vidros e teto
solar elétricos ao ar-condicionado. Os bancos traseiros, real motivo
do modelo existir, não são lá uma maravilha em espaço, mas são
semelhantes em espaço aos do 911. Objetivo alcançado. O espaço é
o mesmo, mas o ambiente é muito mais agradável, claro, aberto,
propício ao convívio. A Itália é infinitamente mais gregária que
a Alemanha, então tudo faz sentido.
Antes de entrar no carro, o dono o ligou, (pegou
de estalo, que delícia é a injeção eletrônica) e ele ficou ali,
numa marcha-lenta alta e nervosa, esquentando, enquanto
conversávamos. Quando ouvimos a rotação cair e a marcha-lenta se
estabilizar baixinha e silenciosa, o dono disse: ela está pronta!
Vamos?
Andando de Mondial 8
Richard Parry-Jones, o genial engenheiro da Ford e
criador do primeiro Focus, dizia que quase tudo que há para se saber
sobre um carro pode ser descoberto nos primeiros 50 metros.
Sinceramente não sei se isso vale para qualquer carro, mas
certamente valeu aqui. Bastaram alguns segundos ao volante para que
um sorriso se estampasse em meu rosto, e que começasse a grunhir de
prazer feito cadelinha vira-lata no cio.
Provavelmente os engenheiros da Pininfarina, para
conseguir mais espaço no banco traseiro, além do aumento do
entreeixos, devem ter movido o motorista um pouco mais para frente,
porque você fica numa posição que parece estar em cima do eixo
dianteiro. Os seus pés estão lá no meio do carro, de lado, para
livrar a caixa de roda esquerda. O pára-brisa está muito próximo da
sua cara, e a frente do carro desaparece ao que parecem ser
milímetros à frente do pára-brisa. Os instrumentos? Para alguém do
meu tamanho (1,92 metro) estão completamente invisíveis, apontados
para minha barriga.
Durante o passeio, não faço a menor idéia de que velocidade andei, que rotação alcancei, qual era a pressão do óleo, quanto de gasolina tínhamos, quantos quilômetros andamos... O volante é virado para cima, e a ergonomia, como todo carro italiano de verdade, é criada para um biótipo de chimpanzé: braços compridos, pernas curtas. Para dirigir, o segredo é chegar mais perto do volante e deixar as pernas abertas, flexionadas. E, lembrem-se, viradas para o meio do carro. Prego!
Durante o passeio, não faço a menor idéia de que velocidade andei, que rotação alcancei, qual era a pressão do óleo, quanto de gasolina tínhamos, quantos quilômetros andamos... O volante é virado para cima, e a ergonomia, como todo carro italiano de verdade, é criada para um biótipo de chimpanzé: braços compridos, pernas curtas. Para dirigir, o segredo é chegar mais perto do volante e deixar as pernas abertas, flexionadas. E, lembrem-se, viradas para o meio do carro. Prego!
Mas, come un
miracolo, você não se incomoda com
tudo isso, pelo contrário! A posição de dirigir é só diferente,
porque imediatamente a posição dos pedais, do volante e do câmbio
é entendida e fica natural. Mais que natural, fica uma delícia.
Os três pedais, pivotados no assoalho, são
sensacionais em peso, sensibilidade e curso. E todos eles comandam
sistemas que são também de uma precisão e efetividade incríveis.
Embreagem fácil de modular, freio idem. Freios fortes, e obviamente
potentíssimos desde muito devagar. E o acelerador... ah, o
acelerador!
O carro realmente não é estupidamente rápido.
Subjetivamente, até meu velho Nissan parecia mais rápido. Mas isso
não quer dizer que seja um carro lento, pelo contrário. E afinal de
contas, o que importa isso? Vamos apostar corrida na rua agora? Claro
que não! O que importa, sempre, é como o carro é por detrás do
volante. E nisso, comparar meu velho Maxima com este Ferrari é uma
brincadeira de mau gosto.
