Ontem à tarde, trafegando pelo bairro Paraíso, em Santo André, SP, me deparei com quatro carcaças largadas na rua, provavelmente próximas de uma oficina mecânica ou alguma coisa do gênero.
Acompanhado de um não entusiasta, perguntei a ele o que ele achava daqueles escombros que (provavelmente) estiveram rodando por aí. A resposta foi a esperada: "Levaria para casa os dois Mavericks, mas não gosto de Corcel, ainda mais nessas cores..."
Mal sabia o não entusiasta que ao lado dos dois carros compactos americanos estava o primeiro projeto de um carro 100% nacional: o IBAP Democrata.
Empreendimento de Nélson Fernandes, a IBAP (Indústria Brasileira de Automóveis Presidente) foi instalada em São Bernardo do Campo em meados dos anos 1960, entre a Via Anchieta e a Estrada Velha de Santos. É difícil acreditar que onde hoje só há mato existiu um dia uma fábrica de aproximadamente 300.000 m² de área construída.
Vi o Democrata ao vivo (e inteiro) há cerca de 8 anos, quando fui a uma exposição de veículos antigos em São Bernardo do Campo, cidade que se diz a "capital do automóvel", mas que pouco faz de concreto para merecer tal título. O carro provavelmente pertencia aos irmãos Finardi, proprietários da tradicional oficina homônima da cidade.
Poucos anos depois visitei os Finardi e vi um monte de carcaças de Democratas empilhadas nos fundos da oficina. Perguntei ao José Carlos Finardi o que ele faria com aquilo e ele disse com aquele riso bonachão característico: "Sei lá o que vou fazer com elas. Por enquanto vão ficar aí".
Talvez alguns desses Democratas tenham ido parar em Santo André, outros tenham ido parar sabe-se lá onde. O engraçado foi encontrar essas carcaças uma semana depois do assunto ter sido amplamente discutido pelo grupo.
Muito se falou da Tucker, IBAP e Gurgel, da pressão que os grandes fabricantes supostamente fizeram para liquidar com estas iniciativas etc. Mas infelizmente pouco ou nada poderemos falar sobre o Democrata, o produto final.
Até onde sei, pouquíssimos tiveram a oportunidade de guiar o automóvel. José Luiz Vieira e Roberto Nasser estariam entre esses felizardos e parece que, para a época, estavam diante de um bom produto, de desempenho notável e comportamento dinâmico agradável.
FB
É uma pena que o projeto tenha fracassado, pois o carro tinha tudo para ser um sucesso. A quem não leu, recomendo o ótimo livro do Nasser a respeito do carro.
ResponderExcluirMeu Deus uma carcaça de um Presidente jogada ao relento!!!
ResponderExcluirJuro que rolou uma lágrima ao ler o artigo do BCWS.
Desconfio que nenhuma dessas carcaças tenham sido finalizadas, quanto mais rodado uma vez sequer. Um pecado, de cortar o coração.
ResponderExcluirFenomeno...
ResponderExcluirum carro Brasileiro... ta bom viu...
Com certeza não rodaram. Tenho uma revista (vou ver se encontro) que fala que apenas um (se não me engano) estava rodando de fato. Sobraram inúmeras peças e e estas carrocerias de fibra. Na revista conta, além da história e de como o projeto foi aniquilado, que uma oficina comprou os restos mortais que até pouco tempo se encontravam na própria fábrica.
ResponderExcluirQual a rua do bairro Paraiso está a carcaça?
ResponderExcluirCaramba! ainda existem essas carcaças!
ResponderExcluirHavia um terreno perto do Jardim Oriental (Santo André) com nada menos do que umas 6 ou 7 carcaças do Democrata...
Nós tentávamos comprar ( sem nem saber o que era ) mas o dono nunca vendia..
Acredito que estes são as que sobraram daquele lote...
Bitu , Post muito legal! Parabéns...
Daniel
Essa história de que brasileiro é apaixonado por carro, é apenas slogan de propaganda, pois na verdade mesmo, brasileiro é muito relaxado com carro!
ResponderExcluirClaro que existem as pessoas que realmente gostam e curtem as máquinas, caso contrário não existiriam blogs e fóruns sobre o assunto, mas são poucos.
