google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 SOBRE COINCIDÊNCIAS, PRESENTES DE ANIVERSÁRIO E 914s - AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

SOBRE COINCIDÊNCIAS, PRESENTES DE ANIVERSÁRIO E 914s


O Paulo Keller esta semana nos lembrou do aniversário de 40 anos do Porsche 914.

Falar sobre aniversários, 40 anos, Porsche e 914 disparou uma série de sinos em minha cabeça, referentes a coincidências bem interessantes.

A primeira delas é que 1969 também foi o ano de nascimento do MAO, que portanto também começa sua vida ao completar quarenta este ano, em 18 de setembro.

A segunda é que no dia 18 de setembro de 1969, enquanto minha mãe tinha um dia deveras difícil em São Paulo, a 3.000 km daqui, num longínquo bairro de Stuttgart chamado Zuffenhausen, onde se situava a Porsche, uma equipe de mecânicos também tinha um dia difícil, dando os toques finais a um 914 muito especial, sob a impiedosa batuta de um jovem príncipe da empresa, que conseguiria no futuro fama própria: Ferdinand Piëch.

E toda essa balbúrdia se dava porque exatamente 60 anos antes daquele dia, em 19 de setembro de 1909, nascera ali mesmo naquela cidade o primeiro filho do Prof. Dr. Ing. h.c. Ferdinand Porsche, que receberia o nome de Ferdinand “Ferry” Porsche II. Ferry, no pós-guerra, partindo da empresa de projetos que seu pai fundara, resolveu começar a produzir carros esporte com seu nome, e o resto é história. Ferry tinha exatamente 60 anos a mais que o MAO e, portanto, se vivo, completaria 100 anos em setembro próximo.

Piëch coordenava a finalização do presente de aniversário de seu tio a pedido de seu primo, e filho do aniversariante, Peter Porsche. Foi um dos raros momentos de trégua na batalha que se travava pelo controle da empresa, o embate que hoje é conhecido pelo nome de “The crash-test of the clans”.

Esta batalha entre Piëchs (liderados por Louise, irmã de Ferry e casada com Anton Piëch) e Porsches terminou por abolir a participação de qualquer membro da família na empresa que possuíam, e obrigou o jovem Piëch a perseguir uma carreira fora da empresa, que sabemos ser altamente bem-sucedida. Além disso, cortou abruptamente a carreira de designer de automóveis do talentosíssimo Ferdinand Alexander "Butzi" Porsche, criador do 904 e do imortal 911.

Mas nada disso importava naquela manhã de 19 de setembro de 1969. Era um dia de festa em Zuffenhausen e o velho mas ainda muito ativo Ferry festejava seus 60 anos entre amigos, parentes e funcionários.

E que presente ele ganhou...Usando o excelente e recém-nascido 914 como base, o carro de Ferry ganhava um motor de oito cilindros refrigerado a ar saído do 908 de competição! Este motor fora desenvolvido, para manter os custos baixos, utilizando-se como base o seis-cilindros do 911 e cabeçotes DOHC modulares que seriam também usados no poderoso 917 de doze cilindros. Deslocando 3 litros e equipado com injeção mecânica Bosch, costumava corriqueiramente debitar 350 cv nos 908 de competição, produzindo um urro gutural no processo que derrubava passarinhos dos fios, fazia cachorros fugir ganindo e as criancinhas correrem para as saias de suas respectivas mamães.
No carro de Ferry, batizado de 914/8, o oito contraposto foi acalmado com comandos mais mansos, a intratável injeção substituída por quatro Weber 48, e filtros de ar e escapamentos desenhados para manter a fúria sonora daquele monstro em níveis passáveis. Ainda assim, produzia 260 cv.

Sim, o carro era para ser usado nas ruas, e assim o foi por 14 mil km, até que pressões politicamente corretas fizeram aquele velhinho de 60 anos parar de aterrorizar a pacata Stuttgart. O carro foi direto para o museu da companhia, onde permanece até hoje com os mesmos 14k km no hodômetro.

O outro 914/8 que existiu na verdade pré-datou o de Ferry, e foi o pivô da idéia do presente. Pintado de vermelho, era um brinquedo criado pelo jovem Piëch usar no então novíssimo campo de provas de Weissach. Usava o motor de corrida intacto, com reputados 350 cv (ou 300, nas raras vezes em que se montavam silenciadores). Ah, ser jovem e parte da realeza automotiva nos anos 60... Pelo que sei, o 914/8 vermelho ainda pertence ao seu dono e criador.