Faça aquele acelerador preciso fazer um arco a
partir do assoalho, e o que vem de volta é um empurrão gostoso,
forte, prazeroso. O motor é torcudo, responde bem desde baixa
rotação em qualquer marcha, e sobe de giro liso, encorpado, rápido.
E silencioso! Ao contrário dos escandalosos Ferraris modernos, que
parecem uma dupla de motos japonesas com escapamento aberto, o V-8 do
Mondial se faz ouvir, mas de uma forma sofisticada e civilizada, sem
ficar aí gritando pela rua feito uma madonna abandonada. Adorei! E
não senti necessidade alguma de mais potência. O carro anda bem
pacas, pelo menos o suficiente para entreter. Os números e os
comparativos que se lasquem!
E deve ser uma delícia numa estrada sinuosa. A
direção, sem assistência, lê o solo com perfeição, e é ultra-
precisa nas reações. O dono do carro me advertiu que era pesada
para manobrar, mas não achei; o peso, para ser repetitivo, é
perfeito. Não perfeito como uma moderna direção com assistência elétrica que
varia esforço com velocidade; perfeita como um mecanismo de verdade,
que faz exatamente o que você manda a todo momento. A suspensão não
é dura demais, mas o carro tem aquela firmeza no rodar que já te
diz a que veio.
Mas o que é mais sensacional mesmo é o câmbio.
Antes de se dirigir o carro, aquela alavanquinha cromada parece
delicada, tão bonitinha que é com aquela bola preta em cima e a
placa cromada na base marcando a posição das marchas. Mas quando
você se ajeita para dirigir lá daquele jeito todo torto, mas legal,
ela cai exatamente onde devia estar. Junto ao quadril, nem longe nem
perto, na posição ideal. Quando coloquei o carro em movimento,
acelerei e troquei para segunda, ouvindo aquele sonoro “clack!”,
e sentindo o movimento mecânico e preciso daquela alavanca, ao mesmo
tempo em que o V-8 cantava feito Laura Pausini lá atrás, pensei:
Bicho, isso vai ser bom pacas!
E como foi... A cada troca de marcha, me segurava
para não soltar um urro de felicidade, impedindo assim que o dono do
carro me achasse maluco. A troca é sempre limpa, positiva, precisa.
Não é leve, mas o peso não incomodaria ninguém. Como um ferrolho
de rifle, um mecanismo preciso, rápido e delicioso de usar.
Apesar do passeio ser curto, sem tempo nem lugar
para a atingir a intimidade e a maior velocidade que vem dela, foi
uma delícia. O carro é fácil de dirigir, confortável, amigável.
Mas também é algo sério, que com certeza nas mãos de um piloto
hábil pode deixar muito carro teoricamente mais rápido a ver navios
numa estrada sinuosa. Além disso, é de uma época que hoje me
parece perfeita: sem a chata perfeição moderna, com seus mil
sistemas eletrônicos me chamando de burro e tomando o controle do
carro de mim, mas ainda assim com toda a confiabilidade, conforto e
amenidades modernas. E a delícia que é uma boa injeção
eletrônica. Comandada por um cabo, lógico.
Diferente de um carro moderno, o Mondial dá a
sensação de ser realmente uma máquina. Hoje, tudo é filtrado por
um computador antes de virar um comando de verdade, e nada que aja
desta forma conseguirá a pureza dos comandos deste carro. E são
eles, os comandos principais, a direção, o cambio e os três
pedais, que são o ponto alto aqui.
O que me faz pensar: como pode uma empresa como a
Ferrari, que aperfeiçoou um mecanismo tão fantástico, tão
perfeito tanto esteticamente quanto funcionalmente como aquela
alavanca de câmbio, depois abandoná-la em favor de borboletas
eletrônicas atrás do volante? Eu sei que essas borboletas são mais
eficientes, rápidas, que ganham vários milissegundos nas trocas,
que servem café e chá com bolinhos quando não estão fazendo nada.