Realmente é triste ver o fim que certas relíquias tiveram, ou estão condenadas a ter, pois mostra o valor que o "povo" dá a sua história ou de algo que já fez parte dela, em todos os sentidos, não só relacionado a carros!
Parece uma mistura de Corvair com Camaro, pena que nunca viram a luz do dia.
ResponderExcluirTem uma reportagem boa sobre o Democrata, escrita pelo grande Fabrício do BCWS: http://www2.uol.com.br/bestcars/classicos/democrata-1.htm
ResponderExcluirSegundo consta, esse lote de carrocerias inacabadas foi adquirido pelos irmãos Finardi, de São Bernardo do Campo. Ao menos um carro foi restaurado.
Talvez minha memória esteja me traindo, mas eu acho que o José Roberto Nasser tem um Democrata restaurado, e existiria mais um exemplar restaurado em SC ou RS...
Incrível dar de cara com DOIS Democratas no meio da rua!
ResponderExcluirAlguém com tempo e dinheiro poderia misturar isso com uma plataforma VW, motorzinho 1.4 flex de Kombi pendurado na traseira - e manter a aparência externa a mais próxima possível da original.
Ia dar uma trapizonga engraçada.
Colocar uma plataforma VW 1.4 "de Kombi" num Democrata é acabar de vez com a memória dele. Desgraça do caramba ia ficar.
ResponderExcluirA coleção do Azambuja em Passo Fundo dispões de um original em perfeitas condições.
ResponderExcluirQuando estive por lá em janeiro, o Paulo Trevisan proporcionou a um bando de malucos (eu incluso) esse passeio. Quase cai de costas quando vi o Democrata já que, a última vez que o havia visto, foi em cima de uma carreta FNM no largo Tito (Lapa-São Paulo) nos anos sessenta, quando se buscava adesão popular ao "carro nacional"
Putz que tristeza, e pensar que hoje poderíamos ter um carro nacional mesmo! De uma indústria nacional.... Pensar quantos empregos foram disperdiçados...tudo para não comprometer as grandes. Posso estar sendo ingênuo, mas pelo que li a respeito, essa empresa tinha tudo para dar certo, ainda mais se pudesse ter adquirido a FNM...Lendo a respeito da IBAP, me bateu um certo sentimento de raiva...
ResponderExcluirLendo os posts do pessoal, me lembrei daquele cara no Texas de comprou o que sobrou da DeLorean Motor Company e estava finalizando os carros que ainda estavam desmontados.
ResponderExcluirA História no lixo,literalmente. Normal.
ResponderExcluirMcQueen
Ninguém vai comprar?!?
ResponderExcluirSerá que se passar lá e colocar eles numa carreta e levar embora alguém reclama ou acusa de "roubo"?
ResponderExcluirné?
ResponderExcluirpessoal, desculpe sair do assunto do post...
mas alguém aqui no AE postou algo sobre esta história?
http://www.jalopnik.com.br/galeria/historia-do-carro-de-500-dolares-que-venceu-corredores-do-wrc
Li a história do Democrata no BCWS e fiquei decepcionado,agora tenho certeza que nosso pais tá mais do que fu@$#%#@$ na mão desses governantes interesseiros que so querem se auto promover.
ResponderExcluirPra FIAT,MERCEDES, se estabelecerem no pais esses bunda moles dão de terrenos a isenção fiscal por vários anos mas pra um empreendimento legitimamente brasileiro eles mandão e policia federal,interventor de banco de me@##$$%.Aqui em Minas Gerais a Fiat depois de mais de vinte anos produzindo veículos deveria começar a pagar se não me engano imposto referente a área de sua fábrica em Betim,mas na época surgiu um boato de que ela ameaçou levar tais instalações para a Argentina se tal imposto não fosse banido,creio que todo boato tenha um fio de verdade, ainda mais depois de ler a história do Democrata.
Fiat,Mercedes e todas as outras deveriam dar graças a Deus de terem fabricas aqui, pois aqui elas vendem muito mais que em países de primeiro mundo, e por isso que eu to adorando o que ta acontecendo com a Hyundai que trás seus carros la do fim do mundo e ta vendendo a preço de carro fabricado aqui, isso mostra a o quanto as montadoras, fábricas ditas nacionais roubem nosso dinheiro, o único prejudicado com isso e o trabalhador brasileiro que pode estar perdendo sua vaga na indústria, mas e dai? se os governantes não ligam pra uma fábrica brasileira inteira como centenas de empregados que dirá como meia dúzia!
