google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 NEIL (STILL) YOUNG - AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

NEIL (STILL) YOUNG



O canadense Neil Young é um dos músicos mais ecléticos que já surgiram neste planeta. Começou a carreira de músico profissional há quase 50 anos (e já gravou quase 50 discos), sendo que grande parte de sua carreira foi essencial para a história do rock'n'roll

Sua criatividade é tão grande que ele simplesmente não pode ser rotulado como um simples roqueiro: o canadense é um dos poucos que pode se dar ao luxo de explorar qualquer estilo musical sem se afetar por pressões comerciais (e que o diga David Geffen). Pouco importa se ele está tocando banjo, piano, guitarra ou gaita, Young faz o que bem entende, quando quer, da maneira que bem entender e já explorou praticamente tudo além do rock: jazz, bluegrass, música eletrônica e até mesmo country.

Além da música, Young também é conhecido por ser cineasta (dirigiu alguns filmes sob o pseudônimo de Bernard Shakey) e ativista empenhado em questões sociais, políticas e ambientais. Pai de dois filhos com necessidades especiais, ajudou a fundar a Bridge School ao lado de sua esposa Pegi; criticou praticamente todos os presidentes norte-americanos (com exceção de Ronald Reagan, a quem dava apoio incondicional) e foi um dos idealizadores do Farm Aid (ao lado de Willie Nelson e John Mellencamp).



Conhecido pela sua extensa coleção de automóveis clássicos, nos últimos anos o polêmico Young passou a defender causas ambientais: todos os veículos e geradores utilizados em seus shows são abastecidos com biodiesel de soja, uma forma que Young encontrou para divulgar as virtudes deste biocombustível, exemplo seguido rapidamente por outros músicos como Bonnie Rait e o amigo Willie Nelson. O próprio carro de uso pessoal de Young era um Mercedes W123 movido a diesel, abastecido apenas com óleo de fritura que ele comprava de restaurantes.

A última invenção de Young foi o LincVolt: a partir do seu carro favorito, um Lincoln Continental 1959, Young contratou Johnathan Goodwin (da H-Line Conversions) para substituir o velho motor Ford MEL de 7 litros por um conjunto híbrido, composto por um motor elétrico de 200 hp alimentado por um motor de combustão interna H-Line.



E porque um Lincoln 1959? Young responde: “É um dos desenhos mais malucos e fora do comum já criados pelos fabricantes norte-americanos. As pessoas dizem que devemos ter carros pequenos, mas eu amo os grandes carros americanos com muita potência. O carro em si não está na contramão, as pessoas querem carros grandes, então vamos criar carros grandes, porém racionais. Qual é o problema? Nós não precisamos abrir mão de coisas que gostamos, desde que sejam racionais, sendo racional você pode ter o que quiser. Estamos na América, as estradas são enormes, é um país grande. O carro é um Continental. O nome diz tudo, Continental, é o que ele deseja ser.”

Young já investiu cerca de US$ 120 mil na empreitada, tudo com o objetivo de tornar seu Continental (seis metros de comprimento, duas toneladas e meia) em um veículo mais prático e racional. O carro não tem objetivos comerciais, mas já foi inscrito na Progressive Automotive X Prize, uma competição que premiará com 7,5 milhões de dólares a equipe que conseguir o melhor resultado acima da marca de 100 milhas rodadas com apenas um galão de gasolina (42,5 km/l). Desnecessário dizer que 7,5 milhões de dólares é troco de pão diante da fortuna do músico canadense.



E tudo indica que Young está no caminho certo: apesar das duas toneladas e meia e da aerodinâmica deficiente, o LincVolt já chegou à marca de 27,3 km/l. Ainda está um pouco distante dos 42,5 km/l, mas já é um avanço significativo diante do consumo original do Lincoln V8: patéticos 3,7 km/l.

E tudo isso sem abrir mão do desempenho: embora não seja o objetivo principal, Johnathan Goodwin diz que o LincVolt é capaz de acelerar da imobilidade até 96,5 km/h em apenas 8 segundos. É praticamente metade do tempo que o motor Ford MEL levava para alcançar a mesma velocidade. "Em uma arrancada partindo do zero, o LincVolt não é tão rápido quanto um modelo equipado com o motor de combustão interna. Mas a partir dos 10 km/h a aceleração chega a dar medo" - diz Young.

Goodwin fez fama nos EUA ao converter monstruosos Hummer em brinquedos ecológicos que queimam biodiesel sem abrir mão do desempenho. Adquiriu tanto respeito que converteu o Jeep Wagoneer do governador Arnold Schwarzenegger para queimar biodiesel, entre outras façanhas.



Aos 63 anos de idade, Neil Young ainda deseja mudar o mundo, o que é admirável em uma sociedade em que as pessoas costumam se conformar com as coisas do jeito que elas são por volta dos 30 anos. “Eu pensei por muito tempo que poderia mudar o mundo com minhas canções. Mas você não pode mudar o mundo escrevendo músicas. Você pode inspirar muita gente, fazer com que algumas mudem sua forma de pensar sobre algo. Mas você não pode mudar o mundo escrevendo músicas. No entanto, nós podemos mudá-lo com este carro”.