Mas, sério, gente... quem se importa? Aquela alavanca é um dos
maiores prazeres que um cara pode ter usando calças, e vocês vem me
falar de milissegundos? Por favor...
Literalmente me faltam adjetivos na língua
portuguesa para explicar o que é o carro. Os ingleses diriam “an
exquisite machine”, os italianos,
“una bella macchina”.
Eu, fiquei sem palavras. Fiquei com vontade de aprender italiano e me
mudar para Modena. De xingar todo mundo no trânsito com meio corpo
para fora do carro, e a mão para cima. De cantar uma música do
Peppino di Capri.
Correndo o risco de cair no lugar comum, Ferraris
realmente são coisas especiais. Mas não especiais pelo preço,
exclusividade, fama, imagem, mas especiais do banco do motorista. Se
este, o menos amado, o mais lento dos Ferraris “modernos”, o
filho bastado renegado por todos, ainda é esta coisa maravilhosa, o
que mais dizer?
MAO
Mao,
ResponderExcluirBrilhante texto! Conseguiu descrever com rara satisfação e emoção o que é guiar um carro desses.
Me senti guiando depois de vc..rsrsr
"Diferente de um carro moderno, o Mondial dá a sensação de ser realmente uma máquina. Hoje, tudo é filtrado por um computador antes de virar um comando de verdade, e nada que aja desta forma conseguirá a pureza dos comandos deste carro."
As vezes me questiono o motivo de manter meu velho Uno na garagem, saindo com ele 1 vez ao mês e me dando mais despesa que os carros novos.
Com a frase acima, descobri mais um motivo para mantê-lo comigo.
Caramba, vc consegue sentir tudo isso num uno? Deus te abençoe...
ExcluirSaudade do meu Mille Fire,dá um inacreditável prazer em dirigir,não tinha pensado ser por isso,interação homem-máquina.
ExcluirSim, se vc souber apreciar uma suspensão independente, ou sentir a diferença entre um motor carburado e um injetado, ou uma direção sem assistência, dentro da proposta de qualquer carro. Sensibilidade, coisa que 90% dos mortais não possuem.
ExcluirGuiei diversos carros, e posso afirmar que sim, que pode existir prazer ao dirigir tanto numa Kombi 1200 quanto num Lambo de 1001 cv.
Quem gosta de carro de verdade, não se admira só com o maior e mais caro.
Parabéns ao proprietário. Foi muito feliz na escolha.
ResponderExcluirMAO
ResponderExcluirBaita post! Falar de Ferrari é sempre muito legal, pilotar, então...
Coincidência ou não, nessa mesma época, a Lamborghini fez o Jalpa que, se não me engano, era um V8 e também não foi muito venerado.
FGV
ExcluirSim o Lamb. Jalpa usava um V8 e tambem era um carro de entrada da marca.
Seu V8 era de 3,5 l e desenvolvia qse de 260cv. Andava mais que o Ferrari Mondial
Gosto mais do design do Jalpa , que parece um mini De Tomaso Pantera.
Tambem é um carro atualmente pouco valorizado no mercado dos Eua.
Muito bem escrito! Também me senti dirigindo o Ferrari. A melhor parte foi: "Eu sei que essas borboletas são mais eficientes, rápidas, que ganham vários milissegundos nas trocas, que servem café e chá com bolinhos quando não estão fazendo nada."
ResponderExcluirMe faz lembrar quando digo que alguns carros tem tantos botões que com certeza existe algum para limpar a bunda também...
E a pergunta que não quer calar: De quantas cifras tupiniquins o proprietário dispôs para maravilhar-se com uma dessas (se é que ele falou, vez que é quase sempre nada cortêz perguntar)?
ResponderExcluirFico imaginando pois estes modelos mais "obscuros" não costumam ser muito valorizados por lá. Há alguns anos li uma matéria sobre os exóticos mais divertidos que se pode comprar por menos de US$ 10,000.00 e fiquei maravilhado com a variedade. Salvo engano havia até Lamborghini na lista.