Só pra ilustrar a questão do imposto, aqui em Bh tinha uma fábrica de biscoitos (Aymoré) e a Itambé (laticinios), essas duas deixaram de produzir aqui e foram para Contagem, um município vizinho, isso por causa do ICMS, em Bh acho que e de 18%e em Contagem 12%, por causa de 6% porcento as duas foram para Contagem.
ResponderExcluirMoral da história,os de fora teem incentivos mas os verdadeiros produtores nacionais que muitas vezes empregam 10,20,30 funcionários e formam a rede que sustenta a economia que se danem!
O Nasser tem um Democrata em Brasília e segundo soube (não lembro se pelo próprio) existiam três carros completos.
ResponderExcluirMas será que não haveria condições de utilizando uma destas carrocerias construir um hot (já que é impossível conseguir sua mecânica) mas com um acabamento próximo do original?
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirNão sei a idade de vocês, mas eu vi essa história acontecer e nunca foi nada disso, mas fazer o quê?
ResponderExcluirEsse projeto nunca ficaria de pé, desde a concepção em fibra de vidro, até a mecânica desconhecida.
Se não me engano venderam ações prometendo 80 mil carros. Usando essa tecnologia demorariam um milênio para cumprir.
A GM nunca conseguiu fazer Corvettes que são feitos de fibra em quantidade grande. Era para não dar certo de propósito.
Ainda tem a lenda do navio que afundou com centenas de conjuntos mecânicos, apenas nunca ninguém diz qual o nome do navio, de fabrica eram os motores e mais umas coisinhas, mas isso é detalhe.
Nunca passou de um Corvair malfeito. Fazer alguns protótipos de qualquer maneira nada mostra, qualquer oficina medianamente instalada faz, eu fiz um carro em casa.
A porcaria até livro ganhou. Mais uma vez a versão ganha do fato.
roberto zullino, acho que você está equivocado quanto a produção em massa do Vette. São 1,5 milhões de unidades produzidas, sendo que em 1979 eles venderam 53 mil deles. Em 1965, quando a IBAP estava em maus lençóis, foram 23 mil.
ResponderExcluirEntão a produção de automóveis de fibra de vidro em larga escala é perfeitamente possível. Cumprir as 80 mil unidades não teria nada de excepcional.
Outra empresa (essa de grande porte) que foi fechada durante a ditadura por motivos escusos foi a Panair do Brasil.
ResponderExcluirNão vamos confundir as coisas, a GM pode ser um paquiderme, mas só ela conseguiu a duras penas produzir carrocerias de fibra em quantidade, o resto só em pequenas quantidades. A GM pôde investir em tecnologia de fabricação, mas mesmo assim as quantidades de Corvettes ainda são minoritárias em relação aos outros modelos da montadora. Está absolutamente certa, a GM fez o Corvette e o faz ainda como posicionamento e quase que de forma institucional, o carro dá uma personalidade à empresa. A Ibap faria isso como? A Puma que era muito mais organizada sempre ficou em pequenos volumes. Mesmo a Gurgel, muito mais experiente e organizada que a Ibap nunca conseguiu fazer nada em grandes volumes.
ResponderExcluirSem falar da parte mecânica, um mistério italiano. Os 4 protótipos eram diferentes entre si em muitas peças de suspensão e mesmo motor, parecia uma salada de frutas. Se não me engano, apenas um andava.
O caso Panair foi muito diferente, houve realmente uma sacanagem para favorecer a Varig.
Quanto à Ibap vivi e acompanhei o caso bem de perto e não vai ser um livrinho que me fará mudar de opinião e nem acreditar em teorias conspiratórias nesse caso. Simplesmente não precisava, o projeto não ficava de pé.
Uma linha de montagem hoje no Brasil produz de 60 a 70 veículos por hora. Não dá para fazer esse volume usando "fibra-de-vidro". O investimento inicial é realmente baixo para esse tipo de material, mas pra larga escala é inviável. Demora-se muito para construir uma carroçeria, sem contar o número de empregados.