Isto é o que diferencia Young de músicos contemporâneos: ele simplesmente não descansa e está sempre criando algo novo, ao invés de viver às custas de antigos sucessos. Neil Young, como seu próprio nome sugere, “is still young”. Alguns poderiam dizer que o LincVolt não passa de uma excentricidade de um velho músico com tempo e dinheiro de sobra, mas ao mesmo tempo em que desenvolvia o Lincoln híbrido Young compôs um disco com músicas inspiradas no carro, chamado “Fork in The Road”(também está na pauta um filme sobre o carro, dirigido por Bernard Shakey...)

O disco não chega nem perto de obras como "Harvest" (que foi o disco mais vendido de 1972), mas agrada pelo peso da guitarra suja de Young logo nas primeiras músicas. Como não poderia deixar de ser, também há algumas canções folk, como só o velho Neil é capaz de compor.

Quem não conhece a carreira de Neil Young (Johnathan Goodwin nunca tinha ouvido falar nele e chegou a pensar que o dono do Continental era Neil Diamond) não deve simplesmente baixar o primeiro MP3 que encontrar pela frente. Trata-se de obra extensa e variada, que não pode ser julgada apenas por uma música ou duas. Sugiro o album “Decade”, uma compilação lançada em 1977 que reúne os principais sucessos dos 10 primeiros anos de carreira do controverso músico. Tenho 99% de certeza que apaixonará qualquer um.



Maiores informações:

www.lincvolt.com
www.hlineconversion.com
www.myspace.com/neilyoung

22 comentários :

  1. Não sabia de tal faceta do velho e bom músico Neil Young. Lincoln Continental 1959 acelerando 0-100km/h em 8s e fazendo 27,3km/l só não é melhor do que "My my, hey hey".

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  2. É... além de belas músicas, o cara tem belas atitudes. Não é qualquer um que se dispõe a tirar o motor original dessas maravilhas americanas e colocar outro, mais econômico! É isso aí!

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  3. Estou com Neil! Carro grande ROX! Japoneses que me perdoem, mas eu gosto é de barca. Melhor ainda aliada a consciência ecológica. Acho que ele consegue chegar na meta. Pena que ainda não temos motores movidos a vácuo quântico (Teoria de Energia limpa, por Élio Porcelli). Por enquanto vamos de híbrido.

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  4. ahahahhahahaha ele parece ser engraçadissimo... E que ótimo que alguns continuam sempre tentando, porque meu pai vive me dizendo 'quando a gente é jovem quer mudar o mundo, depois vê que não consegue e só muda as coisas ao seu redor' finjo que não escuto e ainda o julgo derrotado rs

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  5. interessante, só n fiquei mto feli com a proposta de carros grandes, esse dele é mto grande mas gostei da parte do biodisel, vamos preocupar com o meio ambiente neh..

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  6. Eu poderia chamar o Continental de Jaca, mas fazer de 0-100 em 8s e ter uma marca de 27,3 km/L (ou km/l) é algo memorável.

    Uma coisa que estava discutindo um tempo atrás era justamente o uso de fonte alternativas de energia.

    Primeira coisa que chegamos é que motores a combustão nunca serão ecologicamente corretos. Tendo queima, sempre vai ter "poluição".
    O grande problema dos motores elétricos é que você tira o problema de um lugar e coloca em outro. Não tem motor a combustão mas tem termoelétricas movidas a gás, carvão mineral ou mesmo energia nuclear para "carregar" as baterias. Além do baixo desempenho das baterias.

    Eu penso em um sistema motivo a Hidrogênio e ter uma energia limpa fornecendo energia para a hidrólise. Tipo, energia solar, das marés, seja lá o que for, fornecendo energia para a hidrólise.

    Você pode armazenar o hidrogênio sem problemas, mas armazenas energia por baterias tem alto custo.

    Viajei doidão...

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  9. Anônimo

    O mais perto que Neil Young chegou do flower power foi tocar em Woodstock com o CSNY. E só.

    Como já foi dito, ele não tem a menor intenção de lucrar com a brincadeira. A Warner sozinha paga todas as contas do velho Neil.

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  10. sou mais do Brian Johnson, vocalista do AC-DC

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  11. Hahahaha...
    O admiro pelo músico que é, mas esta idéia de salvar o planeta deixando de queimar combustíveis é um absurdo.

    Queima de combustíveis fósseis é uma parcela até ridícula se for comparada a outras fontes de poluição.

    Esse é o preço que pagamos pelo nosso estilo de vida, pela nossa modernidade, luxo, etc.

    Seria muito mais interessante a reciclagem (séria) de materiais. Afinal, de que adiante você ter um carro hibrido/elétrico/biodiesel/alcool/hidrogenio se na hora de uma troca de monitor de computador por exemplo, você simplesmente jogar o velho CRT no aterro?