A Porsche pensava seriamente em fazer o 914/8 em série, mas todo o imbroglio depois da morte de Nordhoff (descrito pelo Keller em seu post) acabou por dar uma vida confusa e mal-ajambrada ao excelente carrinho, e matar definitivamente o oito. Uma pena que o espírito da aventura VW-Porsche tenha morrido com Nordhoff. O 914 merecia mais de seus pais, mas separação é sempre hard on the kids... Mas ele acabou por se sair muito bem, apesar de tudo.

O 914 permanece sendo o Porsche com o qual eu tenho maior intimidade, graças ao meu bom amigo Egan, que tem um belíssimo exemplar de 4 cilindros vermelhinho (exatamente como esse aí embaixo) em sua eclética e agradável garagem, que frequento regularmente. Tenho para mim que um dia ele me venderá o carro, mas nunca tive coragem de comentar isso, ou mesmo pedir que faça um preço, para não quebrar a fantasia. Infelizmente Porsches, mesmo os mais humildes, habitam um mundo ao qual não faço parte.

Mas quem sabe até setembro não crio coragem...

MAO

13 comentários :

  1. é por tudo isso que digo:ningem segura a volkswagen,breve a primeira do mundo.

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  2. MAO, que belo post, excelente! Aprendi mais uma.

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  3. Mais uma coincidência: Heinrich Nordhoff morreu na Sexta-Feira Santa de 1968, que caiu no dia 12. Amanhã é o 41° aniversário de sua morte.

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  4. ary toledo;
    a VW só vende carros nos paises em que a ignorancia reina, estuda menino

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  5. Decrescer de 350 para 300 cv devido aos silenciadores de escape me lembra que,voltando ao mundo atual, o motor do Honda Civic Si tem fama de liberar 250 cavalos quando equipado com descarga apropriada,combinada a nova regulagem da ECU.

    Acaba-se aquele choro apertado de " moleque" repreendido que o Si original apresenta a 7.000/7.500 rpm

    250 CV num 2 litros de rua é uma belíssima conquista.

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  6. estuda voce,juvenal.a alemanha e toda a europa são ignorantes?e tledo e a genitora....

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  7. Ary Toledo;
    então continua comprando essas porcarias de carro de alemães, nordestinos, e eleitores do Lula,
    com central eletrônica defasada, motor AP defasado, carroceria mau projetada, guilhotina de dedos, e deixa que eu continuo com os meus Ford's assim como o resto do mundo e os entusiastas automobilísticos.

    beijos

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  8. Clésio Luiz12/04/2009, 19:36

    O 914 pode até ser um carro muito eficiente, mas pra mim é o mais feinho dos Porsches. Perto dele o Cayenne é uma beleza só :-)

    Por falar em Porsche, meus parabéns ao administradores da mesma. De quase falida no começo dos anos noventa a atual acionista majoritária da VW, é um salto e tanto.

    E eu não acho a VW uma empresa fraca tecnicamente não. Alias é ela que tem uma queda de braço com a Ford para ver quem faz os melhores carros "populares" na Europa. Fiesta/Polo, Focus/Golf e Mondeo/Passat é briga de foice lá na Europa. E olha que eu sou puxa-saco da Ford.

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  9. juvenal antena eu não compro vw e não recomendo , o ultimo foi um gol ___, isso não quer dizer que não acompanho e gosto da marca pelo que ela representa p a industria automobilística mundial atraves da cultura alemã de produzir carros que são referencia para outras marcas, não me oriento por gols foxs e adjacentes, esse sim são a latrina deles produzidas para um povo de baixa estima que é o nosso. Em tempo um conselho sincero,para de gastar tempo e dinheiro lendo 4 patas, digo 4 rodas , com trocadilho por favor e noticias automotivas. se for comprar carro ,compre um FOCUS E 2.0 TÁ?

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  10. essa conversa de tirar os abafadores, ou abrir o escapamento para ganhar potência é lenda! uma vez abri o escapamento do meu carro e com a perda de torque em baixa rotação ficou horrivel, no final tive que voltar o escapamento original denovo

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  11. agora não entendi.... vocês estão sendo sarcásticos? ou estão falando sério?
    qual o problema do Focus? tenho um sim, mas com motor 1.6...
    gosto bastante do carro, 4 rodas eu leio as vezes, mas confesso que não é minha preferida...

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  12. eu não tenho dinheiro para comprar um Focus

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