ResponderExcluirEu voto para comprar essas carrocerias, mandar um SBC 350, e tração traseira! O resto é montar com o que se encaixe ou fazer encaixar e reviver essas carrocerias ávidas por um dono e sedentas por muitos km!
ResponderExcluirÉ muito triste saber dessa história toda, e ainda assim assistir essas carrocerias estagnarem no tempo.
É o que eu faria.
Abraços!
O Zullino está certo. A "fabrica" era um trambique para pegar incautos e o carro era um amontoado de peças....
ResponderExcluirPautado na história contada pelas revistas de época... Não é muito difícil imaginar que a coisa não iria para frente.
ResponderExcluirUm carro que começa do nada, usando técnicas de pequena escala e prometendo demais?
Criou-se um mito, desnecessário.
Mas convenhamos: entrou para a história e as carcaças e carros restantes devem ser preservados.
Só não dá para jogar confete nessa história.
É isso aí: se a ficção é mais colorida que a realidade, fiquemos com a ficção!
ResponderExcluirTenho certeza de que, daqui a 40 anos, alguns AutoEntusiastas acreditarão que "o projeto da Obvio tinha tudo para dar certo, mas foi sabotado pelas grandes multinacionais"...
Sorry folks, mas quem já viu um Democrata de perto (com aquele bizarro V6 italiano de coletores invertidos pendurado na traseira) terá certeza de que essa trapizonga jamais teria dado certo.
Honesto ou não, o projeto da IBAP era absolutamente delirante. O cara prometeu um carro popular baratim e, no meio da história, resolveu fazer esse cupê de fibra de vidro. Enquanto isso, ia empurrando ações para incautos - e jamais iniciava a produção no "mundo real", à moda Tucker. Depois, veio o delírio de comprar a FNM.
Mas eu gostaria, claro, que as carrocerias fossem preservadas.
Também não sou contra a preservação das carrocerias, desde que a história seja contada corretamente.
ResponderExcluirO livro escrito sobre o caso é uma peça de ficção.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirEstou chegando atrasado à discussão - mas quero dizer que estou ao lado dos que afirmam que a IBAP não passou de uma "jogada esperta" pra extrair uns cobres dos ingênuos que acreditam que fabricar automóveis é tão simples como fritar pastéis ou administrar hospitais. Com todo o respeito aos pasteleiros e administradores de hospitais.
ResponderExcluirPôxa, muito interessante essas fotos! e não teve nem a curiosidade em descobrir quem seria o dono dessas carroceirias?
ResponderExcluirEu gostaria muito de ter uma delas em minha garagem.
Abraços,
Parabéns ao Zullino e ao Jason Vogel, que colocaram a história no devido lugar e ao Artur Y. que lembrou que para o bem ou para o mal, sendo ou não um trambique, essa história tem que ser preservada.
ResponderExcluira respeito do citado livro sobre ficção, e na presunçâo seja o de minha autoria, devo fazer alguns esclarecimentos comprometidos com a história. se a citação não se referir ao " Democrata, o carro certo no tempo errado", as informações abaixo ajudarão a adensar o tópico:
ResponderExcluirdirigi o automóvel com o grupo motopropulsor feito na itália, encomenda da Indústria Brasileira de Automóveis Presidente. era o de melhor rolar à época, superior ao do jk, então o pico das sensações. o josé luiz vieira, com larga vivencia, tem a mesma opinião;
conversei com todas as fontes encontráveis e cruzei as informaçôes. foram poucas as discrepâncias, e apuradas foram ao livro. até agora nenhuma contestação fática;
a encomenda inicial de 500 conjuntos mecânicos e o material de faze-lo não foi a pique em desconhecido navio, mas apreendido pela polícia, em operação ilegal, posto que em águas internacionais, teve ampla cobertura pela imprensa, um processo, e restou anos num armazem alfadegário do litoral paulista;
foram construídas 35 carrocerias e quatro protótipos. dois foram resgatados, um na coleção azambuja e outro no museu do automóvel, brasília. dado fático,funcionavam; o powertrain era o mais avançado do país; o conjunto moto propulsor foi desenvolvido na itália, e o fato de ser v6 em alumínio, com duplo comando de válvulas, transmissão dentro do carter, sendo passos de muito avanço para a época, e em termos de atualização técnica o situavam acima de todos os demais produtos locais;