Talvez, com as importações dos antigos e a variedade de modelos que se encontram à disposição lá em cima, uma Ferrari não seja lá um sonho tão distante quanto sempre foi para a esmagadora maioria dos entusiastas que aqui vivem.
O problema de se ter um Ferrari não é comprá-lo. É mantê-lo.
ExcluirEnquanto uma peça de um carro normal custa X, a de um Ferrari custa XXXXXXXXXXXXXX.
Coisa só pra 6 duzia de abastados neste país.
Por isso que esses modelos custam tão pouco no exterior.
A manutencao é cara mesmo lá fora .
ExcluirFerrari sempre será caro, tanto no mercado de novos quanto no de usados. A diferença é que um europeu relativamente bem sucedido, mesmo não sendo exatamente rico, consegue comprar e manter uma F355 95, por exemplo. Tipo, se os preços fossem comparáveis aqui, um fiscal de receita conseguiria comprar um Ferrari desses.
ExcluirHa Ferrari Mondial no Ebay de entre razoaveis 20-30K US$.
ExcluirMas para chegar aqui ficaria em torno de 120.000 Dilmas.
Ou seja é para poucos!
Sempre digo que para mim o último carro da Ferrari foi o 550 Maranello. Era rápido, elegante, refinado e para se tirar tudo do desempenho era preciso saber guiar de verdade. Hoje os carros da marca se transformaram em brinquedinhos de luxo para quem quer aparecer e qualquer imbecil endinheirado consegue andar rápido como se fosse um piloto razoável, graças as muletas eletrônicas.
ResponderExcluirAgora algo interessante são os pedais lá para o meio do carro. Nunca achei que era algo tão torto até que vi um 308 no autódromo certa vez. Fiquei me perguntando como era possível guiar algo empenado daquele jeito até que vi o velho Nelson saindo dos boxes com um sorrisão no rosto guiando aquele carro. Minhas dúvidas acabaram nessa hora.
MAO, sem ser puxa saco, mas simplesmente falando a verdade e apenas valorizando o que temos de bom nessa época de português ruim e banalidades globais: pra mim você é o melhor escritor em território nacional hoje. E um dos melhores do mundo. Não simplesmente um colunista, mas um escritor, que consegue como os amigos falaram ai em cima, transmitir para nós leitores a realidade do texto.
ResponderExcluirMeus parabéns.
Sem puxasaquismo, Arnaldo e Bob Sharp também são muito bons. De longe, o melhor time não só de jornalistas, mas de escritores sobre automóveis no Brasil.
ExcluirAnonimo, o MAO não é jornalista e sim engenheiro.
ExcluirRealmente o MAO escreve muito bem,é um especialista em transformar sensações em palavras.
ExcluirFelipe Tavares
Bob está gagá, o Arnaldo é um FDP idiota que se acha. Que se aposentem logo!
ExcluirAdalberto,
ExcluirObrigado, sei que o amigo exagera, mas sei também que é de coração, então aceito o elogio.
Forte abraço!
MAO
MAO, as fotos me lembram a posição do volante dos Puma até 1976, bem inclinados para cima, que obrigam o motorista sentar um pouco mais à frente, estarei certo?
ResponderExcluirReynaldo,
ExcluirNão é exatamente igual, é mais para frente e com as pernas ainda mais para o meio que no Puma.
Mas com mais espaço para braços e cabeça, cabine maior.
MAO
Estou sem palavras. Belíssimo texto, belíssima máquina.
ResponderExcluirQuisera eu ter tal retórica ao descrever o momento, e disponibilidade para guiar tais preciosidades. Te invejo, camarada! :D
Vai Chicao , vai que voce pode !
ExcluirQuisera eu ter o brilho na careca que voce tem , meu chapa!
Jorjao
Depois de Voyage e Ecosport esse bálsamo para a alma. Grato!
