Neste final de ano meus amigos elaboraram um monte de wish-lists, objetos de desejo diversos, carros que apreciam ou que gostariam de ter em suas garagens.
Eu poderia discorrer aqui sobre uma infinidade de carros de todos os cantos do mundo, carros que me fazem sonhar, carros que eu realmente gostaria de ter, carros que me fascinam por um ou outro detalhe. Sem dúvida alguma, material para uma wish-list gigantesca ou mesmo inúmeros posts. Mas são 4 horas da manhã de segunda-feira e prefiro falar sobre o veículo que tira meu sono neste exato momento.
O veículo que vocês estão vendo acima tem 6,75 metros de comprimento por 2 metros de largura e é tão ou mais alto que um SUV moderno. Pesa mais de duas toneladas e é dotado de um balanço dianteiro tão pronunciado que provavelmente seria incapaz de rodar em São Paulo (a terra das valetas a cada esquina).Apesar disso, o desenho é dotado de uma proporcionalidade própria, uma vez que não é possível determinar se é um carro esportivo reforçado ou um caminhão esportivado. A parte posterior da cabine é uma coisa absolutamente bizarra, indescritível, digna de figurar em qualquer obra de Salvador Dali.
Realmente surreal, tudo pintado em um lindo e germânico azul. Trata-se do Mercedes-Benz Racing Car Transporter, uma amálgama baseada no chassi tubular em forma de "X"" do modelo 300 "Adenauer" e impulsionada pelo motor de seis cilindros em linha do esportivo 300 SL "asa-de-gaivota", devidamente amansado para a função de carregar carros de corrida.
Devidamente carregado (com peso bruto em torno de 3 toneladas), era capaz de atingir e manter por horas a fio velocidades em torno de 160 a 170 km/h. Para estancar tamanha massa, freios a tambor de comando hidráulico auxiliados por um freio a disco no cardã, antes do diferencial. As suspensões obedeciam a escola Mercedes, com braços sobrepostos na dianteira e o terrível semi-eixo oscilante na traseira, amainado pelo pivotamento úniico que abaixava o centro de rolagem. Apesar de não ter certeza, para mim não restam dúvidas de que havia o dedo de Uhlenhaut aqui.
Por se tratar de um exemplar único, não há como incluir esse veículo em wish-list nenhuma. Por isso ele será incluído na minha lista de experiências desejáveis: quero guiar esse bicho de qualquer maneira. Se algum amigão tiver um conhecido na Mercedes (ouviu Maluhy?!?!), por favor, digam que eu desejo muito colocar as mãos nesse trambolho.
FB
Devidamente carregado (com peso bruto em torno de 3 toneladas), era capaz de atingir e manter por horas a fio velocidades em torno de 160 a 170 km/h. Para estancar tamanha massa, freios a tambor de comando hidráulico auxiliados por um freio a disco no cardã, antes do diferencial. As suspensões obedeciam a escola Mercedes, com braços sobrepostos na dianteira e o terrível semi-eixo oscilante na traseira, amainado pelo pivotamento úniico que abaixava o centro de rolagem. Apesar de não ter certeza, para mim não restam dúvidas de que havia o dedo de Uhlenhaut aqui.
Por se tratar de um exemplar único, não há como incluir esse veículo em wish-list nenhuma. Por isso ele será incluído na minha lista de experiências desejáveis: quero guiar esse bicho de qualquer maneira. Se algum amigão tiver um conhecido na Mercedes (ouviu Maluhy?!?!), por favor, digam que eu desejo muito colocar as mãos nesse trambolho.
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Coisa linda. Vi esse meninão no museu da Mercedes... perfeito em cada detalhe :)
ResponderExcluirEsse caminhão é espetacular, caso raro de transporte de carro de corrida tão surpreedente quanto. Eu também adoraria sentir ele em uma bela estrada....sem curvas.
ResponderExcluirOras, foi pra isso que Deus nos deu a arte das réplicas!
ResponderExcluirImaginem reproduzir esse bicho nos mínimos detalhes, além de muito divertido daria material para um ótimo livro - sem contar o brinquedão final.
O carro em si é extremamente feio, mas é uma feiúra tão feia que o torna muito interessante. É tipo Zé do Caixão, é tão desarmônico que a gente se identifica com ele na hora (atire a primeira pedra quem não tem uma cintura tão desarmônica quanto essa grade dianteira).
Por essas e outras que meu wishlist tem um item só, que é ganhar na mega sena da virada. Se eu conseguir abro minha firma de réplicas e contrato o Alexandre, o MAO e quem mais se interessar ;-)
É uma "desproporcionalidade" engraçada. Feio, talvez, mas tem seu charme.
ResponderExcluirMaluhy, não é tarde pra bancar o Papai Noel e deixar uma criança feliz.
Em tempo:
ResponderExcluir"(...) uma vez que não é possível determinar se é um carro esportivo reforçado ou um caminhão esportivado."
Achamos o pai espiritual do Cayenne!
Rafael Ruivo
ResponderExcluirDá pra fazer a réplica com várias peças Mercedes, já que eles mantém manutenção pra modelos fora de linha.
É um caminhão fabuloso.
Esse caminhão é o caminhão dos sonhos do Bob Sharp também, me lembro de ouvir/ler ele comentando isso. Mas sem rolo, breve faço uma lista com meus caminhões de sonho!
ResponderExcluirMuito legal o post, FB!
Tem uma revista famosa em que numa das edições deste mês tem uma pequena nota sobre este belo exemplar. Me parece que o original foi perdido e este construído apenas por fotos, já que não haviam projetos originais.
ResponderExcluirHá alguns anos eu vi em alguma revista (na qual não me lembro o nome) todo o processo de construção, que foi feito num centro específico da Mercedes para restaurações, algo incrível.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirJohnny,
ResponderExcluirO centro a que você se referiu é o Classic Center, uma unidade da Daimler-Benz especializada na venda, manutenção e restauração dos veículos clássicos da companhia, inclusive aqueles expostos no museu da Mercedes.
Eles dispõem de cerca de quarenta mil peças originais, e os arquivos da empresa lhes permitem replicar aquelas eventualmente inexistentes.
O mais bonito de tudo é a filosofia por trás do conceito: segundo um alto executivo da Daimler-Benz, "a melhor publicidade para a Mercedes é manter seus carros rodando".
Comovente, não?
Endereço:
http://www.mercedes-benz-classic.com/content/classic/mpc/mpc_classic_website/en/mpc_home/mbc/home/classic/classic_center/about_us.0001.html
Johnny
ResponderExcluirA reconstrução não ficou a cargo da Mercedes. Foi feita pela empresa alemã MIKA e consumiu cerca de 6.000 horas de trabalho (em torno de 7 anos) para ser concluído nos mínimos detalhes.
FB
Um cabeçote de Gull Wing custa uns 8000 euros ,mas como o carro vale uns 300/400 mil euros sai na urina, a oficina deles dá para lamber o chão....
ResponderExcluirPo,FB, não tenho nenhuma moral com o pessoal do Classic Center,hahahahaha,mas as minhas MB estão às suas ordens, qdo quiser fazer o test drive fique à vontade,inclusive com a cereja do bolo (a Cosworth),hahahaha, o Bob eu não deixo,tá muito velho,hahahaa,o reumatismo não vai deixar ele fazer o punta tacco direito,hahahaha.....
ResponderExcluirsegundo o que eu li,eu acho que ele foi feito ultilizando chassis, motor... originais do projeto mas não tenho certeza.
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