salvar as unidades e sua história foi outro trabalho de espeleologia cultural, como o foram a localização do fnm onça e o resgate do willys capeta, outros de meus esforços e iniciativas em preservar a história. não o fizesse, tudo teria o mesmo registro de abandono como aqui citado;
se a fábrica seria viável ou não, esta é uma incógnita sobre todos os negócios, do botequim da esquina à gm, que já foi a maior empresa do mundo e dela não se sabe o futuro;
o livro se ateve aos dados fáticos, alguns pouco conhecidos como o pós-fechamento e a tentativa de trazer a bmw e a fiat para o brasil;
havia o empreendimento sem incentivos; o protocolo da proposta de compra da fnm - em preço superior e área inferior à feita pela alfa romeo; nenhum dos inquéritos policiais e do parlamento levaram a qualquer conclusão sobre a inviabilidade do negócio; e a intervenção feita pelo banco central impedindo o funcionamento foi derrubada pelo supremo tribunal federal muitos anos após o ato, prazo que inviabilizaria qualquer produto de moda;
o livro não pretende ser o dono da verdade, e foi feito com a mesma seriedade com que toco meus negócios, minha vida, incluindo a minha coluna sobre automóveis, com 42 anos de publicação e sem reparos ou questionamentos legais, mesmo sendo corajosa e às vezes incômoda ao pensar como o consumidor;
é a reunião de fatos e depoimentos, alguns pouco conhecidos, e sem escorregar para o entusiasmo de tentar ler o futuro; é trabalho sério, honesto, e como tal deve ser respeitado;
quem tiver fontes que desmintam os dados e informações publicados, que as apresente. merecerão o mesmo cuidado de filtragem e cruzamento com os outros depoimentos, testemunhos e documentos. e, em sendo verdade fática serão acatadas numa eventual segunda edição;
finalmente, contestações, por favor, só com dados concretos, em respeito às regras de convívio, e ao espírito da obra, feita para separar a verdade histórica das simplórias conversinhas que pululam neste meio, e de tanto repetidas torcem a verdade em nome do nada.
o livro foi iniciativa individual, quase toda custeada pelo autor, e contou com um empurrão da fiat para ser produzido. custa R$ 40 + porte e os interessados podem encomendá-lo em edita@rnasser.com.br
O Democrata, tenha sido uma enganação ou não, tenha sido um veículo impossível de produzir ou não, tanto faz, faz parte da história do automóvel, parabéns ao Nasser pela garimpagem sobre a sua história e pela recuperação do mesmo em seu museu.
ResponderExcluirEntre o livro e minha memória fico com minha memória.
ResponderExcluirA lentidão da justiça e seus meandros já inocentou muita gente, Quércia, Maluf, nada demais.
O conjunto propulsor era fabricado pela Sereníssima, outra aventura italiana que deu com os burros n´água. A Sereníssima se meteu em um monte de aventuras, desde carros esporte de alto padrão até um protótipo de F1 e depois motores para a F1, tudo deu errado.
Um belo parceiro para não se chegar a lugar algum.
Só havia um carro que andava, os outros ficavam em cima de caminhões com carroceria de madeira estacionados em lugares movimentados com os stands de venda para venda do carro a "pedestres" sonhadores, coisa fácil, era de dar pena se ver coitados no Viaduto do Chá comprando carnets ou ações, sei lá, algum papel que dava direito ao carro. Igualzinho a VW fez antes da guerra para vender os fuscas com albuns de selinhos. Ainda bem para a VW que teve a guerra para apagar tudo, pois não entregaram quase nenhum carro.
Venderam milhares de Democratas, mas na hora de fazer o carro a história era outra, iam fazer como? Com os ditos 500 motores da Sereníssima? Se é que essa mercadoria eram motores. Nada mais fácil que culpar o governo. Até hoje nunca vi nenhuma mercadoria ser apreendida se tudo estiver correto, podem até dar canseira, mas a coisa é liberada. Em minha vida profissional trabalhei em empresas que importavam e exportavam muito, nunca vi problema algum diferente dos atrasos e burocracia normais na atividade.