ResponderExcluirAcredito que a experiência mais próxima, para um mortal, seria uma Alfa 164 manual, não?
McQueen
McQueen;
ExcluirA posição parece meio "ferrada" igual nas Alfas 164 (mas só um pouquinho), e dá para sentar bem baixo no carro. A alavanca e o comando é justinha, fazendo um "cleque" bem baixo - igual ao Tempra Turbo, que dividia a mesma caixa - e o som do motor é uma opereta em dó menor italiana. Dá para mortais como nós, sentirem um pouquinho do gosta da Velha Bota....
MFF
Quem ja guiou um Alfa nao esquece jamais !
ExcluirAhaha..muito bom MAO!
ResponderExcluirA questão de xingar com meio corpo para fora, já podemos começar por aqui mesmo.
Ótima descrição histórica e personal do modelo; que coisinha mais charmosa a versão de 1990, com aquele toque de 512TR na dianteira.
E finalmente, uma descrição mais precisa do mecanismo do câmbio, sempre meio que negligenciado em vários testes que li (mencionavam sempre, o famoso "clic" ou "clack"); mais rola sempre uma olhadinha nos metros iniciais - na chapinha metálica - para ver se estamos conduzindo a alavanca, certo?
Nada contra as borboletas, mas é certo que não deveriam matar a "palanca"; nem todos são leitores dos "20 esportivos mais rápidos do mundo" da Car, e nem viciados em GT5 e assemelhados....números não são tudo na vida!
MFF
Bela máquina, mas não anda mais que a Towner aliviada e com turbina pica-pau de um dos comentaristas do blog...
ResponderExcluirAh vaaaaaaaaá !
ExcluirDepois eu que sou gozador ...
Movida a cana... Caldo de cana!
ExcluirQue negócio é esse de turbina pica-pau???
ExcluirO pessoal está discutindo sobre a Ferrari Mondial e aparece um retardado mental falando de Towner...
Pega seu parceiro sexual Gracioso e vão comer um dog com garapa na feira mais próxima!
Sucateiro, acho que tão falando do já famoso carro do Mr Car...
ExcluirSucateiro
ExcluirSim e o carro do MrCar que tem turbina pica-pau pois ele e um motorista Capivara
E você e um Manezao banguela que toca seu Monza podre na zona leste
Acho que a Ferrari teve altos e baixos nas decadas de 80 e 90.
ResponderExcluirNa minha opiniao :
Baixos: 308gt4 ; Mondial ; e 348.
Altos: 206/246 Dino ; 328 GTB/S e F355(cambio mecanico na grelha) nada de cambio F1.
Mas fico pensando: Que bela experiencia voce teve, nao ? Mesmo os Ferrari (de baixa safra) devem ser incríveis de serem "pilotados" . E com certeza é sonho que qq entusiasta.
Há uns meses eu tive uma experiencia legal. Voltando do Guaruja para Sp fui seguindo na Piacaguera e Imigrantes uma Dino 246 por varios km . Incrivel a beleza , o ronco e o magnetismo desse carro ! Fico imaginando o que seja guiar um carro dessa marca.
Eu sou um daqueles loucos que prefere (muito mais um Ferrari da velha safra) a esses modelos atuais.
Obrigado por partilhar conosco.
Se possível na próxima poste um filminho para escutarmos o motor dela !
Coisa fina esse texto e esse carro!
ResponderExcluirJorjao
Duas coisas que acho ridículas em fãs de automóveis: briga entre "ferraristas" e "porschistas", como se fosse time de futebol, e a mania que todos têm de falar mal dos Ferraris pós F355, muito nem mesmo sem ter visto um.
ResponderExcluirMesmo o 458, que é tão odiado e zoado por pegar fogo, é um belíssimo carro. Ao vivo, é infinitamente mais interessante que em fotos. E quem vai dizer que uma 360 ou 430 não são carros de sonho? Todos com v8 aspirado de alta potência específica e belíssimo ronco (parece o som de uma moto superesportiva com o escapamento "aberto", só que mais forte). O som desses motores começa a ser ouvido quando o carro está a 200 metros de distância. Coisa muito fina.
