Em uma limpeza de final de ano encontrei um recorte de jornal de 1999, que minha mãe (!) me deu na época.
O artigo fala sobre o lançamento do Pontiac Aztek e a aposta da GM em inovação para recuperar participação de mercado. A inovação seria a saída para a GM, que na época fazia carros sem sal.
O Aztek foi proclamado como o primeiro híbrido de minivan com SUV, o que viria ser chamando de crossover (cruzamento de modelos). Era fabricado na mesma plataforma das minivans Chevy Venture, Pontiac Trans Sport e Olds Silhouette, mas tinha uma versão com um sofisticado sistema 4x4. A proposta era aliar a versatilidade e espaço de um SUV com o conforto de rodagem de uma minivan. O texto cita que os internautas podiam participar no website do Aztek concept dando sua opinião. Eu me lembro de ter participado com uma opinião muito positiva ao carro-conceito. Mas o conceito era mais bacana que a versão de produção e eu não pensei na receptividade do mercado.
O problema é que a ansiedade de fazer algo muito inovador contagiou todo mundo na GM e a empolgação fez com que se cruzasse a linha de aceitação dos clientes. O resultado, muito legal para um carro-conceito, não foi bem aceito no mundo real. Acho que não dá para sair do feijão com arroz para comida de astronauta do dia para noite. Inovação tem que ser um processo contínuo e incorporado na estratégia da empresa. A crítica caiu matando e os consumidores não se empolgaram com o desenho esquisito. Foram vendidos pouco mais que 100.000 unidades entre 2001 e 2005 e os compradores dessas unidades até que gostaram da sua feiura.
Pesquei dois comentários de consumidores feitos em uma matéria sobre o Aztek: "O Aztek é bonitinho no sentido de ser agradavelmente feio, nós amamos o nosso" e "nós amamos o nosso Aztek, é de longe o melhor veículo que já tivemos e mesmo sendo feio é gostoso de dirigir e bom para acampar."
Em 2002, pouco mais de um ano do seu lançamento a Pontiac bem que tentou melhorar o visual acabando com os apliques plásticos (típicos dos Pontiacs) que, além de feios, encareciam o produto desnecessariamente. Com toda a carroceria pintada o desenho ficou mais limpo e um pouco mais agradável. Mas não foi suficiente para impedir que o matassem em 2005.
Fico imaginando a frustração de todo o time que trabalhou no Aztek ao ver o seu projeto mais arrojado em todas as listas de carros mais feios do mundo e dos maiores fracassos da história. Tenho certeza de que isso não estava nos planos de ninguém. Também acho que, em linhas gerais, as empresas deveriam correr mais riscos e tentar sair da caixinha. Mas sem estratégia, ou somente na emoção, não dá. Entre erros e acertos, ao consideramos a situação atual da GM, podemos ver que esse tipo de ação isolada não gera resultados saudáveis. E os acertos não são suficientes para compensar os erros.
Ainda bem que a GM não teve coragem de fazer o Rageous, que seria a versão Aztek do Trans Am.
esse é um dos preferidos do Juvenal!
ResponderExcluircredo.....
agora sei da onde saiu o desenho dianteiro daqueles veículos Ssangyoung... foi do aztek concept..
e quem é que escreveu o post lamentando o não-lançamento do Rageous??
ResponderExcluirrá rá rá rá.....
O conceito é aceitável, ficou legal. Mas a versão de produção...
ResponderExcluirFB
O Conceito era interessante, ainda mais naquela época, mas muito dele se perdeu na versão definitiva...isso não lembra a vocês o Chevrolet Agile? Rascunhos aquela coisa impressionante, rodas de 20 polegadas desenhadas, teto "esportivo", mas a versão final...meio complicado de engolir.
ResponderExcluirbem lembrado Mister Fórmula...
ResponderExcluiro desenho do conceito realmente é bem mais interessante doque o modelo de produção e é bem parecido com os ssangyong action
http://www.blogauto.com.br/wp-content/2009/04/ssang-yong-actyon-604x403.jpg
Ajuda a explicar por que a "enganadora de clientes" está na situação atual.
ResponderExcluirOutro erro grotesco deles foi fazer a Saturn acreditando que a única qualidade dos carros japoneses era o estilo discutível e a economia de combustível.
Esse veículo foi um pecado automobilístico-empresarial do conceito à produção seriada.
ResponderExcluirTudo na vida tem de ter um propósito, ao buscar romper com o atual, inovar, essa busca e a inovação em si, devem ter esse propósito...
Agora, tentem achar qual foi então o propósito do Aztek e se ele fazia realmente sentido. Refiro-me às suas linhas, óbvio. No mais, o carro trazia soluções interessantes ao público.
A explicação não está nas baixas vendas, elas foram a resposta lógica ao que faltava propósito.
CZ
O mesmo designer do Aztek foi depois o designer responsavel pelo Corvette C6. Ao que parece, ele se recuperou bem.
ResponderExcluirsair do feijão com arroz para comida de astronauta foi o que o JJ queria que a GM fizesse com o lançamento do Rageous. E pelo visto a GM não tomou jeito e ainda teve coragem de lançar o Agile.
ResponderExcluirO Edsel, merecidamente considerado um dos carros mais feios da história, também não era tão horroroso assim quando ainda estava na fase de conceito. O problema é que os engenheiros (provavelmente com razão) consideraram o capô afilado demais e a grade estreita demais, já que isso poderia trazer problemas ao arrefecimento do motor. Aí, a Ford pegou uma talhadeira e decepou um pedaço da frente do carro, que acabou ficando com cara de tampa de privada.
ResponderExcluirÉ um típico exemplo do que acontece quando a mão direita (os engenheiros) não sabe o que a mão esquerda (os estilistas, como se dizia naqueles tempos) está fazendo...
