google.com, pub-3521758178363208, DIRECT, f08c47fec0942fa0 PORQUE A AMG MORREU - AUTOentusiastas Classic (2008-2014)

PORQUE A AMG MORREU


OK, a pedidos, explico.

Houve um tempo em que a AMG era uma casa de preparação especializada em Mercedes-Benz. O que ela fazia, e bem, era preparar motores. Preparar de verdade. Lembram? Aquela arte esquecida, arcana, quase uma alquimia, uma mágica.

Aquela em que um sujeito igualava pacientemente volumes de câmara de combustão, ajustava sede de válvulas, descobria por testes e experiência aquele perfil de comando ideal, abria diâmetro de blocos usando pistões especiais sobremedida, balanceava tudo, tratava com carinho, ajustava tudo em dinamômetro e acabava em algo que, não importando quão humilde sua origem, era maravilhoso.

Motores feitos assim são algo que nunca será atingido com produção em massa. Como tudo feito com carinho, prazer e dedicação, transcende o puro objeto para ser algo que leva impressa a marca, e muitas vezes a alma, de seu criador.

Agora, se algo humilde já fica maravilhoso se tratado desta forma, o que tem uma origem, digamos assim, mais nobre, se tornava algo realmente extraordinário.Assim eram os motores da AMG.

Nos anos 1980, a empresa chegou a fazer cabeçotes DOHC para os V-8 Mercedes, muito antes da própria Mercedes fazê-lo. E montaram um desses no classe E, coisa que a empresa de Stuttgart dizia ser impossível, criando o famoso "Hammer". A Mercedes, posteriormente, acabou fazendo o mesmo em casa, com os 420E e 500E (este último, na verdade produzido na Porsche).

Nesta mesma época, os anos 1980, a AMG começou a fazer rodas, que ficaram famosíssimas, e também criou o AMG-look, moda que começou com as rodas e a retirada de todos os detalhes cromados dos Mercedes, e foi degringolada a um ponto em que Los Angeles ficou infestada de Mercedes cor de rosa por inteiro, até na roda.

Daí em diante todo mundo sabe o que aconteceu. A Mercedes a comprou, e aos poucos os motores deixaram de ser preparados para ser "desenvolvidos junto com os novos Mercedes-Benz" como dizia a linha oficial da empresa. Na verdade, eram versões mais quentes dos motores, mas produzidos em série.

E a última fase é a atual. Como se já não bastasse a Mercedes-Benz querendo ser BMW, agora a AMG virou M-Power também. Motores "próprios".

O que temos hoje é algo que, por mais interessante que seja (e é, o novo V-8 de 6,3 litros é fantástico), não é mais AMG. É outra coisa.

E que ela descanse em paz.



MAO

5 comentários :

  1. Continuo não entendendo onde está o drama. Na falta de preparação individual? OK, perdeu glamour.

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  2. Sem drama, PK. Só o que era não é mais, é outra coisa.

    Eu gostava daquela outra coisa, que morreu... Só isso.

    PK, vc já andou num motor bem preparado? Realmente bem feito?
    Vc ia entender...

    MAO

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  3. Apesar de nunca ter tido o privilégio de andar em um carro bem preparado (nem mal, na verdade), acho que compreendi o MAO. Além do alcance de determinada potência, a preparação acaba tornando o carro mais exclusivo e, nesse caso, mais romântico... Sem contar que foge da paridade dos motores produzidos em série.

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  4. Glamour não pode determinar a não expansão do negócio. Hoje a AMG produz 25mil 'praparados'/ano. Quer dizer, que morta, vive bem melhor que viva...

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  5. É simples entender o pensamento do MAO.
    Saber que cada motor teve história, teve atenção pessoal de alguém que sujou as mãos e suou sobre aquele metal e que aquilo está sob o capô do seu carro torna tudo mais especial.
    Não é mero romantismo barato, é tradicionalismo, é paixão no motor.
    Criar uma cadeira com as mãos dá satisfação ao criador e ao comprador. Ser dono de uma fábrica "só" gera lucro.

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