Isso aí, continuam carros fantásticos, só mudaram um pouco para continuarem sendo esportivos rápidos como exigem deles. Nem a Porsche pode se manter competitiva usando cambio manual hoje em dia, a coisa mudou. Para quem não se importa com o desempenho e prefere mais algo como as antigas, ainda existe felizmente as V12 como a 612 (nelas que deveriam oferecer cambio manual como opcional)
ExcluirMAO,
ResponderExcluirTenho apenas uma coisa a dizer: por favor, escreva mais vezes.
Abraço!
la migliore della Italia sono donne italiane, con le gambe lunghe e seni grandi.
ResponderExcluirO correto é il migliori, brazuca.
ExcluirO melhor (il migliore como corrigiu o colega) são as Ferraris mesmo, essas aí das pernas grandes e peitos grandes são minoria. A maioria é que nem a mulher brasileira tipica que todo mundo fala que é a mais bonita do mundo mas é bem feia na verdade
ExcluirO Mondial é um Ferrari incompreendido, não é ruim.
ResponderExcluirO pessoal acha que o cara tem que ser um baita empresário para ter e manter uma dessas. Nada a ver.
Belíssimo texto, MAO. Realmente deu pra sentir a pilotagem da máquina. E eu não poderia concordar mais com a parte que trata do câmbio, essa bobagem de "borboletas" devia ficar só na natureza mesmo!
ResponderExcluirPQP, MAO ! TKS ! Que texto maravilhoso. Por favor, escreva uma vez por mes, ao menos.
ResponderExcluirSe esse texto nao deu uma ereção em cada autoentusiasta que leu o artigo, bom sujeito não é !
Viagra Puro!
Excluir(Neste caso, vindo de um Ferrari e não de um Bugatti, Viagra Vermelho... hehehe...)
CM
_________________________________________
Sublime seu post's, diria que é a mesma coisa que tomar uma sorvete num calor diário do Rio de Janeiro.
ResponderExcluirFerrari, é um típico carro que vai te entregar algo além de HP e um status.
Espero um especial sobre os Porsche's.
Abraços
MAO,
ResponderExcluirPor textos como esse eu me tornei um autoentusiasta. Isso foi no tempo da EXCEPCIONAL revista Motor 3, com os textos antológicos de José Luiz Vieira e a colaboração de Paulo Celso Facin, Celso Lamas, Fernando Almeida, JR Mahar e outros.
Todo autoentusiasta deveria ler algo assim pelo menos uma vez por semana, algo como uma, digamos, lubrificação das ideias.
Obrigado e volte sempre!!!
"Os ingleses diriam 'an exquisite machine', os italianos, 'una bella macchina'", aqui no Brasil a gente diz "Puta que pariu!!!"
ResponderExcluirCarro maravilhoso e sensacional. Uma Ferrari!!!!!
ResponderExcluirParabéns mais uma vez, MAO
ResponderExcluirquando era moleque, anos 90, lembro que o Casarini tinha uma destas... sempre ia nos eventos de antigos e eu ficava babando!
ResponderExcluirEle tinha uma gt4
ExcluirHoje desfila numa belíssima Alfa Spider V6
Para mim um carro tão belo quanto qualquer Ferrari
gt4 mesmo...ato falho!
ExcluirA 456 GT, vem de uma linhagem mais antiga na Ferrari, presente praticamente desde o início da Fábrica. Inclusive, a antecessora dela, Ferrari 412i, dividiu a linha de montagem com a Mondial.
ResponderExcluirTexto fantástico. Parabéns MAO.