Muito boa essa comparação com o Ford Edsel, eu ia justamente mencioná-lo.
ResponderExcluirEsse Pontiac Aztek, principalmente visto de traseira, me lembra um Citroen XM "levantado". Outra coisa estranha.
O Agile é o nosso Aztec. Aztec 2010!
ResponderExcluirEu gosto do Agile! Acho que não tem como comparar com o Aztek.
ResponderExcluirTem horas que alguém no time de design tem que dizer: "não está bom, vamos refazer".
ResponderExcluirInfelizmente ou não isso acaba acontecendo com design, engenharia, marketing, qualidade, etc etc... sempre estamos sujeitos à gafes.
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ResponderExcluirAcho que a única coisa que pode fazer alguém gostar do Agile é a admiração pela marca. Algo totalmente passional.
ResponderExcluirComo eu não tenho muita admiração pela GM, avaliei o carro friamente(claro que adoro Corvettes, Camaros e tenho saudade do Monza SL/E no qual viajamos muitas vezes).
O Agile é um pecado automotivo. Nada pode parecer tão "do ano passado" quanto o Agile. Eu achava o Sandero desproporcional, mas o Agile chegou pra arrasar o Renault.
Vi um Agile na rua hoje, depois que li esse post. Realmente, trata-se de um descendente em linha direta do Aztek.
ResponderExcluirAcho melhor a GM se ater ao feijão com arroz, porquê sempre que ela se mete a "inovar", o tiro sai pela culatra.
Também vi um Agile de perto... Ele não chega ser "horrível", porém, seu maior problema é a frente, com aquela grade e faróis desproporcionalmente grandes em relação ao carro. De longe a frente lembra um pouco o PT Cruiser.
ResponderExcluirOutra coisa difícil de engolir são aqueles apliques na coluna C que a turma da GM jura que servem para simular a maquiagem que os egípcios usavam nos olhos.
Arroz com Feijão = Adaptar o Corsa Europeu à plataforma do nosso.
ResponderExcluirnada mais prático, há Opel Corsa rodando no brasil e já fizeram isso com Opel Astra/GM Vectra GT
Indubitavelmente, o carro mais feio que eu já vi. Do lado dele, até os playmobil da Scion ficam agradáveis...
ResponderExcluirO Agile até pode parecer estranho mesmo, em uma cor mais "sofisticada" como um verde escuro metálico, ele até que fica bem palatável....mas não falem mal da plataforma, o carrinho é muito bom de andar forte ou fraco, seu amortecimento e estabilidade é realmente exemplar, o único entrave é a falta de motor para chegar mais rápido nas tais curvas.
ResponderExcluiro melhor apelido que eu li para o Agile é "Lúcio Mauro Filho"
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ResponderExcluirO Aztek me lembra aquelas F1000 cabine dupla dos anos 80, adaptadas em fundo de quintal. Lembro de alguns modelos do truck com três volumes, um horror!
ResponderExcluirQuanto ao Agile, é um dos lançamentos nacionais mais feios de todos os tempos. A frente é alta e desproporcional, e lembra um SUV; a linha da capota no alto das janelas, descendente, é esquisita; as lanternas traseiras são ridículas; o painel é uma piada. E, last but not least, os tais "apliques egípcios" para esticar a linha de vidros, com a única função de emporcalhar a coluna C.
O frAgile pode ficar melhor como pickup, sem metade da capota, desde que não façam burrada na traseira. Agora, a GM acha que o frAgile é o anti-Fox? Ah ah! O Fox já era razoavelmente bonito e ficou ainda melhor após o recente facelift.
creio que se dependender do visual.....seria dificil vender....
ResponderExcluirPor favor, Não adianta andar bem, ser bom de curva, etc e tal, como dizia o poetinha; "-me desculpem as feias, mas beleza é fundamental..."
ResponderExcluirTanto este Carro do post, quanto o Agile, são horríveis!
Estão mais para desenho animado japonês.
Esse Agile é o fim da picada. O único carro da GM brasileira que se salva é o Omega, o resto nem chinês aceita...
ResponderExcluirUma vez eu vi uma F23434635635-sei-lá-quanto bater num Corsa. Hoje eu vi o resultado desse cruzamento ao vivo, num verde-oliva metálico meio esquisito, e entendi porque a GM faliu. Os designers deles vivem num porão escuro e se alimentam de parafusos.
ResponderExcluirA menos que esse carro se dirija sozinho, não compro. Talvez um dia eu mude de idéia, tem gente que aprende a gostar até de cigarro...
Keller, que legal, um post sobre um de meus carros preferidos !!!!! pena sõ ter visto hoje, faz 2 dias que não apareçopor aqui, apenas por falta de tempo.
ResponderExcluirNão entendo porque lembraram do Agile, não tem absolutamente nada um com o outro.
E lembraram também do XM, esse também, um dos meus maiores desejos.
Vou pensar na relação entre Aztek e XM....
JJ, acho que seu desejo é um XM com motor V6 e direção Deravi.
ResponderExcluirSobre o Agile, acho que eles queriam dar a impressão de um SUV, pois, a frente dele lembra o desenho da Captiva. Prestem atenção no desenho dos faróis e na posição dos mesmos em relação a grade. Mas, para mim, não colou. Podiam fazer a frente de um mini vectra (astra europeu) ou apelar para outro motivo, mas, não o que colocaram. Será que para combater o Fox eles acham que teriam que ter um mini captiva e não poderiam ser originais?
Sds,
Cristiano
Quanto mais relembro o Rageous, mais acho incrível como não o produziram.
ResponderExcluirCarro maravilhoso, demais para um mundo doente e fissurado em telinhas e teclinhas.
O inferno é aqui !