O fato do carro ter seus méritos é compreensível, afinal, da maneira que se planejou a coisa era necessário uma certa dose de arrojo mecânico e de estilo para se ter alguma chance de vender. Nesse ponto há que se diferenciar o único carro feito do negócio. Fazer um protótipo de carro arrojado é fácil, mas daí a se inferir que o projeto da Ibap tinha méritos é uma longa distância.
A mim parece que o autor do livro fez essa confusão, juntou alguns fatos e circunstâncias com o carro e saiu concluindo que foi uma grande idéia morta pelo governo.
Minha crítica ao livro é justamente esse aspecto, a meu ver não é um documento de preservação da memória por ser opinativo. Tanto não é documento de referência que as pessoas que conheceram a aventura não levam o livro a sério. Os mais novos acreditam, o que é muito ruim.
O fato do carro ser bom ou não, mas vamos acreditar que fosse, não avaliza em nada a aventura.
GTX 01 X 00 Zullino
ResponderExcluirLi o livro do Roberto Nasser, e em sua defesa devo dizer que ele não se alinha nem a favor da IBAP e nem contra: apenas apresenta os fatos, com o apoio de material de arquivo da época e de alguns depoimentos claramente identificados como tais, dentre os quais o do fundador da referida empresa. E é justamente aí que se percebe a sandice da proposta (ou pseudo-proposta) da IBAP: achar que a Fiat se interessaria em ingressar no mercado brasileiro através de uma parceria com uma empresa com credenciais pra lá de duvidosas era ou uma quimera, ou uma história pra boi dormir.
ResponderExcluirE depois que a IBAP foi para o vinagre, levando o suado dinheirinho dos investidores incautos, o responsável por tudo isso ainda vem se fazer passar por vítima de um complô maquiavélico que o teria impedido de fabricar o carro popular que finalmente motorizaria o povo brasileiro...
realmente, o patriotismo é o último refúgio dos canalhas.
Pensando bobeira...
ResponderExcluirEm período militar, um carro chamado "Democrata", fruto de uma empresa de nome "Presidente"...
Poderia ser mais esperto e colocar o nome da empresa de General e o carro... hum...
Ditador? Não, aí força demais, né? hehehe
Pelo menos receberia incentivos do governo federal à época.
É piada, ok?
OIE,
ResponderExcluirEU SOU O FELIPE, GENRO DO FINARDI, SE CASO ALGUEM ESTIVER INTERESSE NO DEMOCRATA É SÓ ENTRAR EM CONTATO CONOSCO AQUI, QUE TEMOS MAIS DE 30 CARCAÇAS DO DEMOCRATA!!!!
CENTRO AUTOMOTIVO FINARDI.
Vejamos um carro feito pela Serenissima:
ResponderExcluirhttp://www.fotolog.com.br/landspeed/77322852
Realmente feio!!!
Entre o Livro do Nasser e "memória" do Zullino, sou + o livro.
Sorry.
Para cada esperto nascem 10 otarios, acho que a proporção é justa.
ResponderExcluirA vinda dos motores da Itália também era para dar mais "realismo" à empreitada enganosa?
ResponderExcluirO que eu acho é que a maioria das pessoas que opinam contra é pobre, e nunca imaginou como é difícil e como pode ser necessário ser "criativo" para se capitalizar quando se quer realizar um belo sonho e não se nasceu em berço de ouro.
Essas pessoas nasceram pobres e possivelmente vão morrer sem o seu primeiro milhão.
O que eu acho é que o Nelson Fernandes foi ingênuo. O maior defeito do paulista é ser ingênuo com o governo federal, nosso arqui-inimigo.
Mas, para quem acha que a empreitada era enganosa, tem um cara aqui fazendo o mesmo tipo de coisa com uma proposta à frente da sua época:
www.hover-bike.com
Afinal, qual foi o destino das carcaças? algum restaurador comprou as 4?
ResponderExcluiresdras,
Excluirquatro eram os automóveis, rolantes. duas preservadas, duas em estado e situação desconhecidos. fale com felipe finardi acima identificado. sucesso. nasser