ResponderExcluirEngraçado, não gosto muito de Ferrari justamente pela imagem exagerada criada em cima da marca, é pelo pouco que representa na realidade das pistas (tirando a F1 claro), mas o pessoal fala que a Ferrari pós 355 é "outra" marca e se perdeu no próprio égo, mas não deixa de ser verdade pois em requisito de desenho e alma foi se perdendo de fato muito e descaracterizando-se demais das suas antecessoras. Porem, mesmo assim algumas eu admiro muito justamente das 355 para trás, pois as novas não me chamam a atenção, nem a 599 GTO em que todas já tive claro o prazer de ver de perto que não sou bobo, mas não estão na minhas lista dos sonhos a F355 manual, F40, 288GTO,512 BB e TR estão lá.
ResponderExcluirParabens pelo ótimo texto MAO, tu sabe bem como passar pra nós meros mortais o que deve ser dirigir esses carros.
Antônio
ExcluirGosto dos seus comentários
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Anônimo das 11/08/12 20:34
ExcluirValeu ae, apareça sempre tambem !
Ironia?
ExcluirInteressante!
ResponderExcluirDepois de me deliciar com seu texto, lendo os coments, me diverti bastante também. Tem jeito não, feia ou bonita, Ferrari É Ferrari e sempre será um sonho de consumo inigualável. Os fuscones são ótimos carros? claro que sim, idiota é quem critíca por criticar. Só que meu cuore, balança com uma Rossa. Aí, tem jeito não. Uma bela descarga de adrenalina, num fim de semana de trabalho escravo na manutenção da "pensão" Desta vez, dona "encrenca" não vai deixar "pra lá". . Parabéns pelo post.
ResponderExcluirMAO, agradeço as respostas
ResponderExcluirMAO,
ResponderExcluirQuantos "Parabéns!" você quer por este texto???
CM
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MAO,
ResponderExcluirAgradeço ao dono do brinquedo por emprestá-lo, inspirando você a escrever este precioso texto.
Volte periodicamente a postar aqui, mesmo que seja apenas uma foto com pequeno comentário. Tenho certeza que muitos, como eu, sentem a falta de acessar o AUTOentusiasta e encontrar um post recente com “Postado por Marco Antônio Oliveira” abaixo de seu título.
A 456 era mesmo muito boa
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ResponderExcluirMAO, congrats.
Quase com 100% de certeza este carro precisa ter o motor baixado para uma simples troca de velas, o que lhe rendeu de cara a fama de caríssimo para manter, até mesmo para os padroes americanos e europeus.
Abs,
Fernando RD
ResponderExcluirAo Ilmo AE Alessio Marinho:
Muito boa sua resposta.
Tenho visto muitas coisas sobre o Jay Leno e depois que ele escreveu num Post que ele respeita o seu Mclaren F1 da mesma forma como respeita seu Fiat Toppolino com 24 cv pelas sensações que ele proporciona, me tornei seu fã de carteirinha.
Nao sei de quem é a autoria da frase, mas vale reelembrá-la:
"It doesn't matter how fast you go, but how you go fast."
Saudaçoes,
Fernando RD
Fernando RD,
ExcluirObrigado pelas suas palavras.
Ando meio sem paciência pra ouvir groselhas, de gente que não tem o que fazer. Uma pena o anônimo ser covarde e não der a cara pra bater. Merecia.
Não sou muito fã de Ferraris, mas tenho que admitir que são sensacionais, principalmente esses das décadas de 80/90, o desenho, com esses faróis escamoteáveis e as lanternas traseiras arredondas, são lindos!
ResponderExcluir"Como um ferrolho de rifle", acertou em cheio na comparação. Realmente um carro maravilhoso, de uma época maravilhosa, não poderia ser menos que maravilhoso.
Todos,
ResponderExcluirMuito obrigado pelos elogios, tenho certeza que não mereço tudo isso não, mas não deixa de ser ótimo de ouvir!
E desculpem a demora em agradecer!
Abraço,
MAO
excelente post!
ResponderExcluirexcelente blog, adorei o post, muito bom !
ResponderExcluirAdorei o post ,parabéns !
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