    Fala sério! Me veio até a imagem de uma Kombi velha, com motor fumando, várias flores pintadas e um bando de hippies vagabundos dentro!

    O raciocínio é muito simples: 'é só ter margem ecológica para poder queimar combustível sem ficar se lamentando por isso!'

    Na minha opinião o futuro dos veículos é eletricidade mesmo, mas enquanto houver petróleo, sabe quando poderemos abastecer nossos carros na tomada da sala? NUNCA!

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  12. Ta de parabéns pela iniciativa. parece ser um excêntrio das boas causas... essa de ser diretor com um nome falso foi ótimo!

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  13. Excelente post Bitu! Gostei mesmo.

    Compartilho da idéia de que vc pode gostar do que for, desde que seja racional.

    Estamos vivendo hj uma onda de quanto menor melhor. Coisa de japonês.

    Vida longa as Jacas!

    Streit.

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  14. Bom texto, Bitu! Não sabia que o véio era tão eclético... Que bom que ainda há quem queira mudar o mundo, eu já me conformei muito antes dos 30... eheheheh Mas tô fora de carro elétrico ou híbrido, e também acho que não são os carros os vilões da poluição ou efeito estufa!

    Abraço!

    West

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  15. Bitu,

    Pessoalmente acho que não há coisa mais perigosa do que gente que quer "mudar o mundo", porque eles pensam igualzinho aqueles que querem "dominar o mundo".

    É pura imposição de suas verdades, de um jeito ou de outro.

    Por isso que Neil Young é mais um ditadorzinho que se acha o novo Jesus Cristo, como muitos outros por aí...

    E, apesar de ter algumas músicas excelentes, ouvir um disco dele dá raiva, parece que vc ficou 1 hora ouvindo uma mulherzinha chorar.

    Ótimo post, porám, não conhecia esta faceta do mané, nem esses lincolns.

    MAO

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  16. grande bitu !!! parabens ..
    esse cara foi influencia para variso artistas renomados !!!
    muito bom esse seu texto !!!!
    parabens !!!
    abrax
    T_B

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  17. MAO

    Vale a pena ler "How To Save A Major Automobile Company", por Neil Young.

    http://www.huffingtonpost.com/neil-young/how-to-save-a-major-autom_b_143749.html

    Aí já pra dar ter uma idéia de uns conceitos errados do velho Neil e você sabe, cachorro velho pode aprender truque novo, mas não perde as manias velhas nunca.

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  18. É achava o cara meio mala antes, agora num ouço mais. Isso é muito estranho, que tara esquisita, por motor eletrico em carro velho, tou fora....sempre achei que essa de rock and roll sexo e drogas causava algum estrago no cara. Ta aí a prova.

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  19. Muito legal, nem sabia que o velho young era tão participativo nessas causas ambientais. o projeto dele é muito interessante, e creio que com o desenvolvimento dele chegue na média de consumo dos 42 km/litro. é muito legal ver novas fontes de energia se saindo bem.

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  20. Estou vendo que tem gente que tem preconceito contra carro híbrido mas nunca andou em um. Imagine você ter um desempenho de V-6 com consumo de 1.0? Para o carro do dia-a-dia é uma solução bastante racional. Se tivesse carros híbridos flex, o impacto seria menor, já que o ciclo do álcool absorve (por falta de palavra melhor) 80% das emissões de CO². Seriam mais econômicos nas horas em que o motor é mais exigido: arrancadas e retomadas de velocidade poluindo bem menos. E MAO, relaxa, se algum ecochato lhe encher o saco, pergunta para ele o quanto emite o F-75 e o Toyota Bandeirante que ele jura que usa só para fazer trilha.

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  21. 1k2

    Veja as entrevistas do Neil Young

    http://www.youtube.com/watch?v=Qznv7ydKKYc

    http://www.youtube.com/watch?v=R8C7_RuSHgY

    http://www.youtube.com/watch?v=u_vzNH0nkX4

    Pontos consideráveis:

    1- A grande vantagem de ser um músico famoso é que se ele falhar na tentativa do carro limpo, ninguém vai se preocupar. Ele não tem medo de falhar.

    2- Trata-se de um projeto de garagem. Ele mesmo diz, não existe a burocrática estrutura esmagadora de uma GM, Ford ou Toyota, ou seja, a tecnologia não precisa ser desenvolvida por um engenheiro para depois ser "limada" por um gerente, diretor ou qualquer executivo panaca. O cara tem toda a liberdade do mundo.

    3- O objetivo principal do projeto é eliminar a necessidade de reabastecer durante longas viagens. "Eliminate roadside refueling", o velho Neil não se cansa de dizer isso.

    4- O projeto tem a intenção de despertar outras pessoas para o mesmo objetivo. Se um músico velho consegue fazer um carro melhor do que um Prius ou Volt, porque outras pessoas não poderiam?

    5- Ponto mais importante: o velho Neil ABOMINA o uso de baterias. Afinal de contas, de onde viria todo o lítio necessário?

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  22. hahaha foi muita erva prum cara só !

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